Pacote energético de Temer exclui quem mais precisa
Ângela Portela*
Causou indignação o anúncio, pelo Governo Federal, de investimentos de R$ 13 bilhões, entre outros objetivos, para interligar regiões até hoje não assistidas pela rede do Sistema Interligado Nacional de energia elétrica, sem que o único estado isolado – Roraima – tenha sido contemplado com um quilômetro sequer de linha de transmissão.
A inaceitável omissão de Roraima do pacote de investimentos decorre de uma política deliberada de abandono de um Estado da Federação. Como se sabe, não há solução definitiva para o grave problema energético em Roraima que não seja a conclusão das obras do Linhão de Tucuruí. No final do governo da presidenta Dilma, estivemos próximos da retomada das obras, depois de superar entraves burocráticos junto aos diversos órgãos relacionados com o tema.
Infelizmente, após a posse do novo presidente, parece que voltamos à estaca zero. Não é por outra razão que tenho dito seguidamente, seja no Plenário do Senado, seja por meio de ofícios às autoridades federais, que concluir o linhão já não é mais uma questão de urgência; trata-se da reparação de uma injustiça histórica, contra uma das 27 unidades da federação que, assim como as outras, tem direito ao desenvolvimento econômico e social.
Nesse quase um ano de governo Temer, Roraima tem recebido apenas promessas e mais promessas. A cada visita de parlamentares ao Palácio do Planalto, o que se vê são palavras vazias e novos prazos para a solução.
Foi assim no ano passado, quando estive com outros parlamentares e a governadora Suely Campos no Palácio do Planalto. Na ocasião, Temer prometeu que em 30 dias o Governo Federal daria prosseguimento ao linhão, a mesma promessa feita pelo seu ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho.O presidente ouviu todas as nossas reivindicações, anotando as principais informações, e disse que podíamos cobrá-lo. A cena repetiu-se na última quinta-feira, quando, diante da bancada de Roraima, o presidente disse que em “45 ou 50 dias teremos uma nova reunião para avaliar” a situação.
Entretanto, o que o presidente não disse foi por que anunciou-se um pacote de medidas para interligar regiões isoladas e nossa Roraima foi ignorada.
É nossa obrigação, como representantes do povo, cobrar soluções para os problemas do estado. De minha parte, vou continuar fazendo isso. Mas como acreditar nas intenções do governo federal, depois de ser lançado um plano de investimentos para o setor elétrico, que prevê a licitação de 35 novos lotes de linhas de transmissão de energia elétrica, nenhum deles para Roraima?
Com um total de 7.358 quilômetros de rede e R$ 12,8 bilhões de investimentos, era de se esperar que fosse cumprida a promessa, feita pelo próprio Michel Temer a toda a bancada de Roraima, de que o problema energético do estado seria enfim solucionado.
Se o objetivo declarado do pacote de investimentos é interligar as regiões que hoje não são assistidas pela rede do Sistema Integrado Nacional, chega a ser uma crueldade que fique de fora justamente o único estado brasileiro a não fazer parte dele.
O Governo Federal parece optar por perpetuar a injusta situação que tem condenado Roraima a conviver com energia cara e ruim, de origem termelétrica, dispendiosa, poluidora e sujeita a oscilações radicais. Nosso povo não suporta mais ser submetido a limitações históricas de qualidade de vida e de possibilidades de investimento e geração de emprego e renda.
*Senadora da República
Ter olhos e não ver
Vera Sábio*
As pessoas estão desaprendendo o valor de pensar, pois é comum ir na onda, já que pensar por vezes dói demais. Quando se pensa, se sente a responsabilidade do mal que está acontecendo, se perde o estado de comodismo e começa a pensar a não fazer o que se deve, ao perceber que comemos o erro que outros plantam.
É bom ter olhos e não ver, ter ouvidos e não ouvir, ter pés e não andar; todavia, não tem como ter raciocínio perfeito e não pensar. Somos feitos de sentimentos, temos essência divina e não é o desconhecimento deste fato que irá impedir que a consciência doa e que colhamos os frutos daninhos plantados ao nosso redor.
Falam que o ser humano evoluiu e tenho minhas dúvidas. Afinal, alguns ainda teimam em ser primitivos e não ter empatia pelo próximo, não se reconhecem habitantes do mesmo espaço, dependentes da natureza destruídas por eles e do sistema político corrupto como eles.
Basta uma festa como o carnaval, uma boa cachaça, uma linda mulher e esquecem a crise, valorizam as futilidades sem se preocupar com o amanhã. Assim entra dia e sai dia, os problemas giram, os juros aumentam, os impostos sobem descaradamente, as leis não têm mais princípios morais e o povo… Bom este não faz nada.
Então lhes pergunto: “Do que adianta ter olhos e não ver?”
*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega CRP: 20/[email protected]
Vá pensando
Afonso Rodrigues de Oliveira*
“Uma das maiores pestes da vida nacional, entre nós, consiste no indiferentismo político”. (Rui Barbosa)
Você viveu os anos anteriores e os posteriores à Revolução de 64? Eu vivi e prestei muita atenção a ela. Mas deixe isso pra lá e apenas vá pensando nisso. Porque, na contramão da desgraça, a extraordinária Luise Hay nos diz: “Meu novo mundo é um reflexo do meu novo modo de pensar”. E é nos pensamentos positivos que vamos mudar para poder ter um novo mundo. Mas o mais importante é aprender a pensar. Porque o que temos feito, até agora, com nossos pensamentos, pelo amor de Deus! Falando sério, vamos mudar nosso modo de pensar sobre o mundo em que vivemos. Vivemos na Natureza. Vivemos plantando e colhendo do que plantamos.
Nunca seremos um povo educado sem uma boa Educação. E nunca a teremos se não a dermos aos nossos filhos. E só quando começarmos a pensar sobre o que realmente somos é que vamos ser o que queremos, e merecemos ser. Porque todos os desacertos que nos afligem, preocupam e maltratam, são resultado do nosso trabalho refletido no nosso plantio. Não importa, cara, qual a sua posição social, econômica ou seja lá o que for, você é um agricultor da racionalidade. Se continuar plantando sementes doentes colherá frutos doentes.
Inicie e mantenha a educação do seu filho dentro do seu lar, com sua família. Cada um dos membros da família é igualmente responsável pelo futuro da Nação. E esta vai depender, no futuro, da educação que demos aos nossos descendentes, para que eles continuem aprimorando e polindo a sociedade. E para que possamos construir um mundo melhor é preciso que nos conscientizemos de que todo o desmando político que estamos vivendo, é fruto do nosso trabalho malfeito. E conscientes disso podemos mudar nosso modo de pensar sobre o nosso futuro entregue por nós, aos nossos descendentes.
Vamos lutar sem brigas, apenas fazendo nossa parte. E não conseguiremos fazê-la como ela deve ser feita, se não mudarmos nosso modo de pensar. Afinal, somos o que pensamos. E ainda não aprendemos que “devemos ser o que não somos, mas sem deixar de ser o que somos”. Não mudaremos o ser humano que somos se não construirmos um ser humano melhor, mudando nosso modo de pensar. E você não mudará enquanto ficar baixando a cabeça para seus servidores políticos, sem saber que é você que está pagando seus salários astronômicos.
Valorize-se no que você é, mas consciente de que pode ser melhor amanhã. Tudo vai depender de você, se você mudar seu modo de pensar. Todo o poder de que você necessita está em você e em mais ninguém. É só acreditar e agir. Pense nisso.