Bom dia!Ainda não assentou a poeira das eleições de 2016, mas os políticos ou os aprendizes de políticos já miram nas eleições de 2018, quando serão eleitos dois senadores, os oito deputados federais e um governador ou uma governadora do Estado. É natural que essa gente assim proceda, o que resta sem muita esperança vem do fato de que a grande maioria deles não traz consigo um projeto para Roraima capaz de contornar os grilhões institucionais que emperram o desenvolvimento e ao mesmo tempo buscar meios para financiar a pesquisa, a produção e a logística, imprescindíveis para viabilizar a agroindústria local.

Quase sempre esses arranjos que se premedita para disputar as próximas eleições estão tomados pelos interesses corporativos. Entre os empresários – que também são políticos – estão, por exemplo, aqueles que apresentam certo hibridismo, desenvolvendo atividades econômicas rurais e também urbanas. Esses imaginam equivocadamente a existência de um estado que possa existir com cobrança mínima de impostos ou, na outra ponta, com uma estrutura tributária privilegiadora de segmentos econômicos que se dizem modernos.

Há, por outro lado, grupos vinculados ao agronegócio, recém-chegados a Roraima, que imaginam ter encontrado um estado de terra arrasada do ponto de vista de lideranças políticas, e mesmo que nada conheçam da realidade local, já se imaginam capazes de organizarem uma “nova” liderança para conduzir o Estado num eventual êxito do cultivo de grãos em larga escala. Ledo engano. O agronegócio pode ser importante para tirar Roraima da anêmica economia do contracheque chapa-branca, mas o Estado é ainda maior que isso. É esperar e ver para onde dobrarão os sinos.MUDANÇAS 1Os bastidores da política local estão tomados por uma boataria dando conta de possíveis mudanças na equipe de secretários e dirigentes de estatais do Governo do Estado. Especula-se até uma ampla reforma para buscar reaglutinar forças políticas de apoio ao governo Suely Campos (PP), que acaba de ser mal sucedido nas eleições municipais de 2 de outubro passado.MUDANÇAS 2Fontes da Parabólica, bem situadas nos bastidores do Palácio Hélio Campos, garantem que de certo haverá mudanças na equipe de primeiro escalão da governadora Suely Campos. Tais mudanças, segundo nossas fontes, não serão radicais, mas, sim, muito pontuais, com a troca de alguns nomes, mas com a manutenção da mesma conduta e lógica, que tem caracterizado a atual administração estadual até aqui. É só esperar para ver.ALIADOSAlguns dos aliados da governadora Suely Campos, que já foram sondados oficiosamente sobre essas mudanças pontuais na equipe de governo, disseram à Parabólica que não têm muita disposição de participar do processo de escolha de eventuais mudanças na equipe de primeiro escalão do governo. Dizem não preferir assumir qualquer responsabilidade com os eventuais resultados.AUMENTOOntem, em entrevista ao programa Agenda da Semana, da Rádio Folha, a diretora do Departamento de Receita da Secretaria Estadual da Fazenda, Adilma Rosa, disse que a arrecadação do ICMS em agosto deste ano foi 40% maior que a mesma realizada em agosto do ano passado. A arrecadação de setembro/16 também apresentou aumento substantivo de quase 15% em relação ao mesmo período de 2015. Sem dúvida é o melhor desempenho do todos os estados brasileiros, quase todos com queda acentuada na arrecadação desse imposto, que é a principal fonte de receita dos estados. O cenário da crise econômica é que empurra essa arrecadação para baixo.INSUFICIENTEEmbora esses números sejam expressivos – a arrecadação média do ICMS está em torno de R$ 61 milhões/mês -, a diretora do Departamento de Recita da SEFAZ, Adilma Rosa, alerta que esses valores devem ser olhados com cautela. Basta dizer que o ICMS representa algo como 20% do Fundo de Participação dos Estados (FPE). Quando feitas as contas, o crescimento da receita total do Estado ficaria em torno de 8% (40% x 20%), um pouco menor, portanto, que a inflação do período.TOMA LÁ, DÁ CÁ.No Palácio do Alvorada, ontem, o presidente Michel Temer (PMDB) recebeu, para um jantar, uma verdadeira multidão. Foram cerca 300 parlamentares da base de apoio do governo federal, muitos acompanhados de suas mulheres. Antes da mesa de refeição, os parlamentares e suas famílias tiveram que ouvir as explicações de dois economistas sobre a necessidade de aprovação da chamada PEC 241, aquela que vai fixar aumento real zero nas despesas públicas pelos próximos 20 anos. O governo Temer dá afagos, como os jantares sucessivos entre o governo e sua base parlamentar de apoio, mas joga duro também. Temer fez chegar aos ouvidos dos aliados que os que não votarem pela aprovação da PEC 241 serão retaliados: não indicarão ninguém para cargos federais e também não terão liberados recursos do Orçamento Geral da União.REVELAÇÃOO deputado federal Hiran Gonçalves, que dirige o PP em Roraima, participou do jantar com o presidente Michel Temer, ontem, em Brasília. Antes de embarcar, ontem, para Brasília, ele concedeu entrevista ao programa Agenda da Semana, da Rádio Folha, e disse que estava esperançoso de que Temer anunciasse lá mesmo no jantar o nome do novo presidente da FUNAI, que é um personagem importante para Roraima. Hiran antecipou que o indicado passaria ao largo do aparato indigenista e ambientalista que tomou conta daquela autarquia, tutora dos índios brasileiros.