Mulher, mãe, juíza e eleita pelo voto direto – Vera Lúcia Sábio*
Uma presidente presente no Tribunal de Justiça do Estado de Roraima, sendo a 1ª vez eleita por voto direto, votada pelos juízes. Que a desembargadora Elaine Bianchi, com sua experiência de excelente magistrada, seu olhar sensível de mãe, sua desenvoltura de mulher e observando o que deu certo na gestão do desembargador Almiro Padilha, seja sua sucessora na mesma parceria e união com todos os servidores, proporcionando um Estado mais justo para quem mais precisa.
Com estas e outras enormes qualidades, a desembargadora Elaine mostrou sua simplicidade e sensibilidade em sua posse quando disse esta frase: “Que eu não me perca”. Os cargos vêm e vão, mas os bons feitos, a parceria, a satisfação produzida por uma boa gestão, ficam para sempre motivando todos que têm o papel de fazer justiça.
Acredito que eu, como os demais servidores que estavam na posse da nova presidente, ficamos emocionados com sua simplicidade, seu amor de mãe, sua dedicação de filha, seu carisma de mulher. Pois muitos já o admiram pela sua inteligência e desenvoltura de juíza. Assim, este conjunto presente à frente do poder Judiciário será uma grande satisfação para todos que desejamos uma Justiça célere e eficaz.
Que Deus não permita que vossa excelência se perca e que sempre haja momentos de reflexão diante dos passos necessários neste caminho tão complexo e tão importante, que é fazer justiça. Que nós, servidores, possamos contar com a senhora com a mesma dedicação e eficiência que a senhora possa contar conosco.
Juntos seremos únicos em um só objetivo rumo a um futuro mais justo, feliz e em paz.
*Servidora do poder Judiciário
Distanciamento da natureza: os responsáveis somos nós mesmos – Teresa Magro*Richard Louv, em seu livro “A Última Criança na Natureza”, utiliza o termo “transtorno de déficit de natureza” para definir um fenômeno que estamos cientes há um bom tempo: nosso distanciamento da natureza. E não há motivos para discordar. Por um tempo pensei que fosse o avanço da tecnologia, com toda a sedução e atrativos que fornece a baixo custo e pouco esforço, o responsável por isso.
Como jornalista, Louv sabe a força que as palavras bem colocadas têm. No início, muitas pessoas falaram do assunto nos Estados Unidos, concordando ou criticando, de modo que se expandiu para outros países. O objetivo de disseminar o termo “transtorno de déficit de natureza” foi alcançado, pois ampliou-se uma discussão que antes estava restrita a poucas pessoas.
Um dos primeiros fatores a serem analisados a respeito dessa questão é se existe a possibilidade do contato com a natureza, seja apreciando o céu em meio à cidade, fazendo uma trilha em um parque ou mergulhando em uma cachoeira. Se isso tudo está disponível e a pessoa não busca maior proximidade, é porque ela tem desinteresse ou não aprendeu o quanto o contato com o ambiente natural pode ser prazeroso para sua saúde física, mental e espiritual.
Por outro lado, também há o medo – de ser picada e mordida por animais, ou de ser roubada por falta de segurança em lugares mais ermos. E, atualmente, pode-se dizer que o medo é o maior responsável pelo afastamento das pessoas da natureza.
Além disso, no Brasil, o planejamento urbano carece de espaços para a recreação familiar em contato com a natureza. Ainda há poucas praças e parques disponíveis para o uso pela população, bem como hortas e jardins comunitários. E o que pode ser feito para mudar isso? Os governos deveriam dedicar um pouco mais de atenção e recursos financeiros para a criação de espaços de uso comum onde a natureza esteja disponível.
Isso vai acontecer quando alguém mostrar a economia que os governantes podem ter evitando ausências do trabalho, pagamento de tratamentos, remédios e internações por falta de contato com o ambiente natural. As escolas também podem, aos poucos, retornar algumas aulas com atividades físicas nas quais as crianças possam ser expostas ao sol.
Outro caminho é usar com mais frequência os locais públicos que são adequados para desenvolver atividades ao ar livre. Usando a tecnologia a favor, é possível buscar áreas com vegetação próximas as nossas residências ou trabalho para caminhar, por exemplo. Se o local não for seguro, os vizinhos podem ajudar a exigir ações para melhorar a segurança.
Pensando nisso, a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2017 como o Ano Internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento. A intenção é contribuir com o avanço do setor do turismo, baseado nos três pilares da sustentabilidade (econômica, social e ambiental), e valorizar as riquezas naturais de cada país.
Em nosso dia-a-dia, o principal é não sucumbir à sedução da tecnologia que nos afasta cada vez mais de nossa essência humana. Temos que descobrir um caminho mais tentador que nos tire do trecho confortável que vai da poltrona até a porta da geladeira e isso só depende de nós.
*Professora da Universidade de São Paulo (USP) no Departamento de Ciências Florestais e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza
A estrela mais franzina – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Essa que passa por aí senhores,De olhos castanhos e fidalgo porte,É a princesa ideal dos meus amores,É a mais franzina pérola do norte”. (Hermeto Lima)O mundo não seria suportável se não existisse a mulher. Mesmo porque sem ela nem mesmo nós existiríamos. Então vamos ser mais sensatos e ver a mulher como ela deve ser vista: no pedestal. Ainda me incomoda, e muito, ver a mulher lutando por uma igualdade. Ela ainda não percebeu o valor que realmente tem no mundo que não existiria sem ela. Ela não tem porque ainda viver numa luta desigual, buscando o que já tem como igualdade racional.
Não há como não prestar atenção quando ela passa. E não há como não se encantar com sua beleza que nem sempre está no exibicionismo superficial do aprimoramento físico. Quando alguém busca a beleza nos salões de beleza está menosprezando a beleza natural que está exposta na sua postura, independentemente de obediência a padrões estipulados. A mulher descobre o poder de sua beleza quando descobre que o maior salão de beleza está dentro dela mesmo.
Cuidado, garota. Não é na empáfia que você demonstra seu valor, mas na sua simplicidade, no seu sorriso, na sua postura elegante. E sua elegância não está no vestido elegante que você veste, embora ele seja fundamental para sua elegância. Eu ainda era adolescente quando conheci aquela garota simples, pobre, mas que portava uma elegância que era admirada por todos os nossos professores, na escola de Base, na Base Aérea de Natal, onde estudávamos. Sempre que me deparo com o exibicionismo da mulher, na tentativa de se mostrar elegante, vejo aquela garota passando, de olhos castanhos e fidalgo porte. Era a mais franzina pérola do norte. E a pérola não necessita de se exibir. Ela é o que é na grandeza da natureza sem necessitar dizer que é. Porque é aí que está a grandeza da elegância. O fato de ser mulher já é mais do que importante para que você se sinta realmente importante.
Não perca seu precioso tempo nem seu valor, lutando por igualdade. Os que se julgam superiores é que devem buscar a igualdade na sua presença. Ame, ame-se e seja a guardiã da elegância, para embelezar esse mundo que ainda não se valorizou suficientemente para valorizar você. Saia dessa gangorra de pensar que é a cor de sua pele, ou o estilo do seu cabelo que vão fazer você ser o que você já é: a beleza em forma humana. Ame-se e será amada. Valorize-se e será valorizada, sem a necessidade de ir à luta, na busca do que já tem de sobejo: a beleza que traduz a elegância na simplicidade. Valorize-se no que você é e não no que quer que achem que você é. Pense nisso.