As drogas são os braços da morte – Vera Sábio*Eu sou o caminho, a verdade e a vida, disse Jesus. Porém, a droga é o beco, a mentira e a morte.
É muito complexo falar sobre as drogas, no instante em que percebemos o quanto há drogas de fácil acesso, de justificáveis utilizações e de contradições a respeito de sua liberação ou proibição.
Inúmeras são as pessoas drogadas nos braços da morte e que levam consigo a destruição, a desunião e todo desentendimento de famílias inteiras, porque nelas há indivíduos vivendo como mortos. Pois qualquer ilusão, os fizeram serem vítimas dos vícios.
O primeiro e pior sentimento, o qual é a origem do pecado, ou seja a separação dos seres criados por Deus, do seu próprio criador. É a inveja. Um anjo amado e iluminado tornou-se invejoso e achou que deveria ser mais do que quem o criou, levando consigo outros que acreditaram que também poderiam ser mais.
Essa inveja, de tanto tempo atrás, ainda rodeia o ser humano a cada instante em que ele, pela ganancia doentia, quer de qualquer maneira ter mais do que seu semelhante tem. Assim a violência surge de todas as formas possíveis e imagináveis.
O traficante enxerga nas drogas ilícitas um jeito fácil de ficar rico. Por isso, no começo, ele oferece e vicia qualquer pessoa desinformada e curiosa, instigando sobre a sensação que a droga lhes proporciona. Depois dessa primeira oferta, o passo para o abismo tenebroso do vício, é só questão de pouco tempo.
Logo este indivíduo estará roubando, matando e fazendo as piores atrocidades para manter seu vício e morrer com ele. A situação fica insustentável, pois os pobres viciados acabam sempre levando a maior culpa; enquanto o traficante por estar entre os políticos, entre os poderosos e aparentemente cidadãos de bem da auta sociedade, protegidos pelos colarinhos brancos. Não se importam em viciar outros mais e continuarem a vida abastada encima de tanta morte, tanto crime e tanta indecência.
Apelar para a consciência de quem é psicopata e não enxerga nada alem da riqueza conquistada com o dinheiro sujo de sangue de tantas crianças, jovens e inocentes, dominados pelo vício que destrói qualquer sonho de um futuro promissor. Pouco adianta, precisando de leis serias e que sejam realmente cumpridas com punições severas para aqueles que vendem a morte com o titulo de drogas.
Pois crescem dia a dia os usuários de álcool, crack, maconha, cocaína e tantas outras drogas que aumenta exageradamente quaisquer tipos de violência. Impedindo as crianças, adolescentes e os cidadãos de bem, a terem uma vida tranquila e saudável.
Estamos desamparados e não existe outra esperança, a não ser no próprio Cristo, que é nossa proteção, nosso guia, nossa companhia e nos livra de todo o mal. Fazendo com que aqueles que ainda não entraram no mundo das drogas não entrem e aqueles que já entraram sejam definitivamente recuperados e através de muito diálogo, amor, fé em Deus, tratamentos, terapias e esperança em dias melhores, abandonem o vício e não se percam em becos sem voltas. Pois a recuperação é possível se despertar a conscientização do mal que as drogas faz e o viciado recebermuito apoio familiar, psicologico e e espiritual para isto.
É necessária a quebra dos preconceitos e a crença que jovens podem ser renovados e tornarem pessoas livres do mal que os rodeiam, para que tenhamos um futuro melhor.
*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega CRP: 20/[email protected].: (95) 991687731——————————–Roraima – Jaime Brasil*
O nosso amado Estado de Roraima completou 28 anos. Não houve festa. E não tinha mesmo o que comemorar. Nascido aqui há quase 45 anos, sei que só pioramos. Claro, alguns ladrões do dinheiro público e outros oportunistas – além da gente que pensa e sente o mundo a partir, e unicamente, do próprio umbigo – diriam: há coisas que melhoraram, sim.
Mas para aqueles que pensam e sentem coletivamente e que não conseguem se sentir felizes vendo o mundo ao seu redor se entristecer, repetirão comigo: não há o que comemorar.
Este artigo nem seria necessário se eu apenas dissesse que não houve festa no dia 5 de outubro passado porque não havia dinheiro para isso. Por si só o vácuo festivo oficial por falta de fundos no tesouro já explica tudo. O que não tem explicação, ao menos oficial, é porque o Estado se endividou quando a economia brasileira estava aquecida, tendo uma população tão pequena e os recursos abundantes que aqui chegaram durante décadas. O Estado precisava se endividar? Claro que não.
O que se sabe é que o endividamento se deu porque alguns políticos espertos não queriam que obras fossem feitas via convênio com o Governo Federal- sendo que esses convênios desoneram muito os gastos do estado, já que mais de 90% dos recursos viriam de Brasília-, isso porque a intensão deles era driblar a fiscalização dos órgãos federais. Aparentemente as obras ficaram uma porcaria, vide esgotos lançados nos rios pela CAER e a constante falta de água em toda Boa Vista. Sabe-se também que as empresas que ganharam as licitações dessas obras do endividamento eram próximas a um determinado grupo político. O plano maquiavélico parece ter dado certo, e Roraima está em vias de se inviabilizar economicamente.
Pois bem, vamos adiante, porque a verdade vive nos detalhes e não nas impressões mais gerais.
Imaginem que até meus 17 anos eu não sabia o que era saúde privada, escola particular e muito menos água mineral. Confiávamos na água da torneira da mesma maneira que sabíamos que os hospitais e escolas públicas nos acolheriam com razoável qualidade, como de fato me acolheram. O resultado, a título de exemplificação é que eu, e mais uns tantos roraimenses, conseguimos nos aventurar em outras paragens com sucesso, chegávamos nos grandes centros do país em igualdade de condições para lutarmos por vagas nas melhores universidades. Isso em um tempo em que o funil para a graduação superior era imensamente maior que nos dias atuais.
Confiávamos também nas águas e praias do rio Cauamé e do Rio Branco, que eram claras e as areias iam do mais apurado branco (na mata ciliar) ao tom de areia clássico. Não se via essas areias escuras, “enlameadas”, nas praias, e muito menos víamos águas esverdeadas que sinalizam a antropizaçãodo ambiente. Traduzindo: esgoto na água e nas margens.
E não adianta vir com o discurso que este é o preço do desenvolvimento. Há no mundo cidades muito maiores que Boa Vista e que tem um respeito ao seu patrimônio natural muito maior. O preço que pagamos não é o do desenvolvimento, mas sim o preço dos desmandos políticos, da incompetência, da ambição desmedida e do desamor à nossa terra e à nossa gente.
Antes, o Lavrado era apenas o Lavrado, cheio de igarapés límpidos com suas nuvens de matrinchãs. Não havia ainda ocorrido a grande mentira da acácia mangium que desfigurou e prejudicou um ecossistema tão frágil e essencial para a saúde ambiental do nosso ambiente e do nosso povo. Para além do esquema das acácias, o Lavrado transformou-se na “terra prometida” para os envenenadores e contaminadores do ar, do solo e das suas águas.
O modelo oficial, não direi de desenvolvimento, mas de tentativa de produção de riqueza no nosso estado de Roraima a partir do Lavrado é catastrófica. Contaminado por NPK e envenenado sabe-se lá pelo quê – já que há denúncias de excesso de uso de agrotóxicos e mesmo o uso de agrotóxicos proibidos no Brasil, contrabandeados através das fronteiras da Guiana e Venezuela-, o Lavrado foi vítima de todos os governantes desde a instalação do Estado de Roraima, já que escolheram a monocultura extensiva e destrutiva como bandeira e foco das políticas públicas do setor. Com isso, deram isenção fiscal para os produtores, financiamento subsidiado, facilidades e até ilegalidades na concessão de licença ambiental, tudo para que algumas poucas pessoas, utilizando-se do dinheiro público e do patrimônio natural deste Estado se tornasse cada vez mais ricas. Enquanto o povo se aprofunda na pobreza e na dependência do poder público.
Assim, se já tínhamos desigualdade antes, hoje o que temos é abrutalização e o apartheid nas relações sociais, resultando em uma sociedade fria e violenta. Como já disse anteriormente: não é a pobreza que é a causa da violência, é a desigualdade.
Seria preciso nos aprofundarmos sobre o a qualidade atual da nossa educação e da nossa saúde?
Os mesmos atores que produziram essas perdas na nossa qualidade de vida, os mesmos “criminosos” sociais desfilam com seus bens de consumo de alto luxo pelas ruas de Boa Vista. Muitos são eleitos ou alçados aos postos de direção e mando.
Enquanto isso a população segue impotente, na dependência clientelista do seu político, que é exatamente o seu algoz, que a mantem pedinte e não deixa o ciclo ser interrompido. Quando muito mudam alguns nomes, mas a prática é a mesma.
Não haverá saída enquanto os mais pobres trocarem seus votos por migalhas e a classe média trocar apoio por cargos, contratos e favores governamentais.
A saída para Roraima é a mesma para o restante do Brasil: sairmos desse sistema, destruindo-o.
As nossas esperanças estãonas futuras gerações que poderão dar a resposta exata aos desmandos que nos colocaram nesse labirinto.
O caminho do povo será tomar diretamente o poder nas mãos, em um outro tipo de democracia, não nessa farsa que usam para nos manipular e nos enganar.
A maior riqueza de Roraima está na heterogeneidade de sua população, gente de todo o Brasil e do mundo inteiro, com suas riquezas culturais e seus desejos de que tenhamos dias melhores.
Não há nada o que esperar desses que estão aí. Eles não farão nada diferente do que já fizeram.
E não precisamos apenas que gente nova, que se dedique à coletividade realmente, precisamos de uma outra forma de nos organizarmos politicamente para que possamos gerar novas e mais saudáveis relações sociais e, assim, quem sabe, as águas dos nossos rios e igarapé possam voltar à beleza e à riqueza vital de antes.
A saída para Roraima é o novo.
*Defensor Público————————————
Igualar sem nivelar – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Não se obtém a disciplina, cimento dos exércitos e garantia do seu valor, pelos meios violentos, mas pela educação do soldado e pelo desenvolvimento de relações afetuosas entre ele e a oficialidade”. (Rui Barbosa)
Não é justificativa, mas apenas um pedido de desculpas pela minha negligência. Cansado, de volta do Tepequém, fiz a matéria de ontem às pressas e apenas dei uma espiadela, no lugar da correção. Pura irresponsabilidade. Só à noite, mais tranquilo, fiz uma leitura e encontrei dois erros infantis que nem na escola primária os cometi. Desculpem-me. Mas vamos à nossa conversa de hoje.
Podemos até conseguir alguma disciplina com a truculência, mas não educação. E desde os primórdios da nossa história, vimos tentando educar através dos meios violentos da palmatória, no ensino. Os soldados sempre foram vistos, por seus superiores, como verdadeiros objetos. Sempre foram tratados com arrogância como se isso fosse uma forma de preparo para o profissionalismo. É bem verdade que a coisa está mudando, mas muito lentamente. Ainda não levamos em consideração que o preparo para o futuro deve ser feito com muito preparo.
No momento não me lembro em que livro está esse episódio, mas não importa. É um exemplo do que aconteceu durante a guerra. O soldado estava na trincheira, à noite, quando de repente, chegou alguém por trás, riscou um fósforo e acendeu um cigarro. O soldado gritou:
– Apague esse cigarro!!
O cigarro continuou aceso e o soldado gritou mais forte:
– Apague esse cigarro, idiota!!
O cigarro continuou aceso e o soldado, irritado, virou e deu de cara com o general que fazia inspeção na trincheira. O soldado quase desmaiou no susto, mas o general tocou no ombro dele e falou:
– Calma, filho. Mas dê graças a Deus por eu não ser o subtenente.
Se a história for verídica, aposto que aquele soldado nunca mais se esqueceu daquele acontecimento, como um ensino e não como uma piada. E se não for verídica, vale como uma lição de como devemos mostrar nossa superioridade com comportamentos superiores. O respeito nós conquistamos, não impomos. No dia em que os administradores públicos entenderem isso, teremos atendimentos de qualidade nas nossas repartições públicas, centros de atendimento ao público e por aí a fora. Só aí nos sentiremos livres da “Burrocracia” e das arrogância e empáfia, que ainda perduram entre nossos administradores públicos que ainda não entenderam que eles são nossos servidores. E enquanto isso, vamos vivendo um ensaio raquítico de democracia com obrigatoriedade do voto, pensando que vivemos uma democracia plena. Pense nisso.