Bom dia! A aprovação da PEC 241 (de contenção de gastos públicos), em primeiro turno, por larga maioria, na Câmara dos Deputados, deixou demonstrada a enorme diferença entre os governos de Dilma Rousseff (PT) e de Michel Temer (PMDB). A petista legitimada por mais de 54 milhões de votos – argumento que seus aliados nunca cansaram de repetir – não tinha apoio nem de seu partido, ou dos partidos de sua base de apoio, nem para fazer reformas minimamente impactantes sobre a natureza populista de seu governo.

O peemedebista que ocupa a vaga de Dilma legalmente, mas sem qualquer legitimidade popular, demonstrou que quando há correspondência ideológica entre o conteúdo ideológico do Executivo e sua base parlamentar a coisa anda. É claro, dada a natureza atavicamente fisiológica dos políticos tupiniquins, um pouco de toma lá da cá, é imprescindível para lubrificar os canais dos diálogos. Assim, a PEC 241 não encontrará muita dificuldade para ser aprovada no segundo turno de votação na Câmara dos Deputados e nos dois turnos do Senado Federal.

Alguns leitores mandaram mensagens para a Coluna perguntando aos nossos redatores se a PEC 241 será boa para o país. E nós não vamos fugir do desafio de falar. Começamos por dizer que não se trata de um cotejamento entre o bom e o mau. Decididamente, ela é necessária para tentar evitar – não sabemos se a esta altura do jogo essas mudanças surtirão o efeito esperado – um desastre ainda maior daqui a uns dois ou três anos.

O que se pode exigir como contrapartida do governo atual é uma redução, o mais rápido possível, da taxa de juros da economia brasileira. Sem isso, só os pobres pagarão pelo ajuste. E isso não é tolerável.TESTE DE FOGOMuitos analistas dizem que a aprovação da PEC 241 era o primeiro grande teste do governo Temer nas suas relações com o Congresso Nacional. Não é uma avaliação correta. O grande teste na capacidade do presidente de convencer senadores e deputados para aprovarem as reformas necessárias para tirar o Brasil da crise será a reforma da Previdência Social. As propostas que serão enviadas ao Congresso Nacional têm potencial de contrariar interesses, dividindo a base conservadora do Parlamento que apoia Michel Temer.IMPEACHMENTAs redes sociais continuam sendo utilizadas irresponsavelmente disseminando boatos sem qualquer fundamento fático. Um desses exemplos foi a mentira espalhada nessas redes dando conta de que o presidente da Assembleia Legislativa do Estado (ALE), deputado estadual Jalser Renier (SD), teria acolhido um pedido do Ministério Público de Contas (MPC) para abrir um processo de impeachment contra a governadora Suely Campos (PP). Fontes da Parabólica garantem que isso não existiu. É puro fake.BOATARIAOs autores dessa onda de boataria têm usado o nome da Folha para tentar passar a impressão de credibilidade nas mentiras inventadas e compartilhadas nas redes sociais e no WhatsApp. Os estelionatários virtuais criam matérias falsas para tentar confundir a opinião pública e aumentar o clima de instabilidade no roraimense.RESPOSTADifícil não esperar resposta do governo Suely Campos depois das declarações do ex-secretário estadual da Fazenda, Kardec Jackson, afirmando que o Tesouro Estadual tinha ao mínimo R$ 90 milhões em conta, valor suficiente para pagar o salário dos servidores públicos e ainda bancar o repasse do duodécimo dos órgãos e poderes do estado. Kardec foi gente da confiança da governadora, é técnico que sabe o que está falando e preside o sindicato de sua categoria de fiscais de tributos estaduais. Não falaria sem base, para não ser arrolado como irresponsável.REFORMAAinda são fortes os boatos dando conta de uma reforma pontual na equipe de primeiro escalão da governadora Suely Campos. O que parece claro é que a equipe mais técnica, e política, que está mais próxima da governadora, deseja essa mudança, mas uma corrente mais forte ainda dentro do governo não quer aceitar perder espaço de mando. Isso tem dificultado a tomada de decisão.NÃO FOIEmbora tenha sido anunciado, a governadora Suely Campos não participou do encontro de governadores na terça-feira, 11, em Brasília. Foi representada no evento pelo secretário estadual da Fazenda, Shiská Pereira. Suely ficou em Boa Vista e, ontem à tarde, recebeu em audiência no Palácio Hélio Campos, o novo presidente da Eletrobras Distribuidora Roraima, Anselmo de Santana Brasil.BALDEOs governadores endividados receberam um balde de água fria na esperança de obterem alguns trocadinhos a mais – via Fundo de Participação dos Estados (FPE) – decorrentes da repatriação de recursos mantidos por brasileiros no exterior, sem declaração no Imposto de Renda brasileiro. O prazo para que esses “honestos” brasileiros trouxessem para o quebrado Brasil bilhões de dólares mantidos lá fora – muitos originados na corrupção – termina no próximo dia 30. Os governadores queriam uma prorrogação desse prazo e havia uma proposta tramitando na Câmara dos Deputados nesse sentido. Mas, prevendo dificuldade de aprová-la, o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM), mandou arquivá-la.