Cotidiano

Enfermagem comunica retomada da greve

Categoria protocolou documento afirmando que o acordo firmado em maio não foi cumprido integralmente, por isso, a greve iniciará no dia 07

O Sindicato dos Profissionais de Enfermagem de Roraima (Sindiprer) protocolou, na manhã de ontem, na Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), o comunicado que confirma o retorno da categoria à greve em todo o Estado. O documento foi protocolado também na Casa Civil, na Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa (ALE) e no Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR).

Conforme o documento, a decisão da categoria ocorreu na assembleia extraordinária realizada no dia 21, na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Segundo o presidente do Sindiprer, Roberto Morais, mesmo com as inúmeras reuniões com o governo, não houve avanços no cumprimento de acordos estabelecidos nas mesas de negociação com os trabalhadores.

“Até o momento, não há nenhum posicionamento do Governo do Estado em atender as pontuações feitas pelo sindicato. Nós estamos simplesmente reivindicando que seja cumprido o acordo que foi realizado após a greve de maio, quando foi acordado com o governo que haveria atendimento das reivindicações. Até hoje, embora o secretário fale que estão sendo cumpridas as questões das reivindicações, isso não é verdade”, comentou.

Morais destacou que, até o momento, a convocação dos aprovados no concurso de 2013 e a prorrogação do certame foram os únicos pontos atendidos pela administração estadual. No entanto, as questões mais pertinentes, como o enquadramento dos servidores por tempo funcional e o pagamento das progressões, continuam sem resposta satisfatória.

“Até o momento, não há postura nenhuma do governo em atender às reivindicações, não que o sindicato tenha conhecimento. A gente está aguardando que até o dia 06 haja uma resposta positiva do governo, respondendo ao sindicato e atendendo às reivindicações dos trabalhadores”, complementou.

O sindicalista classificou a atitude do Governo do Estado como desrespeitosa e morosa, uma vez que o acordo foi assinado pelos três secretários de Saúde e por representantes do Sindipre. “O governo atendeu de forma parcial ao acordo. E esse é o motivo da indignação da categoria, que está sendo lesada, pois há um compromisso assinado para garantir a anistia aos trabalhadores que tem as avaliações, não por culpa do servidor e, sim, da gestão do Estado”, frisou.

SESAU – Em entrevista à Folha, o secretário estadual de Saúde, Kalil Coelho, voltou a afirmar que os quatro itens que foram acordados com a categoria estão sendo cumpridos, “dentro das possibilidades do Estado”. “Talvez não seja na velocidade que eles querem, mas está caminhando. Então, penso que eles vão se reunir, vão considerar e ter bom senso nessa história”, frisou.

Em relação às reivindicações dos profissionais feitas na greve, Coelho ressaltou que o número de aprovados convocados foi acordado junto aos representantes do movimento grevista. Sobre o auxílio-alimentação, a Sesau diz que já encaminhou o pleito para ser analisado pela Casa Civil. “Essa é uma questão que não compete à secretaria. Somente a governadora tem o poder de repassar esse benefício ao trabalhador, e isso demanda tempo para constar em um planejamento”, salientou.

Em relação ao pagamento das progressões, o secretário voltou a dizer que o sindicato está ciente do andamento das negociações e que a Sesau aguarda apenas o parecer técnico da Procuradoria-Geral do Estado (Proge) para tomar as providências cabíveis. “No passado, eles não foram avaliados, e essa não avaliação os prejudicou. No entanto, precisamos de um parecer da Proge, permitindo que assim o faça para poder reenquadrar esses trabalhadores”. (M.L)