O poder familiar e a responsabilidade dos pais
Dolane Patrícia* e Sâmara de Souza**
A responsabilidade dos pais na educação dos filhos é um assunto que precisa ser discutido, uma vez que, em muitos casos, os filhos refletem as virtudes dos pais.
O poder familiar sofreu alterações ao longo do tempo, e atualmente é visto como um poder-dever, pois ao mesmo tempo em que dá aos pais o direito de exercer influência na vida dos filhos, traz obrigações, que se negligenciadas, serão punidos na forma da lei.
Destaca-se que as leis atuais, trazem igualdade de condições entre ambos os pais no exercício do poder familiar, o que se demonstra mais um avanço do direito de família e especificamente do poder familiar, trazendo aos filhos o conforto de terem a mãe mais presente nas decisões familiares.
Assim sendo, os deveres impostos aos pais enquanto exercerem o poder familiar demonstram que na sociedade brasileira, se tem a preocupação de resguardar os direito das crianças e dos adolescentes, tendo os pais que zelar pelo seu desenvolvimento nas mais diversas áreas da vida, até o ingresso deste na vida adulta, como um cidadão integro.
Vindo os pais a faltarem com o devido cumprimento do poder familiar, serão cobrados por tal fato, podendo assim, perderem esse direito, que vai da simples suspensão à destituição.
Dessa forma, a extinção do poder familiar é considerada a mais branda das perdas, pois não se dá com a falta do pai, mas por motivos naturais, como por exemplo, quando o filho atinge a maioridade o poder familiar, perde a razão de ser.
Já a suspensão é mais branda que a destituição, tendo em vista que os pais serão restituídos ao poder, se comprovada a extinção das atitudes de que lhe deram causa. Por sua vez a destituição do poder familiar, se apresenta de maneira mais grave, pois se caracteriza, com a falta grave do pai, como por exemplo, deixar o filho em abandono, que pode ser caracterizado, como a causa mais grave da destituição, podendo o pai responder até mesmo criminalmente.
Portanto, as responsabilidades impostas aos pais, são de grande importância para a sociedade, pois é na juventude que o caráter se forma, e os primeiros exemplos dos pequenos são seus pais, por isso sendo o poder familiar um múnus público, este não poderá ser transferido a outrem nem mesmo renunciado.
O filho tem direito à convivência com sua família e com a sociedade em que vive, Ademais, o direito dos pais é posto em cheque, quando eles abandonam seus filhos, pois tal atitude, revelam, que não estão aptos a exercer esse poder, tendo colocado os filhos e perigo, por não estarem sob a vigilância de quem tem o dever de guarda-los, deixando a prole à própria sorte. (COMEL, 2003)
Ressalte-se que o abandono poderá ser material, intelectual e até mesmo moral, ressaltando-se que no caso de ser material, a carência deverá ter caráter definitivo, pois a falta de recursos não acarreta a destituição do poder familiar. (VERONESE, GOUVÊA E SILVA, 2005)
A propósito, se um dos pais deixar o lar, mas sustentar aos filhos, isso não caracterizará o abandono moral ou material, porém sabendo ele que os filhos necessitam de sua presença e a reclamam, poderá ser caracterizado e assim destituído do poder familiar. (SANTOS NETO, 1994)
Qualquer tipo de abandono, será reprimido criminalmente. A legislação Penal, visando reprimir as diversas formas de abandono de filho, prevê os crimes de “abandono material”, “abandono intelectual” , “abandono moral”, “abandono de incapaz” e “abandono de recém-nascido”.
Destarte, os pais são os exemplos dos filhos, e influenciam sobre o seu caráter. Nesse sentido Gonçalves (2009, p. 389) aduz que: Visa o legislador evitar que o mau exemplo dos pais prejudique a formação moral dos infantes. O lar é uma escola onde se forma a personalidade dos filhos. Sendo eles facilmente influenciáveis, deve os pais manter uma postura digna e honrada, para que nela se amolde o caráter daqueles.
A falta de pudor, a libertinagem, o sexo sem recato pode ter influência maléfica sobre o posicionamento futuro dos descendentes na sociedade, no tocante a tais questões, sendo muitas vezes a causa que leva as filhas menores a se entregarem à prostituição.
Assim, será destituído do poder familiar o pai que levar o filho A viver uma vida devassa ou que os obrigue a conviver com ela e por eles sejam influenciados. (SANTOS NETO, 1994). Isso também pode ser aplicado aos atos contrários aos bons costumes, que incluem, o alcoolismo, a mendicância, a prostituição, e outras atitudes antissociais. (GONÇALVES, 2009)
Veronese, Gouvêa e Silva (2005, p. 46) ressaltam que: “[…] a lei penal (art. 247) também estabelece punições àquele que permite que o menor de 18 anos, sujeito a seu poder, frequente casa de jogo, ou mal-afamada, ou conviva com pessoa viciosa ou de má vida; frequente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender-lhe o pudor, ou participe de representação de igual natureza; reside ou trabalhe em casa de prostituição; ou mendigue ou sirva a mendigo pata excitar a comiseração pública. ”
Diante disso, a melhor maneira de ser útil a sociedade, é educando melhor os filhos, pois, já dizia Madre Tereza de Calcutá: “Os filhos são como as águias, ensinarás a voar mas não voarão o teu vôo. Ensinarás a sonhar, mas não sonharão os teus sonhos. Ensinarás a viver, mas não viverão a tua vida. Mas, em cada voo, em cada sonho e em cada vida permanecerá para sempre a marca dos ensinamentos recebidos.”
*Advogada, juíza arbitral, Personalidade da Amazônia e Personalidade Brasileira, pós-graduada em Direito Processual Civil Mestranda em Desenvolvimento Regional da Amazônia. Acesse: dolanepatricia.com.br**Advogada
Seleção de amigos
Afonso Rodrigues de Oliveira*
“É melhor não fazer um amigo do que criar um inimigo”.
Nossa… Eu não suporto essa garota. É chaaata! Você nunca disse isso para uma amiga, referindo-se a alguém por quem você não sente simpatia? E por que você não gosta dela e a considera uma chata? Não gostar de uma pessoa é algo normal e natural. O que não é normal é você sentir a reação e reagir. Não fazer um amigo é muito simples. Mas rejeitar a pessoa é um caminho aberto e longo, para se fazer um inimigo. Você não tem que ser amiga da pessoa, mas isso não quer dizer que você deva rejeitá-la. A grandeza está em você saber manter a distância sem se distanciar. Ou simplesmente não se familiarizando.
Nunca demonstre que não gosta de uma pessoa. Ela não tem culpa de você não gostar dela, tornando-a desagradável para você. Talvez você também não seja agradável a ela. E ela bem pode estar levando isso numa boa, enquanto você está se esporando. E se isso estiver realmente acontecendo, você está, sem perceber, sendo inferior a ela. Nunca perca seu tempo pensando ou agindo, contra aquilo de que você não gosta.
Selecione seus amigos, suas amigas, mas tenha cuidado. A seleção indiscriminada pode lhe trazer resultados negativos e prejuízos muito sérios, além de criar inimigos. E a maneira mais simples e eficaz de você evitar tais transtornos, é nunca demonstrar que não gosta da pessoa. E a maneira mais fácil de fazer isso é não se aproximar dela, sempre que for possível, mas sem ranzinzice. Cuide mais de você.
E quem sabe se cuidar não tem por que se preocupar com coisas banais. Demonstre sua superioridade não considerando as pessoas inferiores a você. Todos temos o direito de ser o que somos, independentemente de agradar ou não a quem quer que seja. Esse é um princípio que aprendemos de nós mesmos. Apenas o aperfeiçoamos na estrada da vida, quando estamos com a mente aberta para que a ficha possa cair no momento certo.
No final da década de quarenta eu estudava na Escola de Base, na Base Aérea de Natal. Enquanto esperávamos o ônibus para a escola, ficávamos conversando com a sentinela, no portão.
Mas havia um soldado com quem eu não me afinava. Sempre que ele estava de serviço na guarita, eu ficava jogando bola com a turma enquanto os amigos, do meu grupo, ficavam conversando com o soldado. Um dia, os amigos questionaram meu comportamento. Justifiquei-o dizendo que não gostava daquele cara, mesmo sem ele nunca ter feito algo que justificasse minha reação. Até que numa manhã, quando eles chegaram, eu estava conversando com o soldado de quem eu não gostava. Meus amigos sempre questionaram isso. Pense nisso.