Síndrome de Down = nosso respeito e admiração
Vera Sábio*
Quando nasce uma pessoa com deficiência intelectual, a princípio o choque é total por parte dos familiares e mesmo por parte dos profissionais sem habilidade para sequer dar a noticia.
Síndrome de Down acontece no momento das divisões cromossómicas, não tendo como evitar, existindo alguns fatores que podem aumentar a probabilidade, mas não sabendo com certeza o que provoca esta divisão errada, comprometendo toda a formação deste novo ser.
Porém, nasce nova criança e, como toda criança nova, ela é diferente das demais, tendo suas vontades, seu tempo de aprendizagem, requerendo atenção, proteção, educação e tudo que qualquer criança precisa.Se pensarmos assim, nas particularidades de cada um, já nascerá em nós uma nova conscientização, desprovida do preconceito que somente atrapalha. A visão de que com síndrome de Down ou não será uma criança que se tornará um adulto e necessita de todos os cuidados e limites que todos precisamos para aprendermos a evoluir, progredir e tornarmos cidadãos livres e capazes.
Superproteção não é bom para ninguém, assim não seria para quem tem síndrome de down, todavia, acessibilidade e sensibilidade no respeito aos direitos de cada um é bom e útil para todos.
É direito da grávida saber o quanto antes das condições do bebê que carrega em seu ventre, do melhor acompanhamento psicológico e obstetra, caso esta gravidez exija cuidados maiores e esta mãe terá que ter todo esclarecimento e cuidados necessários, sabendo das condições do filho que irá nascer, que dependerá por mais tempo da atenção dela, que ela deve o quanto antes ser preparada para uma viagem diferente do que avia sonhado e idealizado.
Quando engravidamos é parecido a uma linda viagem para um lugar maravilhoso que idealizamos e que desejamos conhecer, imaginando ser perfeito, lindo e florido. No entanto, por uma divisão diferente dos cromossomos, mudamos a rota e este lugar não será ruim, simplesmente será outro totalmente diferente do sonhado, podendo até ser muito melhor.
É uma questão de aceitar, experimentar, conhecer e com certeza, ao perguntar para as mães de pessoas com síndrome de Down a gratidão por terem filhos amáveis, companheiros, inteligentes e tudo que a pessoa com a síndrome é, elas amam e não trocariam seus filhos por nenhum outro.
*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega CRP: 20/[email protected]/ cel. 95 991687731
Planejamento financeiro
Hilda Medeiros*
Em fevereiro, foi realizada uma pesquisa afirmando que 40% dos casais brasileiros brigam por causa de dinheiro. Em 2014, o índice atingia cerca de 17% dos casais segundo a mesma fonte. Ao compararmos os dois resultados, evidenciamos o quanto a crise econômica pela qual o país atravessa tem gerado desgastes nos relacionamentos conjugais e familiares.
São vários fatores que fazem com que tantos casais entrem em atrito por conta de questões financeiras. Entre outros, um deles é a falta do dinheiro em si, e o outro é a ideia da possibilidade da falta. Ou seja, o grande drama da escassez. As brigas acontecem por conta de situações reais, quando um ou ambos os parceiros estão fora do mercado de trabalho gerando um decréscimo no orçamento familiar e também por conta da possibilidade do que pode vir a ser. Muitas pessoas ouvem notícias a respeito da crise e do desemprego, e entram na sensação de falta como se elas próprias já estivessem fora do mercado de trabalho.
Por conta do medo da falta e do receio de não dar conta de cumprir com as necessidades básicas, as pessoas entram em um estado emocional limitador: “crash”. Nesse caso se tornam reativas, fechadas, irritadas, feridas e ficam incapazes de pensar com clareza. Nessa situação, o indivíduo ao invés de abrir o jogo, dialogar com seu cônjuge, acaba afastando seu parceiro por conta desse comportamento inadequado, através da linguagem agressiva e cheia de carga emocional limitante ou através dos comportamentos (gestos provocativos, falta de paciência, mau humor, pessimismo, etc.).
Outro fator que distancia os casais e os levam a desentendimentos está no deslocamento da atenção para uma única área da vida em detrimento das demais. O medo de ser demitido, por exemplo, faz com que as pessoas passem muitas horas no trabalho e, por consequência, sacrifiquem momentos de lazer, saúde e convívio familiar. Sem descanso e com preocupação em excesso, a criatividade e a produtividade tendem a cair e o stress aumentar. O ciclo se torna vicioso. Um outro problema que também se acentua nessas situações é o efeito de “compensação”. Quando uma pessoa se sente cansada e estressada, com medo da falta, tende a querer compensar esse vazio de algum modo. Muitas vezes direciona essa frustração para o excesso de comida, bebida ou compras por impulso. “Eu mereço ter algum prazer já que estou trabalhando tanto, sofrendo tanto, etc.” Depois da impulsividade vem o sentimento de culpa. Por esse motivo e para evitar brigas escondem do parceiro os excessos cometidos.
Um dos motivos do distanciamento conjugal é o fato que em momentos de crise, um ou ambos ignoram o que é o valor primordial do parceiro. Na hora de colocar no papel as prioridades de compras é importante levar em consideração os valores e gostos individuais. Ou seja, o que é bobagem para um pode ser de grande importância para o outro. É possível chegar ao que realmente importa quando existe diálogo e respeito mútuo.
O ideal seria que os casais pudessem ajustar os valores e comportamentos nesses momentos de dificuldades, encontrando equilíbrio emocional para lidar com os desafios. Criar o hábito do diálogo aberto e franco, de modo que juntos possam encontrar as soluções. O curioso da mesma pesquisa é o fato que 70% dos casais que brigam por conta das questões financeiras planejam o futuro incluindo o parceiro, o que evidencia ainda mais o fato das brigas serem pontuais diante das adversidades. Crises vêm e passam como tudo na vida. O importante é ter sabedoria e bom humor para seguir em frente sem perder o que de fato nos é caro e importante: um sorriso, um abraço, um olhar terno e a certeza de encontrarmos apoio na pessoa que amamos e escolhemos para dividir a caminhada.
*Autora de Transformando Realidades, coach e terapeuta, realiza atendimento presencial e on-line, ministra Palestras, workshops e treinamentos em todo Brasil – www.hildamedeiros.com.br
Juro que tentei evitar
Afonso Rodrigues de Oliveira*
“Um político pensa na próxima eleição, um estadista pensa na próxima geração”. (James Clarke)
Juro pra você que prometi, pra mim mesmo, que não voltaria a falar de política. Mas quem resiste ao irresistível? De repente tropecei nessa frase do James Clarke e não pude resistir. Mesmo porque me lembrei da frase do Jarbas Passarinho: “No Brasil ainda temos bons políticos, mas não temos mais estadista”. Sentei-me e fiquei refletindo. Os bons políticos ainda existem, entre nós, mesmo que isso nos pareça impossível.
Mas temos que ser sinceros conosco mesmo. Não podemos colocar os bons políticos no curral. Apenas temos que nos atentar para o fato de eles não poderem fazer o que devem fazer, porque estão bloqueados pelos poderosos mestres da vigarice.
Mas vamos maneirar no tom. Afinal não podemos ficar botando a culpa nos que não fazem o que devem fazer, já que fomos nós que lhes transferimos a tarefa. E quem não sabe que rumo tomar, pode tomar o rumo errado. E nesse caso os vigaristas são meros agentes. Então vamos pôr os pés no breque. Não adianta ficarmos gritando que nem tolos, tentando esconder nossa ignorância política. Vamos cuidar de nós mesmos para que não comecemos a ser vistos como éramos vistos no início do século passado: como macacos da terra de índios.
Estamos, mais do que vivendo, sofrendo a surra da desordem. E nunca iremos corrigir isso com gritaria nem movimentos de rua, mas na Educação. Estamos produzindo uma imagem degradante da nossa civilização. Por incrível que pareça, estamos voltando à época em que ficávamos escondidos detrás da porta, esperando que os considerados civilizados assumissem o que fizemos e não tivemos coragem de apresentar.
Você sabe quem inventou o telefone? Poucos brasileiros sabem. E ficariam envergonhados se soubessem por que ele não é conhecido como uma invenção brasileira.
Mas chega de blá-blá-blá. Vamos nos responsabilizar pelo nosso País. E não seremos um povo responsável pela sua pátria enquanto não formos realmente educados e civilizados. E o início da caminhada está no berço. É nos primeiros passos que damos que aprendemos a nos equilibrar. E nos equilibramos de acordo com o equilíbrio da nossa mente. Cuidado com a educação que você está dando a seu filho.
É ele que vai concluir os trabalhos que estamos tentando realizar no aprimoramento do nosso País. Faça sua arte com responsabilidade. E comesse a tarefa banindo todos os corruptos da nossa política. E é simples pra dedéu. É só você se respeitar como cidadão, ou cidadã. Vamos renovar. Fazer o que devemos fazer como deve ser feito. Pense nisso.