Opinião

Opiniao 28 11 2016 3309

Cuba Libre – Tom Zé Albuquerque*E o ditador Fidel Castro se foi. O controverso líder revolucionário cubano morreu aos 90 anos após viver 57 destes como ditador de Cuba. A revolução que apregoou logo se transformou em traição ao povo cubano, cuja ilha liberta se transformou em cárcere privado àquele povo.O fascista Fidel fez parte de uma leva de canalhas que ainda vinga na América Latina, em defesa de um possível socialismo como pano de fundo, mas que, na verdade, se busca a perpetuação de poder através de uma tomada comunista da liberdade das pessoas, sob argumentos mentirosos sobre pobreza (PIB da Cuba na década de 1950 era o terceiro da América Latina, hoje perde até para o Haiti) ou sobre o analfabetismo (taxa de 22%, o dobro da média mundial, ao contrário dos 50% propalados por Castro). O sanguinário cubano é dotado de números impressionantes: milhares de fuzilamentos; centenas de assassinatos extrajudiciais; centenas de presos políticos (incluindo o líder operário defensor da revolução, por lutar pelo direito à greve); milhares de desaparecidos em tentativa de fuga do país. Fidel era um genocida, juntamente com o assassino Che Guevara criaram campos de concentração (UMAP) alcançando 30.000 prisioneiros políticos: opositores ao regime, religiosos, prostitutas, homossexuais (desde que não reconhecessem e renunciassem seus “vícios”). Estima-se que, conforme fincado na obra “O Livro Negro do Comunismo”, em torno de 16.000 seres humanos foram fuzilados, dos 100.000 passados pelos “campos de reeducação” no país.Cuba é regido por um regime totalitário, falido, que degradou seu povo, transformando-o em uma nação de pobreza, fome e desolação. Enquanto a maioria da população sequer consegue se alimentar três vezes ao dia, o safardana Castro mantinha uma vida de pompa, numa suntuosidade de dar inveja à nobreza real, acobertado de um patrimônio invejável, a começar pela sua ilha particular e suas dezenas de vassalos. Seus familiares, por extensão, gozam de prerrogativas emuladas, como seu filho, o Rei do empreendimento da área do golfe, esporte dos ricos. Ah, e o filho do sádico Che Guevara vende tour na ilha comunista a endinheirados (pagos por dólares americanos, muitos dólares), em motos Harley Davidson, símbolo dos EUA, os ianques imperialistas, assim criticados pelos energúmenos tirânicos do poder cubano.Mas a hipocrisia não é uma honraria dos ditadores de Havana; no Brasil, os pseudo-socialistas exaltam o despotismo cubano, mas odeiam a pobreza que aplaudem. Elogiam a miséria do povo de Cuba, mas usufruem em seus redutos de comidas e vinhos caros, frequentam ambientes da elite, moram em casas luxuosas e, em suas férias, gastam desmedidamente seus euros na Europa. Quando vão para Cuba (a outra, só para turistas) gozam de hotéis de luxo, baforam em charutos dispendiosos, bebem e comem do mais caro e só se misturam à realidade crua das ruas para registrar fotos do museu ao ar livre, em especial os carros antigos da década de 1950. São hipócritas, doentes da alma, aos quais duvido que alinhassem discurso com a prática optando em receber 30 dólares por mês, ou se aposentar com essa importância (tal qual ocorrem com Médicos, Economistas, Advogados…), em troca de algumas latas de sardinha.A similaridade dessa barafunda com as ideias petistas são patentes, até mesmo a imposição literária leninista e marxista nas faculdades (mais canalhice). Eis a arte de camuflar na deterioração humana.*Administrador ————————–Gentileza gera transformação – Eduardo Shinyashiki*Buscamos cada vez mais a interatividade e passamos o dia inteiro conectados a pessoas das mais variadas localidades. Somos capazes de estabelecer contato com praticamente todos os cantos do planeta, a hora que quisermos. Porém, as relações interpessoais próximas parecem cada vez mais superficiais, e, seguindo por este caminho, da distância e indiferença, palavras como cortesia, empatia e amabilidade parecem mais além da nossa realidade, dia após dia.Afinal, será que a vida moderna dificulta relações com gentileza, ou é possível ser uma pessoa ocupada, sem abrir mão da delicadeza no trato com o outro?

Como ser gentil enquanto enfrentamos o trânsito caótico das grandes cidades e o dia a dia tão cheio de tarefas e obrigações? São tantos os motivos que podemos facilmente nos convencer de que a falta de cuidado com o próximo não é nossa culpa, assim como a forma como somos tratados.Estamos acostumados a ver a agressividade exaltada, considerada um meio indispensável para o sucesso. É elogiado o homem forte, o executivo agressivo, duro e arrogante. Será que essas atitudes conquistam a confiança alheia e o sucesso duradouro?O que acabamos esquecendo é que, antes de tudo, o ato de ser gentil beneficia, mais do que a qualquer outro, a nós mesmos. Uma teoria publicada pelo professor Sam Bowles, do Instituto Santa Fé (EUA), chamada de “sobrevivência do mais gentil”, afirma que a espécie humana sobreviveu graças à gentileza. Segundo Bowles, os grupos altruístas cooperam e colaboram mais para o bem-estar do próximo e da comunidade, a fim de garantir a sobrevivência.*Palestrante, consultor organizacional, conferencista nacional e internacional e especialista em Desenvolvimento das Competências de Liderança aplicadas à Administração e Educação—————————GOVERNO TEMER, ESTABILIDADE EM AREIA MOVEDIÇA – Percival Puggina*Nunca tive maior entusiasmo com a pessoa de Michel Temer. Suas boas credenciais de mestre de Direito Constitucional juntavam-se, como contrapeso, às de vice de Dilma Rousseff e presidente do PMDB. Dado que parte expressiva da bancada do partido que presidia estava enrolada nas patifarias do governo petista, parecia pouco provável que ele exercesse os dois postos mergulhado nas trevas da insapiência. No entanto, Temer era o substituto legítimo, constitucional, de uma presidente que exercera o governo do fim do mundo. Com mão de ferro, Dilma conduzira a nação a um prejuízo de um trilhão de reais, que hoje falta em todos os orçamentos. Levara milhões ao desemprego, dera à irresponsabilidade fiscal status de benfeitoria e plantara, afanosamente, as sementes da recessão. Já estava a presidente sobre o telhado quando o TCU a flagrou em crime de responsabilidade, proporcionando as razões técnicas para o processo de impeachment. Um governo com Temer era, então, a consequência constitucional e a alternativa possível. Mas… e se esse governo também se desestabilizar?Sairíamos da crise para o caos. E caberia indagar: o que vem depois do caos? Eu não tenho resposta para essa pergunta. Nem disponho daquela obstinação que, historicamente, permite à esquerda jogar ao mar as montanhas que a realidade e os fatos proporcionam. Eles continuam confiando em Maduro, em Fidel e Raúl, e chamando bandidos de heróis. Por não saber o que vem depois do caos e por não querer cenário venezuelano em meu país, leio a realidade institucional brasileira destes dias conforme a descrevo em sequência. Eu a classifico segundo os quatro grandes temas abordados a seguir.Frente Parlamentar do Crime: Constitui a mais numerosa dentre as bancadas e blocos em operação no Congresso Nacional. É suprapartidária, formada pela banda podre do PT, PMDB, PP, PSDB e de outras legendas menores criadas nos últimos anos. Cuida exclusivamente dos interesses de seus membros e, de modo muito especial, nestes dias, de livrar o próprio couro. Estava na base do governo Dilma e, em boa parte, mudou-se para o governo Temer. Pelo número de membros, como veremos adiante, é indispensável à formação da maioria sem a qual o governo não aprova suas diretrizes e suas políticas de gestão. A bancada petista só faz discurso e jogo de cena contra as articulações que visam a obstar a Lava Jato e as 10 Medidas contra a corrupção porque os muitos lambuzados que habitam a base do governo Temer estão cuidando disso por ela.* Membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org. ————————–Prisões sobem de hierarquia – Pedro Cardoso da Costa*Até nas prisões de ex-governadores o Rio de Janeiro se tornou pioneiro. Na semana passada, dois cariocas foram presos: Sérgio Cabral, pela Operação Lava-Jato e Anthony Garotinho sob a acusação de compra de voto.Antes, ninguém do andar de cima era alcançado pelas leis ou pela justiça. O mensalão foi um divisor de águas entre a impunidade reinante e a punição de gente graúda. Até os ministros do Supremo Tribunal Federal demonstravam perplexidade.Num passado não muito distante, vez ou outra era condenado um prefeito ou um vereador de cidadezinhas nos brejões do Brasil.  Tudo acabava em cestas básicas…A Lava-Jato, a assombração de Brasília, fez o brasileiro acostumar-se com a prisão de gente grande. Além de fazer escola junto aos demais juízes de primeira instância. Os tribunais superiores só demonstraram ciumeira. Já que não mudaram por iniciativa própria, deveriam ter aprendido a lição. Mas, vale mais o orgulho de seus ministros e o argumento de dizer apenas que não têm processo demais, não têm perfil para esse ou aquele julgamento. Além de coroarem com o argumento de que a demora eterna resulta em julgamentos perfeitos.Nesse episódio das prisões dos peixes grandes, ficou estranha a coincidência entre a prisão de Garotinho e uma gravação de voz atribuída a ele no Fantástico, em que se mostra satisfeito por seu processo ter ido para uma relatora do Tribunal Superior Eleitoral. Quando a gravação foi ao ar, ela já havia determinado a transferência de Anthony Garotinho para um hospital particular – seria um castigo demasiado ele ser tratado numa daquelas pocilgas que deixou para a população quando era governador – e ganhou prisão domiciliar.Como o caso ficou mal com essa coincidência entre gravações do beneficiado e o resultado que ele pretendia, o plenário do TSE deveria agilizar o julgamento dessa liminar ou do mérito.  Da mesma forma, deveria ter agido o Supremo Tribunal Federal, com relação ao fatiamento do impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff.Preocupa, apenas, o movimento dos revanchistas, certos de que, a partir de agora, quem aprontou pode pagar.Nós, sociedade, tínhamos que botar o bloco nas ruas, como em 2013, para evitar que esses assombrados aprovem leis engessadoras para ficarem livres de possíveis acertos com a Justiça. Aqueles do andar de cima que coloquem as barbas de molho.Assim, se ex-governadores, ministros, senadores já saem como cordeirinhos, daria mais força a mais eficiente Polícia Federal do mundo.PS: Quanto mais o governo se explica sobre o caso Geddel Vieira mais se complica. O presidente precisa entender que: ruim sem ele, pior com ele.* Bacharel em Direito————————— Efeito da miscigenação – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Os domínios do mistério prometem as mais belas experiências” (Einstein)Final de expedientes. Nessa hora caminhar pela pequena, mas famosa, Rua 11 de agosto é quase um sacrifício. Atravessei a rua e caminhei pela calçada do Fórum João Mendes. Na minha frente iam duas garotas conversando. Não falavam alto, mas ouvia-se a conversa, apesar do barulho na rua. De repente algo me chamou atenção: o sotaque das duas. A beleza sutil do sotaque me prendeu. Reduzi e apertei os passos e segui as duas. Não estava, claro, interessado no assunto do papo, mas nos sotaques das duas. Eram simplesmente maravilhosos. Era como se elas mastigassem as palavras, numa doçura encantadora. A calçada do Fórum é longa e aproveitei para acompanhar as garotas. Descemos da calçada, as garotas seguiram e eu entrei pela Rua Conde de Sarzedas. Segui pensando na diferença do sotaque da mulher paulistana, de hoje, com o da década dos anos quarentas. Há uma diferença considerável e que, nem todos dão atenção. Quando estamos no interior de São Paulo e prestamos atenção, vemos a diferença do sotaque da paulistana com o da paulista. São absolutamente diferentes. E o sotaque paulistano, sobretudo da mulher, sofreu influência muito grande da imigração nordestina e do contato mais frequente com o carioca.Foi uma experiência importante pra mim o encontro, sem encontro, com aquelas duas garotas que nem sequer me viram. Elas nem imaginam o bem que me fizeram naquela conversa, sobre a calçada. Lembro-me daquele episódio aparentemente insignificante, sempre que ouço um sulista ou paulistano falando. Isso me leva à década dos cinquentas, quando eu costumava observar o fluxo na imigração nordestina em São Paulo. Foi um período realmente revolucionário na cultura paulistana. Os paulistas não viveram essa evolução na revolução cultural, em relação ao seu sotaque. Atualmente quase não conseguimos identificar quem é paulistano ou paranaense. Há uma semelhança muito forte nos dois e gostosos sotaques. Não sei por que, mas adoro observar os dois. Já os sotaques paulista e gaúcho assemelham-se ainda que o gaúcho mantenha mais suas raízes do que o paulista. Mas o importante mesmo é acompanhar a evolução cultural fundida no cadinho de regiões distintas deste Brasil colosso imenso; coração de ouro e músculos de aço. O sotaque nordestino tem variantes que não tenho condições culturais para discuti-lo. E isso é, a meu ver, uma demonstração do quanto somos um povo cativante. E garanto que você não vai concordar comigo, sobre o termo “cativante”. Mas é exatamente isso o que somos. Pense nisso.*[email protected]