Bom dia!Estamos desde ontem em 2017. A virada do calendário gregoriano, para nós, leva a momentos de reflexão, com ingredientes de mudanças, de refazer caminhos, tomar atalhos, corrigir erros e projetar novos objetivos.

E nesta dimensão, cada um tem seus próprios problemas, limitações, condições e sonhos. Neste Ano Novo, o que desejamos é que todos possam realizar seus sonhos, projetos e desejos, se não todos, pelo menos os mais importantes. Estes são os nossos votos a cada leitor e a cada leitora que nos acompanham, alguns há quase três décadas, lendo com regularidade, para nosso gáudio, a Parabólica.

É claro, muitos dos leitores podem estar querendo uma opinião da Parabólica, e de seus redatores, sobre o que nos aguarda como roraimenses e brasileiros neste 2017. Vamos lá! Em nível estadual, está programado, para hoje, um pronunciamento da governadora Suely Campos (PP), que anunciará uma reforma administrativa, com redução de unidades administrativas, mudanças de alguns auxiliares do primeiro escalão e outras coisas mais no sentido de economizar recursos nesta época em que eles andam curtos.

E os leitores poderão perguntar: Essas mudanças virão mesmo? E se vierem, que resultados poderão trazer? É claro, a governadora Suely Campos está desde ontem exercendo a segunda parte final de seu governo, e fará o que for possível para melhorar o desempenho de sua administração, afinal, é, com certeza, candidata à reeleição em 2018. Se as mudanças a serem anunciadas dão resultados, aí, o buraco é mais embaixo.

Olhando de fora, parece que o grande problema da atual administração é a natureza da tomada de decisão e da forma como essa decisão é implementada. E desse ponto de vista, mudanças formais são incapazes de modificar o conteúdo.

Com relação ao nosso Brasil, velho de guerra, 2017 não será pior do ponto de vista econômico que 2016. Muito menos por mérito do Governo Federal, e mais por conta de que a economia já atingiu o fundo do poço neste ano que passou. As crises econômicas são cíclicas, isto é, começam, fazem a economia embicar até o fundo do poço, e aí começam a percorrer uma nova fase, que é, no mínimo, de parar de cair. Esse parece ser o caso da economia brasileira, que acumula uma queda de quase 10% nos últimos três anos, uma taxa de desemprego total que ultrapassa 12% e uma paralisia dos investimentos nunca vista em nossa história republicana. Assim a expectativa para 2017 é de um crescimento em torno de zero para o Produto Interno Bruto (PIB) do País.

Na dimensão política e moral, infelizmente, não é possível ser muito otimista com relação a nosso país tupiniquim. Esse episódio da mudança da Lei Geral de Telecomunicações, que permitirá a transferência a meia dúzia de empresas – quase todas com a participação de capital estrangeiro -, de cerca de R$ 100 bilhões, do patrimônio público, como forma de doação, revela bem que os canalhas continuam manobrando em Brasília para roubar o dinheiro público. São os mesmos já denunciados no recebimento de propina que alcançam bilhões de reais; ora para beneficiar grandes empresas em contratos com a Petrobras; ora para elaborar Leis e Medidas Provisórias para encher as burras desses mesmos grupos empresariais. Mesmo depois de denunciados, eles não se constrangem e, impunes, continuam praticando corrupção.

Enquanto esses canalhas continuarem dando as cartas em Brasília, sob a cobertura de um Supremo Tribunal Federal, que, até agora, mostrou-se absolutamente incapaz de puni-los, não é possível antevê melhoras, mesmo que estejamos tomados pelo otimismo normal a cada ano que se inicia.MAIS INDEPENDÊNCIAA vitória do vereador Mauricélio Fernandes (PMDB) para a presidência da Câmara Municipal de Boa Vista (CMBV), apesar de apertada (11 votos contra 10), pode ser entendida como o desejo dos novos vereadores de ver maior independência no relacionamento com o Executivo municipal. É que apesar de ser do mesmo partido da prefeita Teresa Surita, Mauricélio não teve apoio dela, de sua equipe, para ser presidente da CMBV, que preferiam o vereador Renato Queiroz (PSB).ESTILOQuem torce por um relacionamento conflituoso entre a Câmara Municipal e a prefeita Teresa Surita com a vitória do vereador Mauricélio Fernandes é bom tirar o cavalinho da chuva. Embora preterido na disputa com Renato Queiroz, o novo presidente da CMBV tem espírito conciliador e está no exercício de seu terceiro mandato consecutivo. Deverá, no entanto, demarcar limites nas negociações com o Executivo com base nos votos que recebeu e deve tentar fazer valer a demonstração de autonomia do poder legislativo em relação ao executivo.RESISTÊNCIAAinda, por enquanto, sem maioria consistente na Assembleia Legislativa do Estado (ALE), a governadora Suely Campos deverá ter que fazer muitas negociações, inclusive na própria base aliada, para aprovar algumas medidas que estão incluídas no pacote da reforma administrativa. Alguns parlamentares não concordam com a extinção, ou fusão, de algumas unidades e órgãos, e prometem resistir nas discussões tanto nas comissões, quanto no Plenário. É ver para crer!