Opinião

Opiniao 28 09 2016 3039

Virtudes morais: transgressões e rupturas (IX) –  Sebastião Pereira do Nascimento*Embora muitos caracterizam a moral à ideia da equivalência de contemplação filosófica como uma ordem harmônica universal. Nas obras aristotélicas, a moral é vista como parte da virtuosidade humana que precede a própria virtude, e está intimamente relacionada com o indivíduo em sua vertente social. Assim, a moral é necessária ao exercício do bem comum, pois, como diz Janine-Ribeiro, fundamentalmente é a principal orientadora do juízo humano na construção de coisas positivas. Assim, as virtudes morais devem ser pensadas como um conjunto de normas que devem ser seguidas no exercício da natureza humana, as quais regulam o dever moral da sociedade em geral, visando à virtude acima de qualquer interesse unilateral. Pois, toda a prática da mediania está sedimentada naquilo que pertence ao caráter, ou seja, está no estudo fundamentado dos valores morais, que são um conjunto de convenções estabelecidas por grupos de pessoas envolventes. Pensando assim, é importante perceber o quanto a doutrina das virtudes morais se entrelaça com o entendimento acerca da moral e da ética na obra de Aristóteles. Por outro lado, em outros tratados filosóficos, as virtudes morais são tratadas como regulação das forças que impulsionam a vida, numa afirmação sadia de nosso poder de existir, em especial do poder de nossa alma sobre os impulsos irracionais de nossos afetos ou apetites, como diria Spinoza. Além disso, Tomás de Aquino, quando se refere às virtudes morais, percebe a grande importância que Aristóteles dá para as virtudes cardeais, sobretudo quando considera que essas virtudes devem, por excelência, reger as outras; pois, sem elas, as demais seriam virtudes cegas ou indeterminadas e não seriam mais que uma habilidade. Diante dessas disposições, a ideia da falta de virtude trás consigo um redemoinho de indefinições humanas capaz de se manifestar como um “efeito borboleta” – uma das leis presente na essência de quase tudo que nos cerca, onde, segundo Edward Lorenz, eventos aparentemente simples pode ter uma manifestação tão caótica e imprevisível quanto à vida. Isso quer dizer que no âmago de uma sociedade, a partir de um erro central induzido por certo indivíduo, no momento em que outros indivíduos confirmam sucessivamente o mesmo erro, ele vai se assolando imbricadamente fazendo transparecer o caos diante de tudo e de todos.  De certa forma, isso tudo parece ser assustador, mas é só olhar nos atuais acontecimentos caóticos e imorais da vida brasileira, que essa argumentação da “teoria do caos” faz sentido, e para os incrédulos atestamos que seja muito preocupante, pois pode trazer consequências enormes e absolutamente desconhecidas para o nosso futuro.  Aqui imaginamos os vergonhosos casos de corrupções no Brasil desde os tempos históricos, que muito disseminou pelo país a cultura da escandalização, do improviso, do descaramento, da banalização moral, da elucubração dos prazeres, etc. Isso tudo trouxe para os tempos atuais os não menos vergonhosos atos de transgressões.No final, o legado dos nossos antepassados alterou por completo o destino do país, e tudo por causa das indisposições da trupe lusitana no Brasil. Embora muito desses casos tenham sido resguardados pela história, tais eventos passados foram recorrentes e trouxeram certa incomodação e, principalmente uma profunda imprevisibilidade do que é hoje esse país.  Uma das afirmações que temos hoje no Brasil é de uma sociedade corrupta, servil e subserviente, e sempre preste a tolerar as mazelas, os abusos e os desregramentos convencionais. Claro que temos pessoas que fazem a ponte para os encontros fecundos e que ampliam as relações humanas para além dos valores materiais. Pessoas que o tempo acompanha pela caminhar de construção do dever moral e de partilha. Pessoas que realmente fazem a diferença entre o bem e o mal, e que nunca sessam de seguir o arco-íris em busca da prosperidade coletiva.   Todavia, essas disposições só se tornam possíveis pela prática das virtudes morais, as quais são imprescindíveis para acalentar a alma e orientar os desejos humanos mais aguçados, pois nenhuma disposição poderia prescindir delas. Segundo Aristóteles, não é possível ser uma pessoa de bem sem a anuência das virtudes morais, pois a pessoa só delibera sobre os meios realizáveis, quando a virtude também se prende à consideração dos fins. Concluindo, é salutar dizer que essa duplicidade se identifica com a felicidade do ser humano que é o exercício de sua atividade cognitiva em consonância com as virtudes morais. Por isso, somente através de sua atividade racional que o homem se torna virtuoso e alcança a felicidade plena sustentada por sua virtuosidade humana. *Filó[email protected] ——————————————O resultado depende da atitude – Afonso Rodrigues de Oliveira*“A atitude de superioridade é quase sempre, uma compensação superficial de uma inferioridade escondida”.Quando nos sabemos superiores, não precisamos exibir a superioridade. Quando nos esforçamos para mostrar que somos superiores acabamos caindo no baú da inferioridade. Nosso comportamento no dia a dia, na nossa vida cotidiana, já está nos mostrando como realmente somos. E não se iluda, há sempre alguém observando seu comportamento. Logo, pise de leve na brasa. Nada de querer mostrar o que você é, basta ser. Simples pra dedéu. Já observou que os grandes mandões e poderosos na nossa política e do poder público estão indo para as cadeias? O exemplo que eles nos dão depende de como os vemos atualmente. Mas deixemo-los de lado e vamos cuida de nós mesmos.Vamos começar pelo começo. Comecemos pela educação que recebemos dos nossos pais e que repassamos para nossos filhos. Porque há uma diferença em repassar e passar, quando educamos. “O pai, cuja infância esteve sujeita a muitas restrições, pode dar a seus filhos uma liberdade pouco prudente”. Nas relações humanas aprendemos isso. O bom relacionamento em família é um esteio para o crescimento racional dos futuros membros. Impor restrições severas aos filhos pode ser prejudicial à formação deles no futuro. E não tenho dúvida de que estamos vivendo dificuldades na educação dos filhos, hoje, em razão de severas restrições que tivemos no passado. É quando a liberdade nem sempre é liberdade. E corremos o risco de confundi-la com libertinagem. Muito cuidado com a liberdade que você dá a seu filho, hoje. Mas não a limite com restrições exageradas. Porque só quando sabemos fazer tal distinção, sabemos orientar sem dirigir. Nunca dirija seu filho, apenas o oriente. Se você fizer isso vai aprender muito, com ele. E como é salutar aprender com os filhos. E isso se inicia já na primeira infância. E se você estiver encontrando dificuldade em aprender com seu filho criança, cuidado. Você pode estar preso às restrições que recebeu quando tinha a idade dele. O mundo muda, a vida muda e os acontecimentos nem sempre têm as mesmas características dos de nossa infância. Mas nós resistimos às mudanças. Ainda as vemos como se elas fossem desequilíbrio. E nem percebemos que nós é que estamos desequilibrados na racionalidade. Cuidado com o número assustador de “Nãos” que seu filho pode estar ouvindo de você, todos os dias. Isso pode influenciar no desenvolvimento dele, no futuro. Mas, cuidado, o importante não é não dizer não, é como dizê-lo. O não nem sempre é negativo. Use-o no bom exemplo. Pense nisso.*[email protected]