Opinião

Opiniao 05 11 2016 3210

Não espere o ano novo para sair das dívidas – Dora Ramos*

Dinheiro é sagrado, não aceita desaforo”. Esta é uma máxima muito presente no cotidiano de profissionais de economia e finanças, mas que também determina muitos passos de cidadãos comuns que sabem administrar os gastos. Pessoas assim sabem diferenciar crédito disponível de poder de compra, sabem quanto exatamente sobra do salário no fim do mês e, principalmente, sabem exatamente em qual situação financeira se encontram. Mas e quem não sabe nada disso, o que deve fazer?

 É muito comum nos depararmos com pessoas que ganham um salário de razoável para bom, teoricamente suficiente para proporcionar qualidade de vida e manter distância dos boletos atrasados. O problema é que muitas dessas pessoas se esquecem de mensurar quanto de seus rendimentos vai para os gastos básicos (luz, água, telefone, supermercado), quanto vai para outros gastos constantes (impostos, prestação do apartamento/carro, combustível, plano de saúde, cafezinho pós-almoço) e quanto sobra para o “poder de compra”.

 Apenas tendo essa diferenciação, é possível saber em qual situação financeira nos encontramos! Mesmo no curto prazo, algumas medidas devem ser tomadas, para que, aos poucos, as coisas se ajustem. O ideal é fazer uma planilha de gastos e, a partir disso, iniciar o corte de atividades supérfluas – aquela viagem de fim de ano pode ser adiada; aquela pizza não é tão fundamental assim durante a semana; seu cachorro pode sobreviver sem aquele brinquedinho; e seu cabelo (principalmente, os femininos) com certeza não precisa visitar o salão de beleza com tanta frequência.

 Outro fator importante é identificar a diferença básica entre dinheiro para gastar e crédito. Se uma pessoa recebe, por exemplo, um salário de R$ 3 mil, ela pode obter até R$ 9 mil em crédito apenas visitando três agências de diferentes bancos. A questão é: como será possível, com um rendimento desses, pagar essa dívida, mesmo que em muitas e pequenas parcelas? É praticamente impossível, já que os juros podem se tornar uma bola de neve, capaz de acabar com a saúde financeira de qualquer pessoa!

 Mesmo com pouco mais de dois meses para 2017, é hora de tomar uma atitude. Busque entender seus rendimentos, ponha seus gastos na ponta do lápis, utilize seu 13º salário para reduzir as dívidas, planeje-se para entrar no ano novo com mais tranquilidade. A troca do calendário não pode servir de desculpa para adiarmos medidas positivas.  É possível encontrar um ponto certo, capaz de garantir saúde às suas finanças e de realizar seus sonhos em um prazo razoável. Basta planejar!

 *Educadora financeira e diretora responsável pela Fharos Contabilidade & Gestão Empresarial (www.fharos.com.br) ————————————–

Quem não deve, não teme. Fora Temer! – Jaime Brasil Filho*

O que falta dizer às pessoas – mas, talvez a grande imprensa não deixe – é que foi o capitalismo quem colocou o mundo inteiro em crise, e não outro modo de produção.

Não se confundam com as bandeiras vermelhas, ou de qualquer outra cor. As crises sociais e econômicas no mundo inteiro estão sendo causadas pelas consequências naturais do modo de produção capitalista: acumulação de riqueza, desigualdade, aumento da exploração do trabalho humano, destruição dos recursos naturais,desemprego sistêmico, poluição e consequente alteração das condições climáticas e de vida da biosfera.

É curioso que o sistema econômico que domina todo o planeta não consiga produzir, hoje em dia, nenhum pais que se diga em plena prosperidade. Todos se dizem em crise, todos se dizem com problemas econômicos a resolver. E, não coincidentemente, nesses mesmos países não há nenhum grande banco que não esteja lucrando bilhões.

Aqui no Brasil, foi o neoliberalismo capitalista quem impôs o tripé: câmbio flutuante, meta inflacionária e superávit primário (dinheiro dos impostos que vai para os banqueiros). FHC, Lula e Dilma seguiram essa receita econômica que descapitaliza os países no mundo inteiro até quebrá-los. É essa receita que nos deixa reféns do capital especulativo, que leva as nossas riquezas, que nos força a sermos eternos produtores de commodities, que impede que tenhamos dinheiro para investir em saúde, educação, ciência e tecnologia.

A crise que assola o planeta não foi criada por comunistas. Isso é ridículo. Que tipo de comunista é aliado de banqueiros e empreiteiras? Que tipo de socialista defende a destruição do ambiente para a produção do grande agronegócio? Apenas os falsos.

Nossos governantes, neste país, desde a primeira eleição presidencial pós ditadura, são todos atores ou títeres dos grandes interesses capitalistas neoliberais.  

Desde a “privataria” tucana – que além de entregar o patrimônio do povo nas mãos das grandes corporações, além de quebrar o Brasil três vezes, alterou o perfil da dívida pública, que no começo do período FHC era de 38% do PIB e no final desse período já era de mais de 70%- seguiram-se os ataques aos direitos dos trabalhadores. Nos governos Lula e Dilma não foi diferente. O primeiro aceno aos banqueiros se deu com a Reforma Previdenciária de 2003 e, depois, esses governos seguiram dando lucros estratosféricos aos banqueiros e especuladores e renúncias de receita via incentivos fiscais às grandes corporações. Tudo isso e muito mais nos trouxe até aqui.

Claro que a corrupção passeou em todos esses governos, claro que houve uma enorme sangria de dinheiro do Brasil para fora via Contas CC5, remessas de lucros, evasão de divisas, PROER, Banestado, Petrobrásetc.Mas, a questão central é que o que nos trouxe até aqui não foram os poucos e superficiais programas de transferências de renda e nem programas de inserção de brasileiros em escolas de nível superior. Não foi o Minha Casa Minha Vida quem nos quebrou. Para que tenhamos uma ideia o pagamento de juros e amortizações da dívida neste ano passará dos 400 bilhões de reais do orçamento da União, mais ou menos 50% de todo o nosso dinheiro, enquanto que do mesmo cofre não sairão mais do que 4% para a educação.

O grande eixo dos nossos problemas tem nome: dívida pública.

A Sra. Maria Lucia Fattorelli é uma das maiores especialistas mundiais em endividamento público. Ela é auditora aposentada da Receita Federal e, para se ter uma ideia, foi convidada a compor o Comitê de Auditoria da Dívida Grega. Ela também é fundadora do movimento “Auditoria Cidadã da Dívida”.

Maria Lucia é clara ao afirmar que: “O problema começa quando nós começamos a auditar a dívida e não encontramos contrapartida real. Que dívida é essa que não para de crescer e que leva quase a metade do Orçamento? Qual é a contrapartida dessa dívida? Onde é aplicado esse dinheiro? E esse é o problema. Depois de várias investigações, no Brasil, tanto em âmbito federal, como estadual e municipal, em vários países latino-americanos e agora em países europeus, nós determinamos que existe um sistema da dívida. O que é isso? É a utilização desse instrumento, que deveria ser para complementar os recursos em benefício de todos, como o veículo para desviar recursos públicos em direção ao sistema financeiro. Esse é o esquema que identificamos onde quer que a gente investigue. ”

Sobre a atual dívida brasileira, ela sustenta: “Nos últimos anos, metade do crescimento da dívida é nulo. Eu só tive condição de fazer o cálculo de maneira aritmética. Ficou faltando fazer os cálculos de 1995 a 2005 porque o Banco Central não nos deu os dados. E mesmo assim, você chega a 50% de nulidade da dívida, metade dela. Consequentemente para os juros seria o mesmo [montante]. Essa foi a grande jogada do mercado financeiro no Plano Real porque eles conseguiram gerar uma dívida maluca. No início do Plano Real os juros brasileiros chegaram a mais de 40% ao ano. Imagina uma dívida com juros de 40% ao ano? Você faz ela crescer quase 50% de um ano para o outro. E temos que considerar que esses juros são mensais. O juro mensal, no mês seguinte, o capital já corrige sobre o capital corrigido no mês anterior. Você inicia um processo exponencial que não tem limite, como aconteceu na explosão da dívida a partir do Plano Real. Quando o Plano Real começou, nossa dívida estava em quase 80 bilhões de reais. Hoje ela está em mais de três trilhões de reais. Mais de 90% da dívida é de juros sobre juros. ”

E, adivinhem para que o Sr. Temer está lançando esses pacotes de maldades contra o povo brasileiro. Para dar mais dinheiro aos parasitas do mercado financeiro. Ainda que todo o arrocho seja feito nas costas do trabalhador, ainda que se sejam extintas a educação pública e a saúde pública, ainda assim, não haverá dinheiro suficiente para aplacar o apetite dos monstros das finanças.

Precisamos de uma auditoria em nossa dívida pública. Precisamos de um outro modelo econômico, um que nos livre das chantagens do sistema financeiro.

Precisamos de uma economia a serviço do cidadão, e não estaaí, que trata o ser-humano como mero item na a geração de lucros para os que já são bilionários.

É hora de dizer a esse governo ilegítimo e insensível que não aceitaremos mais entrega do patrimônio público aos estrangeiros, que não aceitaremos mais exploração do suor do trabalhador para sustentar a sanha dos banqueiros e agiotas internacionais.

Não à “PEC do Fim do Mundo”, não à reforma da previdência, não ao projeto de terceirização (precarização) do trabalho, não às privatizações, não ao desmonte do Estado.Fora Temer!

*Defensor Público —————————————

Quero ou não quero? – Afonso Rodrigues de Oliveira*“O homem superior faz o que é adequado à posição que ocupa; ele não deseja ir além disso”. (Confúcio)O único meio de você alcançar o que quer, é saber o que quer e agir como quem quer. Simples pra dedéu. Quinta-feira à noite assisti a um programa numa emissora de televisão local que me deixou preocupado.

Eram quatro mulheres especialistas no profissionalismo. Confesso que me preocupei, sim. A verdade é que não podemos alcançar o que queremos, pensando no que não queremos. Outra simplicidade que não devemos complicar.

Quando sabemos o que queremos não nos preocupamos com o que não queremos. Fica repetitivo, mas racional. Afinal, a racionalidade nos diz que o ser humano só aprende com repetições. O que é um problema sério que devemos racionalizar. O que você faz, não importa o que seja, deve ser o que você quer fazer. Caso não seja, não importa. É através da qualidade no que você faz que você vai conseguir, com qualidade, o que realmente quer fazer. O que você está fazendo no momento é apenas parte do seu aprimoramento profissional.

Não sei se você ainda se lembra do exemplo que usei, aqui, daquele faxineiro, da empresa em que trabalhávamos que foi promovido para outro setor, pelo presidente da empresa. Ele nunca soube quem realmente o promoveu. E isso não importa. O que realmente importa é o porquê da promoção. Talvez você pergunte: que promoção? Foi apenas um faxineiro que saiu da faxina e foi pra o setor de mecânica. O presidente da empresa não estava prestando atenção ao faxineiro, mas à qualidade do trabalho que ele executava, independentemente do nível profissional dele. Porque o que realmente importa é como você faz o que faz.

Nunca perca seu tempo se perguntando por que não consegue o que os outros conseguem. Nunca desperdice seu precioso tempo pensando em fracasso. Nunca misture o negativo ao positivo. Ou uma coisa ou outra.

E a escolha é sua. Você tem o poder de escolher o que quer. Comece acreditando que o poder de Deus está com você. Ou você acredita nisso ou vai continuar sem saber o que realmente quer para uma vida de sucesso. Só quando você alcançar esse nível vai saber como viver o sucesso. Porque você nunca vai alcançar o sucesso se não cuidar do sucesso do seu trabalho.

A superioridade do seu trabalho depende do valor que você lhe dá no como você o faz. Seu sucesso depende de você e de mais ninguém. E você nunca vai consegui-lo, preocupando-se com o fracasso. Nunca pense negativo em relação ao que você faz. Os erros que você comete no que faz, estão lhe dizendo apenas como você não deve fazer. Aprenda com os erros. Pense nisso.

*[email protected]