Bom dia!Enquanto os novos prefeitos eleitos preparam seus ternos para tomar posse, uma sombria realidade os espera. Mesmo que não haja números oficiais, é possível afirmar, sem medo de errar, que os novos prefeitos dos 14 municípios do interior de Roraima vão encontrar, em sua maioria, os cofres públicos no vermelho, algumas das situações, perto do desespero.

Os novos administradores que vão herdar o rombo só saberão a real situação quando assumirem as prefeituras, uma vez que os atuais prefeitos esconderam os números durante a campanha eleitoral e, legalmente, nenhum deles é obrigado a prestar informações ao Tesouro Nacional. Por isso, boa parte dos 5.570 prefeitos não enviou os números. Mas dos 3.155 municípios que informaram o quadro de suas finanças, 77,4% mostraram que já estão com as contas no vermelho, segundo levantamento feito pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM).

Com o quadro de crise, os ventos que sopram indicam que a tendência é piorar mediante as seguidas quedas da arrecadação, o que significa uma “bomba fiscal” que irá estourar nas mãos dos novos gestores. Em Roraima, boa parte dos prefeitos deverá entregar as chaves sem pagar o 13º salário dos servidores. E não adianta os prefeitos eleitos correrem de pires na mão em busca de recursos em Brasília.

Se há algum tipo de consolo para os eleitos que esperam a diplomação e posse é que alguns prefeitos que irão deixar o cargo ainda lutam para não deixar as contas deficitárias, pois eles podem ser condenados por crime de responsabilidade fiscal, o que os tornarão “ficha suja”. A Lei de Responsabilidade Fiscal proíbe uma série de práticas nos últimos oito meses do mandato, entre elas deixar ao sucessor restos a pagar a descoberto, ou seja, sem dinheiro em caixa para honrar o pagamento. Fora isso, é separar o terno para a posse e esperar a bomba.BARULHO 1Embora longe dos holofotes da mídia, continua barulhenta a briga do sindicalizados com a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Municipais (Sitram), protagonizando mais um capítulo na assembleia, realizado na noite de segunda-feira. A maioria dos presentes não ficou satisfeita com a prestação de contas referente ao primeiro semestre 2016 e uma confusão começou quando seguranças particulares partiram para cima dos insatisfeitos. Após tudo se acalmar e todos acharem que a reunião iria prosseguir, mesmo com a diretoria se retirando do local cercada de seguranças, a energia do prédio foi desligada. BARULHO 2O embate está longe de terminar, pois a direção do Sitram se nega a apreciar a proposta de eleger uma comissão formada por cinco pessoas para fazer um levantamento minucioso dessas contas. O embate se arrasta desde que o sindicato comprou um prédio no bairro Santa Teresa, na zona Oeste da Capital, por R$ 1,5 milhão, em julho deste ano, onde hoje abriga a sede da entidade. Os sindicalistas chegaram a denunciar que o imóvel pertenceria a um vereador e que foi negociado sem o consentimento da categoria.SEM PLANOSem ter um plano definido para equacionar a delicada questão do sistema prisional, que ficou mais fragilizado do que já era com a guerra entre facções criminosas, o Governo do Estado tem levado os líderes e integrantes desses grupos de um lado para o outro sem considerar a segurança da população. Os criminosos já chegaram a ficar no prédio do antigo CSE, no bairro Asa Branca, perto de duas escolas públicas e da movimentada avenida Ataíde Teive, onde há agência bancária, comércio, feira e restaurantes. ESCOLAPor último, o governo levou os líderes de uma das facções para um quartel da Polícia Militar que fica no Centro, em frente a uma instituição de ensino privado, a Escola Colmeia. Preocupada com a segurança de alunos e professores, a direção da escola decidiu suspender as aulas e bateu nas portas do Ministério Público para pedir providência. A PM diz que os criminosos só iriam ficar lá até amanhã, quando uma nova solução seria apontada. SANGRIACoube ao presidente do PMDB, senador Romero Jucá (PMDB), sair em defesa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e pedir equilíbrio entre poderes. Ele não chegou a falar nada sobre a declaração da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia (“Onde juiz for destratado, eu também sou”). Afinal, o próprio de Jucá já foi pego numa gravação dizendo que era preciso buscar apoio no STF para tentar “estancar a sangria” da Operação Lava Jato. Então, melhor que nem toque no assunto.ATIRADORNessa “briga de cachorro grande”, só quem tem a perder é ele mesmo, Renan Calheiros. Afinal, ele mexeu com o Judiciário ao chamar de “juizeco” o juiz Vallisney de Souza Oliveira, responsável pela Operação Métis, que prendeu o chefe da Polícia Legislativa; rasgou o verbo contra o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, ao afirmar que ele não tem se portado como ministro de Estado, “no máximo” como um “chefete de polícia”; e disse ainda que a Polícia Federal usou “método fascista”. PANOS MORNOSMas a ordem do Palácio do Planalto é não contra-atacar, afinal, em reunião realizada na semana passada, Renan Calheiros acertou com os líderes partidários do Senado para discutir a tramitação da PEC 241 na Casa. Pelo que ficou acertado, a proposta será votada pelo plenário em primeiro turno em 29 de novembro, e em segundo turno, em 13 de dezembro. Até lá, há muitos panos mornos para colocar em cima.