Aparências e nada mais – Tom Zé Albuquerque*A sociedade é formada pela pluralidade das pessoas, nas mais diversas áreas, situações, níveis ou condições. Não seria possível jamais a sua unidade, mas isso não faculta a pessoa a se perder de sua individualidade, a se camuflar e projetar a outrem uma imagem embaçada de si, especialmente quando acobertada de máscaras.Através da teatralização clássica da Grécia, o termo Persona deriva da palavra latina equivalente à máscara, artifício utilizado pelos atores gregos para dar vida aos papéis por eles representados. Persona, pois, retrata as performances sociais, as roupas, os bens materiais e sua correspondente ostentação, o estilo de externar suas expressões, as vaidades e pedantismos e os anseios mais profundos, escusos ou não. A Persona aponta para um aspecto da personalidade, conforme defendia Jung na Psicologia analítica, conquanto, aquilo que se representa perante o externo (e nos relacionamentos com os outros) vai além da identidade humana, não se limitando apenas a ela, pois concerne à personalidade. Assim, a maneira como cada ser humano tenta se mostrar ao seu meio e os formatos escolhidos para se relacionar requer máscaras para fins de adaptação do sujeito no seu ambiente e sua flexibilidade de adaptação.“Com quais máscaras eu tenho que sair hoje?” Eis um questionamento perene da sociedade. Estar mascarado permite ao homem blindar sua mentira, para que aos olhos de outrem suas qualidades entrem em ebulição retratando uma estampa ilusória de segurança e felicidade. Não há, no entanto, máscara pior, mais nociva que aquela que instiga a si próprio, delineando uma efígie de perfeição e acortinando suas mazelas, fraquezas, angústias e escabrosos desejos. E para essa triste criatura que sobrevive do autoengano, nada mais balsâmico que acreditar no ilusório da sua deformidade. A hipocrisia tem essa característica, não se prende somente a pregar algo e agir de outra forma bem distinta, mas se alicerça naquilo que a pessoa fielmente acredita e se acostuma a viver daquela mentira cultivada.Geralmente, as necessidades emocionais ditam o formato da máscara para cada momento, em especial aquelas que possam sustentar a aprovação e o reconhecimento. Não obstante todo ser humano se utilizar de disfarces, não são muitos os que reconhecem estarem usando esse artifício, e isto é uma situação que aleija a sociedade. Noutro flanco, quanto maior for o autoconhecimento e quanto mais maciça for a personalidade, menos máscara serão utilizadas. Estar consciente do uso de máscara torna o ser humano menos dissimulado e pavimentará o caminho para a redução de disfarce, até a sua extinção. Mas isso requer um nível portentoso de moralidade e de desprendimento.Uma bela narrativa que delineia essa dura realidade foi construída por Gilbert B Lazan, intitulada naturalmente de Máscara, ao que parcialmente aqui transcrevo: “Cada vez que ponho uma máscara para esconder minha realidade, fingindo ser o que não sou, faço-o para atrair o outro e logo descubro que só atraio os outros mascarados, distanciando-me dos outros a um estorvo: a máscara; faço-o para evitar que os outros vejam minhas debilidades; faço-o para preservar minhas amizades; faço-o convencido que de que é melhor que posso fazer para ser amado e logo descubro o triste paradoxo; o que mais desejo obter com minhas máscaras é, precisamente, o que não consigo com elas”. *Administrador – email: adm.tom.albuquerque.com.br————————————–A PEC 241 não é a única saída – Angela Portela* Durante o longo processo que culminou com o impeachment de Dilma Rousseff, alertei inúmeras vezes que um dos objetivos das forças que articulavam a deposição da presidenta era impor ao país uma pauta de restrição dos direitos sociais e de diminuição dos investimentos em saúde e educação. Não demorou muito para que as previsões se confirmassem.A proposta de emenda à Constituição 241, identificada por Novo Regime Fiscal, aprovada na Câmara dos Deputados, infelizmente, confirma as piores previsões e torna-se, de certa forma, a prova cabal da insensibilidade social do governo Temer.Sob o argumento de que é preciso combater o desequilíbrio fiscal, os técnicos do governo pretendem impor uma política de forte retração dos investimentos públicos, com efeitos drásticos em áreas fundamentais para o resgate da dívida social brasileira.Economistas independentes têm dito que a PEC 241 parte de uma premissa equivocada, uma vez que a fonte do déficit fiscal brasileiro não é o aumento das despesas, mas a diminuição das receitas, fruto da retração da economia, de políticas de desoneração exageradas e da falta de uma reforma tributária que faça os mais ricos pagarem mais impostos, aliviando a carga sobre os mais pobres.A PEC 241, ao contrário do que apregoam seus defensores, se aprovada, pode agravar a recessão, aprofundando o próprio déficit fiscal que pretende diminuir. A estagnação dos investimentos públicos por 20 anos, além de um ato antidemocrático, porque impede a livre tomada de medidas de política econômica por futuros governos – pois ainda teremos eleições democráticas em nosso país -, elimina o caráter de indutor da economia que o estado por certo tem.Apenas em um exemplo simples, tomando por base estudo da Fundação Oswaldo Cruz, setenta centavos de cada real investido no SUS retornam à sociedade na forma de crescimento econômico. Se levarmos em consideração que o congelamento atingirá a educação e a formação profissional das próximas gerações e investimentos em infraestrutura, é possível estimar os enormes efeitos negativos da 241.Tampouco é verdade que a PEC tenha a capacidade de melhorar a qualidade dos gastos públicos, algo que depende de investimentos nos serviços públicos. O orçamento congelado vai provocar uma disputa ferrenha por recursos entre áreas do governo, aumentando o poder dos grupos de pressão. Alguém acredita que políticos acostumados a aproveitar os banquetes do poder vão abrir mão de seus privilégios?A PEC 241 nada mais é do que uma tentativa do governo ilegítimo de garantir a remuneração do sistema financeiro, responsável por sugar 40% do Orçamento Federal, na forma de pagamento dos serviços da dívida. Note-se que a proposta do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, protege de cortes os gastos com a dívida pública. É preciso refutar, a afirmação do ministro, de que não há alternativa que não seja a PEC 241, já batizada pela oposição e especialistas em políticas públicas, de “A PEC da Morte”, dado o seu caráter de injustiça com a parcela mais desprovida de direitos socais do nosso país.É importante dizer que a medida é uma verdadeira invenção dos burocratas do governo. Nenhum país aplica um congelamento desse tipo, especialmente em momentos de crise, quando os investimentos públicos são ainda mais necessários. Os países que adotam restrições ao crescimento das despesas usam como parâmetro o crescimento da própria economia, o que garante a distribuição mais justa das riquezas do país.Há, sim, alternativa. A principal delas é uma cobrança mais justa de tributos sobre os que praticamente não pagam nada hoje. Tributos sobre grandes fortunas ou a taxação de dividendos obtidos em participação societária são apenas algumas das possibilidades. Infelizmente, em nosso país os mais ricos pagam muito pouco imposto, que se concentra no consumo, inclusive de bens como alimentos e medicamentos, penalizando os mais pobres.Uma reforma tributária justa geraria recursos fundamentais para garantir investimentos públicos que certamente levarão à retomada do crescimento. E com a economia recuperada, a arrecadação voltará a crescer, tapando o buraco do déficit. Essa, sim, é a única receita. *Senadora da República —————————————-Qual a sua idade? – Afonso Rodrigues de Oliveira*“O homem que não é um liberal aos 16 anos não tem coração; o homem que não é um conservador aos 60 não tem miolo”. (Benjamin Disraelli)Um pensamento absolutamente dentro dos padrões do pensamento político. É bem verdade que nossos pensamentos mudam com a nossa idade. O que faz parte do nosso desenvolvimento cultural. E este faz parte do nosso desenvolvimento racional; da nossa evolução. Então vamos evoluir. Não podemos ficar tentando mudar as coisas, escudados com pensamentos passados. Mas eles fazem parte do nosso enriquecimento mental, espiritual e racional. Será que evoluímos o quanto deveríamos evoluir, nesse montão de séculos em que caminhamos sobre essa Terra cheia de terra suja? Sei lá. Mas acho que não. Confesso que fiquei mais de uma hora parado aqui, diante do computador tentando evitar falar sobre política. Mas, cara, tá difícil pra dedéu. Afinal de contas, a política faz parte de nossas vidas. Seis séculos antes de Cristo nascer, o Imperador chinês Lao-Tseu falou essa pérola escura: “A política dos governantes sábios consiste em esvaziar a mente dos homens e encher-lhes o estômago. Aqueles que acham que promovem o bem-estar de uma nação, espalhando nela a instrução, enganam e arruínam a nação. Manter o povo na ignorância: eis a salvação”.Em quem você votaria na próxima eleição, no Disraelli ou no Lao-tseu? Não se aborreça comigo por eu estar estragando seus dias com esse assunto chato. Mas ele é tão chato quanto necessário. E se você tem dezesseis ou sessenta anos, reflita. Mas não esquente a cabeça. Apenas observe mais as atitudes do seu político quanto à educação política do cidadão. Ou você ainda não se atentou para a diferença entre você ser obrigado a votar ou votar por consciência do dever cidadão? A diferença é astronômica. Tanto que exige de você um preparo cidadão para poder fazer valer sua cidadania. Mas ela não virá enquanto você não se conscientizar disso. E enquanto não se conscientizar não vai merecer a liberdade. Vão continuar mantendo você no baú da ignorância política. E você não vai ter poder nem direito de reclamar. Logo, estará dando uma de tolo saindo para as ruas para gritar pelo que ainda não merece. Vamos fazer nossa parte para que possamos ser cidadãos de fato e de direito. Não se esqueça de que toda essa bagunça a que assistimos atualmente não é mais do que resultado de uma cultura que trazemos de antes do início da Era Cristã. Continuamos apenas nos mantendo enganados por nós mesmos. Dirigidos pelos que continuam esvaziando nossas mentes, e estômagos. Encerro esse assunto hoje. Prometo. Pense nisso. *[email protected]
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