Marquinhos, o hipócrita da vez – Luan Guilherme Correia*Marquinhos era um jovem de classe média alta que morava em um bairro nobre do Rio de Janeiro. Tinha uma vida confortável, com tudo do bom e do melhor que somente o esforço de pais capitalistas poderiam oferecer.O jovem só tinha a obrigação de tirar boas notas na escola em que estudava, que por sinal tinha a mensalidade mais cara da cidade. Aos 16, nunca havia movido um dedo para trabalhar e ganhar o próprio dinheiro. Seus pais, claro, queriam o retorno de todo o investimento que fizeram no filho ao longo de todos os anos e tinham o sonho que ele se tornasse médico ou advogado.Marquinhos, que sempre teve uma educação de qualidade, com os melhores professores, não precisou fazer muito para passar nas primeiras colocações de uma universidade federal, o sonho de todo jovem.Marquinhos era descolado, sempre foi popular na escola e rodeado de muitos amigos. Mas, mesmo com a vida que todos de sua idade pedem a Deus, contrariou a vontade dos pais e decidiu cursar ciências humanas. Ainda assim, os pais de Marquinhos o apoiaram na empreitada. Só queriam que o filho fosse alguém na vida, alguém do qual eles se orgulhassem e pudessem receber o retorno dos anos de investimento.A primeira coisa que Marquinhos fez ao entrar em uma universidade federal foi se engajar em movimentos estudantis. Seu sonho era representar os estudantes e lutar por uma educação de qualidade, como a que sempre teve.O jovem, filho único e de família rica, mudou radicalmente. Revoltado, Marquinhos deixou os estudos de lado e mergulhou fundo nos movimentos estudantis (que contraditório, não?). Junto com outras centenas de amigos, Marquinhos liderou o que chamava de revolução e incitou a ocupação de várias instituições de ensino no país, privando outros milhares do direito de estudar.Marquinhos odiava a vida capitalista, mas não abria mão do Iphone da vez, muito menos do carro do ano, ambos comprados com o dinheiro dos pais. Ele só queria direitos iguais, o que era um direito dele.Mas o que Marquinhos não sabe é que, se tivesse nascido pobre, de favela e ralado em escolas públicos, dificilmente teria o mesmo acesso e facilidade que teve para estar em uma universidade federal.Se questionado, Marquinhos diria que sua luta era exatamente essa. A do acesso à educação. Mas todos sabem que não é bem por aí. A luta é política, de movimentos políticos, visando a proteção de políticos corruptos.Ocupando escolas, Marquinhos deixou de ser o orgulho dos pais, privou da educação milhares de outros que tinham o direito de estudar e mostrou que a doutrinação de jovens como ele é um mal a ser combatido. No dicionário de jovens como ele, a palavra ocupação vem do latim “doctrina”, ou simplesmente doutrina. *Jornalista e estudante de Universidade Federal————————————
Use 23°C – Felipe Brochier* A maioria das pessoas acredita que utilizando o condicionador de ar configurado para atingir uma temperatura mais baixa irá acelerar o processo de condicionamento do ar. Na verdade, o equipamento não terá sua capacidade aumentada. Pior que isso, irá consumir mais energia e, certamente, aumentar o valor mensal da conta de luz.Porém, com as altas temperaturas previstas para os próximos dias, é impossível não considerar o uso do ar-condicionado para gerar mais conforto. Uma dica é, ao invés de ajustar a temperatura para 17°C, o usuário ajustar para 23°C. Dessa forma, a economia de energia pode atingir 50%. Esta redução se deve primeiramente por diminuir a diferença de temperatura entre o ambiente interno e o ambiente externo, reduzindo a carga térmica e, por consequência, fazendo com que o condicionador de ar trabalhe menos.Em segundo lugar, aumenta a diferença de temperatura de troca entre o fluido refrigerante e o ar da sala. Isto faz com que a quantidade de calor trocado aumente. Caso continue desconfiando dos meus argumentos, proponho que faça o seguinte teste: antes de usar o seu condicionador de ar para dormir, anote o valor de kWh registrado no seu contador de energia. No dia seguinte, veja quanto foi consumido. Faça isto dois dias seguidos, em um programe para 17°C e, no outro, 23°C. Assim, poderá confirmar que a diferença é de fato gritante.Em uma simulação de um quarto de 12 metros quadrados, no Rio de Janeiro, ao ajustar o ar-condicionado para 23°C, a economia na conta de luz ao longo de um ano de utilização seria de 45%. Considerando um ano típico, ou seja, com temperatura padrão para a cidade e utilização à noite.Além de economizar energia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a NBR 16401 recomendam que ao longo do dia, no verão, o ideal é deixar a temperatura entre 23 e 26oC, assim o ambiente ficará termicamente confortável. E, no inverno, entre 21 e 24oC.Faça bom uso do seu aparelho e divulgue esta ideia, ajude outras pessoas a conservar energia e economizar dinheiro!*Engenheiro de sistemas da Midea Carrier———————————–Fazemos parte do grupo – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Se cinquenta milhões de pessoas fizerem uma tolice, ainda é uma tolice”. (Anatole France)Mas já somos mais de duzentos milhões de brasileiros e ainda nem percebemos que continuamos fazendo velhas tolices na política. Mas não nos esquentemos, porque isso faz parte da vida. Sei que você já me jogou no balaio dos que detestam política, não entendem nada de política e por aí afora. Mas não é. Já lhe falei que adoro política. Tenho um profundo respeito por ela. Vivi minhas infância e adolescência no meio de uma política efervescente. Conheci, pessoalmente, grandes políticos nacionais, (Café Filho, Jânio Quadros, o grande deputado Emílio Carlos; aquele que um dia, enquanto o Jânio esbravejava contra o Adhemar de Barros, ele tocou em meu ombro e falou ao meu ouvido: “São briguinhas comadrescas, Afonso”. O Emílio Carlos faleceu dias depois daquele encontro, num desastre aéreo entre São Paulo e Rio Grande do Sul. Mas tudo bem. O que quero afirmar é que minhas aparentes ranzinzices com os políticos não são ranzinzices. São meu alerta aos jovens, para que tenham cuidado com o que fizerem na política e para a política. O político, em qualquer área da política, é um representante da sociedade. E para representá-la, ele tem que ser eleito por ela, para o cargo que vai ocupar. Porque ele é eleito com a maioria dos votos. E por isso você e ele têm que respeitar quem votou e quem não votou nele. E como vemos, a responsabilidade tanto pelos maus quanto pelos e bons políticos, é nossa. Exclusivamente nossa. Vamos nos preparar como cidadãos, para que possamos viver um mundo civilizado. Porque ainda não somos. Ainda não conhecemos nossos deveres na cidadania. Ainda não nos atentamos que somos marionetes de uma justiça eleitoral enganadora. Porque ela sabe que não estamos votando por dever, mas por obrigação. E você nunca vai ser um eleitor livre enquanto for obrigado a votar. E vem daí os milhões e milhões de erros cometidos, que cometemos por não sermos devidamente esclarecidos sobre política e políticos, que são responsabilidade nossa. Mas não podemos nos responsabilizar pelo que não conhecemos. E é aí que continuamos títeres dos que conhecem, mas não nos esclarecem. Não esbraveje, não esperneie nem bagunce. Porque mesmo sem saber o que estamos fazendo, somos responsáveis pelo que fazemos. Aproveite o tempo que você ainda tem até as próximas eleições e procure se esclarecer. Nunca mais dê seu voto a qualquer político atual, envolvido com a imoralidade exposta. Prepare-se para merecer o voto facultativo. É com ele que iremos nos libertar. Pense nisso.*[email protected]