Opinião

Opiniao 26 12 2016 3436

O Brasil tem jeito sim. E sabe quem vai dar um jeito nisso? – Douglas Sossai Marques*A gente. O povo. Só com muito trabalho e criatividade é que vamos sair desse atoleiro econômico. Não vale nem a pena falar de política aqui. A mudança só vai ocorrer se partir do povo.

Precisamos gerar emprego, criar valor, gerar riqueza, girar a economia. Mas com as leis trabalhistas atuais isso não vai acontecer. Sou da área de tecnologia e comunicação, lido com jovens entrando no mercado de trabalho há mais de 20 anos. Geração X, Y, Z… Não estamos falando de trabalhadores braçais do início da era industrial, explorados pelo grande capital. Estamos falando de jovens muito inteligentes, com um acesso à informação jamais vista, capazes de gerar riqueza em um mundo virtual. Com necessidades e expectativas muito diferentes daquelas do século passado, da qual faz parte esse arcaico modelo de CLT.

Eu já vi muito estagiário começando na empresa e, em pouco tempo com alguma orientação, abrir seu próprio negócio e ganhar muito mais. Infelizmente esse número é ainda muito pequeno. Temos que aumentar esse volume. As empresas demandam serviços, mas não podem arcar com os riscos trabalhistas, principalmente quando necessitam de trabalhos de marketing e tecnologia.

Os jovens não querem mais trabalhar com horários engessados. Querem ter seus horários, querem mesclar lazer com aprendizado e com trabalho. Precisam de pausas mais frequentes. Não querem bater cartão. Querem trabalhar de casa, da rua, do Starbucks. Parece ruim para a empresa? Não é. Gera muito mais engajamento e resultado. E esse é o segredo: resultado.

Mecanismos de controle arcaicos não funcionam mais. Não adianta colocar um supervisor na sala olhando se todos estão trabalhando, câmeras, grades, tornozeleiras… Opa, isso era da época da escravidão! Resultado é a palavra-chave, o ponto focal.

Baseando o relacionamento em resultados, a liberdade aparece. O colaborador cresce, o resultado cresce, todos se beneficiam. Existem formas corretas de se fazer isso. Com tecnologia. Metas.

Que tal fazermos um esforço conjunto, educar os jovens a entrar no mercado de trabalho de forma correta, alinhar expectativas, criar mecanismos onde eles possam trabalhar da forma que anseiam, gerando riquezas para eles e para as empresas para as quais prestam serviços?

Nós já iniciamos esse processo, há 5 anos com o projeto Laranja Mecânica. Desde 2011, inserimos no mercado de trabalho dezenas de jovens que iniciaram como estagiários, foram treinados, capacitados e conseguiram empregos em nossos clientes. Muitos abriram suas próprias empresas de consultoria em marketing digital ou vendas. Estão muito felizes.*Tecnólogo, publicitário e sócio fundador da K2Web, empresa especializada em estratégias de web e marketing digital.——————————————–Crise ética – Marlene de Andrade*Vivemos a civilização do espetáculo midiático. É tanta confusão que os valores espirituais, éticos e morais estão cada vez mais ficando para trás. Já no ensino médio os adolescentes começam a usar bebidas alcoólicas e, às vezes, até drogas ilícitas. Brigas na escola? Infelizmente, se tornou algo do dia a dia. Outro agravante é que grande parte das crianças de hoje mandam mais em casa do que os pais e quando eles percebem seus filhos desobedecendo, em vez de lhes repreender, solicitam-lhes que, ”por favor”, se comportem. Portanto, a maioria dos pais hoje em dia é extremamente obediente aos filhos. É a famosa inversão dos valores, pois hoje muitos pais se curvam aos filhos.

A nova disciplina familiar faz com que as crianças e adolescentes estejam sempre ganhando, mas elas nunca estão satisfeitas, pois são extremamente consumistas. Outro dado importante é que as crianças de hoje em dia, na grande maioria das vezes, são extremamente egocêntricas. Vivemos em um mundo de conveniências e elas, infelizmente, não todas, vêm sendo criadas desde pequenas para se tornarem ricas, bonitas e atraentes custe o que custar. Quanto à educação informal, ou seja, familiar, tarefa dos pais, está sendo terceirizada, sabe-se lá para quem.

Outro fato chocante é perceber que a criança dos dias atuais está perdendo muito rapidamente sua ingenuidade infantil. Vivemos tempos de depravação total. Se um menino hoje de 14 ou 15 anos disser que é casto, vai ser ridicularizado por todos os colegas, quiçá até pelos próprios professores e parentela. As meninas, por sua vez, desfilam de shorts curtinhos se apresentando em público com trejeitos extremamente sensuais. Não há mais modéstia no se vestir e bem cedo já estão namorando e por isso a gravidez na adolescência só vem aumentando. Além de tudo isso, os meninos estão querendo virar meninas e o inverso também é verdadeiro. E não me venham dizer que isso é pré-conceito, porque na verdade isso tem a ver com conceito bíblico, os quais me permitam, é o correto.

Felizmente, ainda existem famílias funcionais, porém elas estão sendo cada vez mais raras devido ao número crescente de divórcios. Lamentavelmente, a pós-modernidade trouxe grande massificação. Vivemos uma realidade cujo contexto social cursa com uma diversificação de modelos morais e religiosos extremamente aviltantes. É como se o mundo estivesse se desencaixando cada vez mais e caminhando a passos largos para o caos.

“… Nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis. Os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem amor pela família…” (2ª Timótio 3: 1 e 2).*Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMThttps://www.facebook.com/marlene.de.andrade47—————————————Sitiados pelo bem – Walber Aguiar*Minha terra tem buritizeiros Onde canta o bem-te-viSe tu tratas bem da terraEla trata bem de ti…E era natal. Tempo de fechar ciclos e abrir presentes. Tempo de buscar novos caminhos, assim como os magos o fizeram, após a visita ao menino Deus. E os caminhos novos passam, inevitavelmente, pela vida. E vida era o que mais tínhamos ali, no sítio da família Diniz, onde a natureza brotava do chão com força, onde as águas escorriam com força, na tentativa de comunicar que a vida não pode viver estagnada, que ela pode recomeçar sempre.

No sítio da família Diniz, gente que veio de Goiás para o paraíso de Macunaima, havia uma Eva, configurando o jardim que Deus fez para morada do homem e sua mulher. Aquele paraíso Edênico em que estávamos, jorrava fauna e flora por todos os lados. Igarapés majestosamente escondidos sob a sombra do alívio, com águas deliciosamente frescas, limpas e renovadoras. Até porque estávamos ali para renovar as energias, para confraternizar, tirar do corpo todas as cargas negativas.

Ora, todos nós temos um pouco da cultura hippie. Assim entende Francis Schaeffer, um pensador cristão, que diz que os hippies apreciam e cuidam muito mais da natureza que o conservadorismo cristão e sua nociva cultura do plástico. Era muita vida que se manifestava diante de nossos olhos entusiasmados. Por isso saímos do cotidiano do asfalto e mergulhamos no fascínio da mata, dos rios, igarapés, buritizais, areia fina pra pisar e sentir que somos gente, que somos parte do paraíso natural que Deus criou para nosso prazer e graça.

Entendemos porque Roraima é um paraíso setentrional, onde muitos se encantam e não querem mais ir embora. São os Uiramutãs e suas cachoeiras, Serras Grandes e suas grandezas vistas no azul de longe e no verde de perto. Lugar de bicho, gente, árvores gigantescas e mistérios inexplorados. Por isso somos tão atraídos pela natureza, pelo fato de pertencermos a ela, pelo desejo de encontrar nossas raízes, lugar onde a felicidade brota na canção das águas, no mavioso cântico das aves, na flutuação mágica dos peixes inquietos.

Havia ali muita comida, muita gente boa, muita luz, muito verde, muita vida. Também havia a perspectiva de conhecer novas pessoas, rever o anfitrião, em seu encanto por todo aquele paraíso, aquele sítio mágico pela simplicidade e simples pela magia de comportar tantas delícias e mistérios.

Um dia ainda quero voltar lá, pra que a natureza me invada e me reenergize. Não só a mim, mas a todos que buscarem vida e prazer no sítio da família Diniz…*Poeta, historiador, professor de filosofia, membro do Conselho de Cultura e da Academia Roraimense de Letras.  [email protected]—————————————–Busque em você mesmo – Afonso Rodrigues de Oliveira*“O que Deus quer é que você dê o melhor de si, por você mesmo, e pelos outros. E você pode ajudar mais os outros fazendo isso, do que de outro modo”. (Wallace D. Wattles)Quando fazemos o melhor por nós mesmos estamos ajudando no desenvolvimento da humanidade. Você só dá o que você tem e nada mais. E se é assim precisamos ter o suficiente para a doação racional. Você nunca irá ter nada tirando algo de alguém. É em nós mesmos que construímos nosso valor. E comece livrando-se do pensamento de competição. Os realmente competentes não competem. Eles fazem o que devem fazer como deve ser feito e vencem. É nessa trilha que caminhamos rumo ao sucesso. E seu sucesso depende de como você vê e considera o sucesso. Quando nós sabemos e nos sentimos uma pessoa de bem já somos bem-sucedidos. É quando nós sabemos iguais aos outros, respeitando as diferenças. E todos devem respeitar, para ser respeitados.

Nunca tente evoluir, crescer, estar no topo, tirando alguma coisa de alguém. Busque o que você realmente quer, em você mesmo. Seu valor está em você. Ninguém pode fazer isso por você. O que podem fazer é julgar você pelo que você apresenta. E o mais racional é você se apresentar como você realmente é. A moderação é muito importante no crescimento. É com racionalidade que crescemos. E no racional estamos sempre buscando aquilo de que necessitamos para nosso desenvolvimento. E nosso desenvolvimento depende do que fazemos para o desenvolvimento da humanidade. Faça como o colibri. Você pode até não apagar o incêndio, mas está colaborando, com uma gota de água.

Enganar, e tirar vantagens de alguém, é a pior vilania. Faça sempre sua parte no desenvolvimento da humanidade, como ela deve ser feita. Não importa qual a sua atividade nem seu desenvolvimento cultural. O que realmente importa é o que você é no que você é. E você sempre pode ser superior ao que é. A evolução está em você. Ela depende do caminho que você trilhou e a vereda que escolheu depois da encruzilhada.

Nunca tente buscar fora de você o que você deseja para os outros. Tudo que você necessita para realizar está em você. Mas comece acreditando nisso e em você. Encerremos o papo com a palavra do Henry Ford: “Se você acha que pode você está certo. Se acha que não pode, está igualmente certo”. O que indica que todo o poder de que você necessita está em você. Estamos caminhando para mais um ano de lutas. E se a vida é uma batalha, devemos batalhar sem arrufos nem incompetência. E somos todos competentes. Os erros fazem parte do desenvolvimento, desde que não os consideremos como derrota. Pense nisso.*[email protected]