E como era esperado, Eliseu Padilha, um político gaúcho do PMDB denunciado como receptor de R$ 4 milhões de propina da Odebrecht, em 2014, voltou a ocupar um dos assentos mais poderosos do Estado Federal do Brasil: a Casa Civil da Presidência da República. Quem o denunciou foram dois importantes ex-executivos da empreiteira, citados na delação, durante um jantar no Palácio Jaburu, residência do então vice-presidente Michel Temer, também na época presidente nacional do PMDB. Mais que isso, um dos melhores amigos de Michel Temer, José Yunes, confirmou a tramoia ao declarar que serviu de “mula” para entregar os quatro milhões a Padilha, acondicionados numa bolsa deixada por um doleiro em seu escritório de advocacia.É um enredo definitivo e com provas sobejamente confirmadas. Em qualquer país minimamente decente, Padilha seria obrigado a pedir demissão – ou seria demitido pelo presidente – e teria sua carreira política enterrada e jogada no lixo da história. Em países com um mínimo de decência, não no Brasil com um presidente suspeitamente tolerante com malfeitos de seus assessores, auxiliares e correligionários, como poucos na história republicana brasileira. Temer ofende mais uma vez a paciência e a tolerância tupiniquim ao aceitar o retorno de Eliseu Padilha ao comando da Casa Civil; assim como o fez com a escolha de Romero Jucá para liderar a bancada governista no Senado Federal. Até quando?
EXEMPLOE o presidente Michel Temer não é o único peemedebista a tentar obstruir o trabalho da Justiça, nomeando gente enrolada em denúncias na Operação Lava Jato para lhes dar privilégio de foro. Ontem, o enrolado governador carioca Luís Fernando Pezão (PMDB) nomeou a ex-deputada federal Solange Almeida como secretária estadual de Defesa da Mulher e do Idoso. Ela é ré por corrupção na Lava Jato, acusada de intermediar o recebimento de propina tirada de contratos da Petrobras em nome do ex-deputado Eduardo Cunha, preso em Curitiba. Com a nomeação, Solange Almeida, filiada ao PMDB, ganha o privilégio de foro no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
MANDANDOAliás, na semana passada, o notório senador alagoano Renan Calheiros (PMDB) disse, em alto e bom som, que o ex-deputado federal Eduardo Cunha, que ainda pertence ao PMDB, continua influenciando muito as decisões do governo de Michel Temer. No dia seguinte, pela manhã, o presidente negou essa influência alegando a impossibilidade de Cunha mandar no governo estando cumprindo prisão em Curitiba. À tarde do mesmo dia, Renan treplicou dizendo que parlamentares que visitam Cunha na prisão todas as semanas trazem suas orientações e pedidos que são levados ao presidente. O que está por trás dessas denúncias de Renan ninguém sabe.
NOVA SEDEO deputado estadual Mecias de Jesus (PRB) foi a Brasília para um encontro com o ministro do Desenvolvimento, da Indústria e Comércio (MDIC), Marcos Pereira, que é presidente licenciado de seu partido. Voltou com a promessa (compromisso) de que o governo estadual vai receber verba federal para construir uma nova sede do Instituto Estadual de Pesos e Medidas de Roraima (Ipem-RR), que já teve recursos destinados para aquisição de equipamentos pelo ministério.
PROXIMIDADEO deputado estadual Mecias de Jesus é muito próximo do pastor Marcos Pereira, muito antes deste ter assumido o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Essa proximidade permitiu que ele, com a ajuda do filho, o deputado federal Jonathan de Jesus (PRB), indicasse para a Secretaria Executiva do MDIC, Marcos Jorge de Lima, que foi secretário estadual de Cultura do Governo de Roraima indicado pelo próprio Mecias de Jesus.
NÃO ENCONTROUDa jornalista Ray Araújo, assessora de Comunicação da Eletrobras Distribuição Roraima, recebemos o seguinte esclarecimento, que transcrevemos na íntegra: “Sobre a nota Apuração, publicada no dia 13 de março de 2017, a Eletrobras Distribuição Roraima informa que, no dia 10 de fevereiro de 2017, recebeu ofício do promotor de justiça Hevandro Ceritti, solicitando esclarecimento sobre a Licitação nº2012/2016. A Distribuidora, após analisar seu banco de dados, constatou que não possui a licitação de nº 2012/2016. O Ministério Público já foi informado sobre a inexistência dessa licitação citada e ressalta que todos os documentos referentes a contratações estão à disposição para fiscalização dos órgãos competentes”. A coluna colheu a informação do Diário Oficial do Estado.
PRORROGOUAlegando o risco de paralisação das atividades do Abrigo de Idosos Maria Lindalva Teixeira, do Centro Socioeducativo Homero de Souza Cruz Filho e da Unidade de Semiliberdade por falta de pessoal, a Secretaria Estadual do Trabalho e Bem-Estar Social (Setrabes) prorrogou, por um ano, os contratos temporários dos servidores admitidos através de processo seletivo para a área de Assistência Social. A medida leva em consideração que um concurso público, para preenchimento das vagas atualmente ocupadas por servidores temporários, já está em tramitação.