Opinião

Opiniao 26 10 2016 3161

Educação social: um fenômeno humano  –  Sebastião Pereira do Nascimento*Diante das muitas acepções humanas, o psicólogo Lev Vygotsky destaca que o “homem é essencialmente social: é na relação com o próximo, numa atividade prática comum, que este, por intermédio da educação acaba por se constituir e se desenvolver enquanto sujeito”. Dessa maneira, Vygotsky evidencia a ideia de que o ser humano, diferentemente de outros animais, não se encontra limitado a sua própria experiência pessoal e/ou as suas próprias reflexões. Ao contrário, a experiência individual se alimenta e se aprofunda, em especial, graças à apropriação da experiência social que é veiculada pelas diferentes formas de educação, mediante os processos de comunicação que se entrelaçam com outros sujeitos.A ideia de transformação humana através da educação, como proponha o professor Paulo Freire, não se dar apenas na escola formal, mas também a partir da possibilidade de ir a outras pessoas, conviver com elas, aprender com elas e interrogar o que elas sabem. Daí não se pode duvidar de que conhecemos muitas coisas por causa da prática humana, todavia, é preciso ir mais além, para conhecer melhor as coisas que já conhecemos e conhecer outras que não conhecemos.Rousseau, também compartilha da mesma ideia quando coloca que “…nascemos fracos, precisamos de força; nascemos desprovidos de tudo, temos necessidade de assistência; nascemos estúpidos, precisamos de juízo. Tudo o que não temos ao nascer, e de que precisamos quando adultos, é-nos dado pela educação. E essa educação nos vem da natureza, da interação social, da mediação de parceiros mais experientes e das relações frente a frente que estabelecemos com o outro”. Desse modo, acreditamos que as mudanças ocorridas no indivíduo estão ligadas à sua interação com a história da qual ele faz parte. Por isso o aprendizado envolve a interação com outros indivíduos e a interferência direta ou indireta deles. É fenomenológico quando se diz que não existe educação sem um pensar e sem uma realidade que permita uma compreensão crítica da prática sociocultural na qual o homem está inserido, ou seja, a educação e transformação da realidade são exigências recíprocas, cuja responsabilidade não podemos nos eximir, como apregoa Paulo freire.Para o educador Jacques Delors, o processo educacional está estreitamente relacionado com pilares da educação, ele acredita que a aprendizagem é um processo de apropriação ativa do conhecimento das experiências humanas, que impulsiona de forma não linear o desenvolvimento, promovendo a análise de conceitos, esclarecendo significados, elaborando hipóteses e verificando a validade dos processos de raciocínio. Processo esse pelo qual o sujeito adquire informações, habilidades, atitudes e valores a partir de seu contato com a realidade e com pessoas que participam de sua interação social.A educação é um fenômeno humano produzido em situações sócio históricas, através de conquistas sociais. Conquistas estas que garantem um sistema educacional voltado para o respeito à diversidade, que defenda a inclusão de saberes e que rompa com os elos instituídos, quebrando paradigmas sem causas e efeitos. Aqui a inclusão, portanto, não significa tornar todos iguais, mas respeitar as diferenças de raça, religião, nacionalidade, classe social, econômica, cultural ou capacidade física e intelectual, desenvolvendo no ambiente humano uma mutualidade e o aproveitamento dessas diferenças para melhorar as relações na sociedade. Entretanto, no sentido de permitir essas transformações, a educação exige a utilização de diferentes estratégias para responder às diferentes necessidades, capacidades e níveis de desenvolvimento individuais. Isto exige intervenções necessárias e modificadoras capazes de nortear as transformações humanas a partir daquilo que consideramos educação. Ao contrário do que mostra ser a atual educação brasileira, que ao bel-prazer, está sendo ainda mais forjada, posto que a sociedade não tem espírito pensante para se opor diante de mais um processo de liquidificação da educação.Aqui retomo Paulo Freire quando o mesmo se refere ao seu método de ensino a favor dos oprimidos, mostrando como atuava o processo de opressão e como poderia haver aprendizado com base nesta realidade, onde a libertação do indivíduo poderia se dar a partir do momento em que este indivíduo reconhecesse a sua própria condição real, para que esta pudesse ser transformada. Tais disposições confrontam com o atual momento da educação brasileira que se inspira numa ideologia burguesa, com a vanguarda educacional voltada os olhos para o novo, rejeitando valores intrínsecos da vida humana.Finalizando, para que possamos desfrutar de uma educação reparadora é preciso agir com respeito, responsabilidade, justiça e aprender a usar as intervenções nas mais diferentes situações e comprometer-se com o que acontece na vida da comunidade e do país, sendo esses valores e atitudes desenvolvidos na vida a partir da educação social.

*Filósofo – [email protected]————————————O vento e a vela – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Nada pode impedir um homem com uma atitude mental positiva de atingir seus objetivos; nada no mundo pode ajudar um homem com uma atitude mental negativa”. (W. W. Ziege)Não há como ajudar alguém que não quer ser ajudado. E pensamentos negativos não aceitam ajuda. O que indica que toda a ajuda de que você necessita está em você mesmo. Não há como ajudar a quem não é capaz de pensar positivamente. O que nos indica que não devemos ficar por aí procurando ajuda. Nossos pensamentos são as velas impulsionadas pelos ventos da nossa racionalidade. Todos nós somos capazes de controlar nossos pensamentos. Só não o conseguimos porque não acreditamos nisso, e nos deixamos levar pelos ventos negativos. Ainda não aprendemos a ajustar as vela. E acabamos deixando o barco à deriva, levado por pensamentos negativos. Quando somos capazes de ajustar as velas do barco não permitimos que o negativismo nos domine. Você é o timoneiro do seu barco. Não permita que ele navegue à deriva no mar do seu destino. Viva, cada momento na sua vida, como ele deve ser vivido. E só você tem o poder de saber, e determinar, que vida você quer viver. Não espere a felicidade, vinda de alguém que não seja você mesmo. Ninguém tem poder sobre você se você se valorizar. E isso é muito simples. É só você ser o que você realmente quer ser. Simples pra dedéu.Ninguém é capaz de resolver um problema concentrando-se nele. Quanto mais você pensa no problema mais ele cresce. E é aí que ele toma conta de você, domina você, e faz de você uma marionete, títere de você mesmo. Está aborrecido porque alguém traiu você? Tolice, cara. Aquele delegado paulistano já me falou isso, numa conversa de amigos: “Não haveria vigaristas se não existisse os otários”. E é o que acontece quando nos aborrecemos porque fomos enganados por alguém. É só você parar, refletir, olhar-se no seu espelho interior e se perguntar: ele me enganou ou eu me enganei com ele? Se você se enganou, então o otário foi você. Seja mais esperto no futuro e você estará regulando a vela do seu barco para evitar novos aborrecimentos. Porque é assim que evoluímos, não perdendo tempo com aborrecimentos que poderíamos ter evitado, se tivéssemos sido racional. Não espere que alguém faça de você uma pessoa feliz. Só você tem esse poder. Ninguém mais. Não podemos ajudar a quem não quer ajuda. E quem quer, procura ajuda em si mesmo. E toda a ajuda de que necessitamos está nos nossos pensamentos positivos. E eles estão no nosso nível de evolução, dentro da nossa racionalidade. Logo, nunca perca seu tempo com pensamentos negativos. Pense nisso. *[email protected]