Opinião

Opiniao 01 12 2016 3326

O papel da educação na logística – Eduardo Banzato*Já que o Governo e o Congresso estão em plena discussão da reforma educacional no Brasil, abordando filosofia, religião, educação física etc., por que não destacar a importância da logística?

Segundo o professor Daniel Belluci Contro, diretor do Colégio Liceu Jardim, em Santo André (SP), uma das principais referências na formação educacional do País (Ensino Fundamental e Médio), as duas primeiras grandes áreas da inteligência humana, que se desenvolvem entre dois e sete anos e que impactam diretamente na formação de um profissional são: • a inteligência linguística e • a inteligência lógico-matemática.

“O ensino fundamental tem justamente este nome pois é neste período de ‘exuberância sináptica’ em nosso cérebro que se lança, principalmente por meio de estímulos, os fundamentos da inteligência, da personalidade e dos valores. Atualmente sabemos que 40% de nossa inteligência deriva de uma carga genética, mas que outros 60% vêm dos estímulos do meio. As ligações de neurônios (sinapses), que ocorrem durante o aprendizado, são infinitas e por isso que mesmo os mais velhos têm capacidade de aprender”, destaca o professor Daniel.

O treinamento após está etapa inicial (ex.: cursos de aperfeiçoamentos, especializações, etc.) é o grande responsável pelo refinamento das habilidades humanas adquiridas.

Nesse sentido, o Instituto IMAM defende a tese de que o ensino da “logística”, como um processo, deveria começar nessa fase, por meio de estímulos práticos em disciplinas como física, matemática, português, artes entre outras, integrando o ensino básico de preparo de qualquer ser humano, por meio de exercícios e problemas que os profissionais vão se deparar no futuro. Preparo para a vida, para as diferentes situações que ele possa enfrentar, empresarial ou pessoalmente.

Porque? Logística representa processos organizados, lógicos, bem construídos. Embora tenha origem grega, logística também vem do frânces “logistique”, que significa uma arte que trata do planejamento e realização de abastecimento, muito utilizado em operações militares, entre outras. Aliás, a logística sempre esteve relacionada com as áreas que cuidavam do planejamento de diversos componentes de uma cadeia de suprimentos, como armazenagem, distribuição de insumos para manutenção, vestuário, além de alimentos, saúde, transportes e etc.

De acordo com o Instituto IMAM,  “Logística é a Arte e a Ciência do Fluxo de Materiais”, onde a Arte representa a intuição, a essência, a criatividade, os princípios que fazem uma solução funcionar com harmonia e equilíbrio e a Ciência que representa a lógica, o racional, os fluxos financeiros e de informações associados ao Fluxo de Materiais.

Enfim, com tudo isso, a Logística também é uma derivação da álgebra e da lógica matemática e faz parte do dia a dia das pessoas, quando as mesmas tomam decisões simples, tais como: abastecer com álcool ou gasolina; ir de trem, ônibus ou metrô; fazer compras mensais no supermercado ou semanais… Enfim, a boa logística melhora a condição de vida das pessoas, do seu trabalho e das empresas.

Daí a nossa forte convicção de que logística deve, desde a tenra idade, fazer parte do sistema educacional das pessoas até como forma de tornar o mundo melhor.

*Diretor do IMAM, empresa que há 37 anos atua na logística e integra os negócios de Consultoria, Treinamento e Instituto ————————————-Preparação para o Natal – Vera Sábio*

“Cansados” de tanto esperar a reforma de cima.Cansados de ver nosso irmão sofrer na miséria”… (P. Zezinho)E assim, mais uma vez irá chegar o Natal. O que fizemos? A preparação do Natal está muito além deste ultimo mês do ano, do momento em que tiramos férias, dos encontros que realizamos, da troca de presentes, de afetos, de carinhos, de roupas, de penteados etc. Enfim, a preparação do ambiente externo precisa ser inferior em relação ao  nosso olhar interno, brotando no íntimo, uma vontade incessante de recomeçar o ano melhor por dentro para que flua  melhor por fora.

Porém, este preparo requer tempo, dedicação, transformação, muito perdão e superação para fazer diferente o que tantas vezes, embora querendo as mudanças, teimamos em realizar igual.     Que este mês seja o começo do que podemos planejar, relevar, priorizar e colocar datas e metas para alcançar no próximo ano.

Não se sinta frustrado se dia 25 de dezembro não tiver conquistado o que se propôs neste Natal. Sinta-se aberto para realmente fazer de cada dia, cada passo, cada desejo, novas realizações no outro ano. Conseguindo assim do pouco, da parcela, da célula de inovação. Ser capaz de traçar um futuro melhor para todos, principalmente para aqueles que mais sofrem, que são deixados a margem e que tem na vida os traços de Jesus que quer nascer, crescer e ser feliz no meio de nós.

Feliz Natal!!

*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega———————————–A pedra, o urubu e o sapato – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Não viva para que sua presença seja notada, mas para que sua falta seja sentida.” (Bob Marley)Já não era tão cedo assim. Eu ia, como de costume, caminhando pela Lobo D´almada. Ia pegar o jornal. Lá na frente me deparei com uma cena inusitada. Um objeto preto estava jogado sobre a grama, à beira do asfalto, onde deveria haver uma calçada. Dando voltas em volta do objeto preto estavam dois urubus, como sempre, bem pretinhos. Até aí tudo aparentemente normal. Mas o movimento dos dois urubus foi que me pareceu meio esquisito. Maneirei o passo, dominado por minha curiosidade comum nesses casos. Os urubus davam uma volta sincronizada, paravam e ficavam olhando um para o outro como se estivessem se perguntando: será que é? Reduzi mais o passo, mas não pude evitar passar entre eles e o objeto preto.

Aproximei-me dos dois aparentemente assustados, mas eles não voaram, apenas pularam para o asfalto, abrindo passagem pra mim. Não parece esquisito? Olhei para os dois e eles se olhavam com os bicos empinados. E para não atrapalhá-los procurei acelerar o passo. Olhei para o objeto preto e não pude evitar o sorriso. Era um sapato de mulher. E não era um sapato pé-de-chinelo. Era elegante e de qualidade. Acho que era isso que estava assustando os urubus. Dei alguns passos à frente e logo me virei para observar os assustados. Eles haviam se aproximando do, para eles, objeto preto, e continuavam dando volta em volta dele.

Não caminhei mais de vinte metros quando uma pequena e incômoda pedrinha caiu dentro do meu sapato. Enquanto eu tentava me livrar da pedrinha chata, observava os dois urubus interessantes que continuavam com aparência de assustados com o objeto atraente na cor preta, mas muito estranho. Segui em frente. Peguei o jornal, bati um papo com o pessoal da recepção e voltei na caminhada costumeira. Mas quando cheguei à esquina me decepcionei. Os urubus tinham desistido do sapato preto, que não consigo imaginar como foi que ele chegou ali. Passei por ele e, curiosamente, olhei-o e imaginei o que poderia ter chamado tanto a atenção dos dois urubus. Continuei caminhando e sorrindo de minha tolice em perder tempo com algo tão sem importância. Aí me perguntei se seria tão sem importância, quando, de repente, outra pedrinha chatinha caiu dentro do meu sapato.

Parei de sorrir e comecei a rir de verdade. Será que aquelas duas pedrinhas teriam alguma coisa com aqueles urubus e aquele sapato preto? Entrei em casa, joguei o jornal sobre a mesa, mas não conseguia tirar o sorriso da cara feia. Taí algo a que devemos dar um pouco mais de atenção. Pense nisso.

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