O custo da violência no trânsito brasileiro – Carlos Santana*A imprudência no trânsito mata cerca de 45 mil pessoas por ano no Brasil e deixa aproximadamente 600 mil com sequelas permanentes, conforme aponta o Ministério da Saúde. Isso significa que o País registra uma infeliz média de 123 mortes por dia.
Por que a tragédia do dia a dia no trânsito, que poderia ser evitada com melhor formação do condutor e um cidadão mais consciente de seu papel, por exemplo, não nos impressiona tanto quanto a repercussão de um acidente aéreo? Será que perdemos a capacidade de indignação diante de um tema tão sério e que merece o engajamento de toda a sociedade?
Além do trauma, que a violência no trânsito deixa em quem perde um ente querido, ela provoca um profundo impacto social e econômico. E quando se vive um cenário de recessão como o atual, o custo da imprudência nas ruas e estradas chama ainda mais a atenção. Se considerarmos os gastos com o resgate, tratamento hospitalar e a reabilitação das vítimas; conserto de equipamentos de trânsito danificados nessas ocorrências, custo do atendimento prestado pela polícia e bombeiros; além do reflexo com a perda de cidadãos em idade economicamente ativa, o valor apontado chega a R$ 56 bilhões. A estimativa considera como referência o ano de 2014 e foi apresentada pelo Observatório Nacional de Segurança Viária.
Diante de tudo isso, e aproveitando a comparação inicial entre a realidade do trânsito e a aviação, pensando na formação de quem está no comando seja de um carro ou avião, pois para ser um piloto profissional é preciso passar por aulas em um simulador, então por que essa realidade é ainda tão recente no Brasil para obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH)? Esse é um exemplo de como a tecnologia deve ser usada a serviço de uma melhor formação, permitindo ao aluno vivenciar cenários extremos que enfrentará. Em meio a esse desperdício de vidas e dinheiro público, é a chance de usar o avanço tecnológico do simulador de direção para treinar os sentidos e a capacidade de tomada de decisão em uma fração de segundos, o que pode ser crucial em defesa da vida.
Indo além da modernidade, outro passo no sentido de mudar essa triste realidade cabe às mudanças recentes aplicadas no Código de Trânsito Brasileiro, especialmente a que torna mais grave a punição para quem for flagrado manuseando um aparelho celular enquanto dirige.
Um trânsito mais seguro depende de cada um de nós. Um comportamento mais adequado nesse cenário não só significa respeito e empatia pelo próximo, mas também o compromisso enquanto cidadão de colaborar para o crescimento econômico e social do País.*Diretor de relacionamento institucional da Pro Simulador, empresa homologada pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran)
Saudações à mentira – Tom Zé Albuquerque* O dia da mentira existe! Embora esteja histórica e mundialmente embasada, mas a maioria da população brasileira não sabe ou não considera sua origem, provavelmente em função de em nosso país a mentira ter virado regra, porquanto, falar a verdade tem se tornado algo secundário.
Este dia ganhou notoriedade a partir do ano de 1562, quando o Papa Gregório XIII instituiu um novo calendário para todo o mundo cristão – o chamado calendário gregoriano – definindo que a partir de então o “ano-novo” deveria ser medido a partir do dia 1º de janeiro de cada ano. Até então, desde o começo do século XVI, o ano novo era comemorado em 25 de março, considerando a chegada da primavera, alimentada por fartas festas com troca de presentes, com duração de uma semana findando as comemorações no primeiro dia de abril.
Ocorre que o rei francês, Carlos IX, infringiu a norma papal passando a seguir a exigência somente dois anos depois, em 1564. Ainda assim, a população francesa resistiu, ignorou ou esqueceu-se da mudança legal, mantendo a comemoração na antiga data. Alguns cínicos passaram a ridicularizar o apego ao calendário anterior por parte do grupo de conservadores, os tachando de “bobos de abril”, pela emissão de presentes esdrúxulos e convites para festas ora depravadas, ora inexistentes. Da França, o modismo migrou para a Inglaterra e, a partir daí, para outros países.
No Brasil, o periódico mineiro intitulado de “A Mentira”, circulado entre 1828 e 1849, acimentou a mentira difundida em meios formais. Mentir é em nosso país uma espécie de… esporte nacional. Mente-se para comprar, para vender; a mentira está presente no trabalho, nas famílias, nas escolas, nas igrejas, na justiça… algo que sabemos fazer parte do ser humano, mas que no país da burla, da farsa e da camuflagem essa anomalia é intensa, constante, institucionalizada e, pois, cruel para todos.
Em tempos de redes sociais, nunca os falseamentos sociais estiveram tão explícitos; a podridão antes acortinada, agora chega à população numa velocidade impressionante, ao mesmo tempo em que é possível descobrir a origem deturpada de uma informação, ou o interesse mesquinho construído por um indivíduo ou um grupo, para a difusão de um dado qualquer. Conforme o jornalista Mauro Pereira, trata-se isto da “Consagração do país de mentira, que insiste em esconder em espetaculosas propagandas oficiais a degradação de milhões de brasileiros abandonados ao deus dará. É a mentira na sua pior forma, que escancara as mazelas de um governo refém dos partidos que o sustentam politicamente e próximo de afogar-se no mar de corrupção que o está inviabilizando”.
O mesmo profissional aponta ainda que: “Dessa distorção decorre o inevitável relacionamento mais estreito com a prática nefasta de políticas paternalistas que exaltam a submissão e são diminuídas ainda mais pelo viés eleitoreiro que as caracteriza”. Olavo de Carvalho defende que “políticos normais mentem quando lhes interessam, com a parcimônia necessária a manter um controle razoável da própria encenação. Suas mentiras são conscientes e refletidas, compatíveis com o realismo mais grosso e saudável”.
O dia da mentira no Brasil tornou-se sem sentido, não só no âmbito político, mas no dia-a-dia em todos os flancos sociais. Vivemos atolados em tramoias de tudo quanto é lado. Interesses particulares em sobreposição ao coletivo estão infiltrados em nosso cotidiano. O dia da mentira brasileiro é uma grande mentira!*Administrador
Os prejuízos do tabaco – Pedro Oliveira*Símbolo de liberdade e estilo propagado inclusive por antigos astros do cinema, o tabagismo se transformou nas últimas décadas em problema mundial de saúde. Hoje, o consumo do fumo é considerado como a maior causa evitável de 6 milhões de morte em todo mundo, número que deve crescer para 8 milhões de óbitos anualmente até 2030, segundo estudo realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos e divulgado recentemente.
No Brasil, as campanhas contra o tabagismo e a Lei Antifumo vêm contribuindo para reduzir os impactos causados pelo ato de fumar. Uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde apontou que o número de fumantes passivos no trabalho registrou baixo de 34,4% entre os adultos nas capitais brasileiras. Em 2011, um levantamento do órgão federal apontou que uma média de 12,2% das pessoas eram expostas à fumaça de cigarro e outros produtos derivados do tabaco no ambiente de trabalho. Já a pesquisa de 2015 revela que o número caiu para 8% nesses ambientes.
Parar de fumar é uma decisão saudável, mas nem sempre fácil de alcançar. As substâncias do cigarro vão persistir no organismo por longo tempo, mas os benefícios podem ser sentidos logo nos primeiros 20 minutos, com a normalização da pressão sanguínea e a pulsação.
Em muitos casos, o esforço inicial para parar de fumar pode parecer algo intransponível. Por isso, busque auxílio do seu médico de confiança. Hoje, as terapias disponíveis – a varenicilina, por exemplo – ajudam milhares de pacientes nessa empreitada. Com o tempo, parar de fumar vai se transformar apenas em uma decisão acertada para uma vida melhor e mais saudável. *Diretor médico da ePharma, empresa líder no mercado de assistência de benefícios farmacêutico
Mude o rumo da prosa – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Ao invés de reclamar quando o relógio despertar agradeça a Deus pela oportunidade de acordar mais um dia”. (Aristóteles Onassis)A mania de reclamar faz mal. É uma atitude negativa que domina a maioria dos seres humanos. E você pode até estar no grupo dos ranzinzas. Mas vamos deixar o mal-humorado na dele e vamos conversar.
Estamos assistindo a um número absurdo, de absurdos. Já nem sabemos mais em quem confiar. E é aí que a vaca vai pro brejo. Como podemos viver sem ter em quem confiar?. E muito raramente alguém acorda e percebe que quando não confia em ninguém, está desconfiando de si mesmo, na incapacidade de acreditar. E se for esperto vai ver que está dando uma de bobo.
Quando não confiamos não temos condições de construir amizades. E a amizade é um sustentáculo da felicidade. A amizade sustenta a felicidade. Ela é indestrutível. Mas é difícil pra dedéu, conseguir isso: fazer com que ela não se destrua. E quando uma amizade se destrói é porque não era amizade. Ela não se destrói quando sabemos mantê-la, independentemente dos obstáculos que ela possa trazer. Quantas amizades você tem? Em quantas você confia? Porque se não confia, não é amizade. Você precisa amadurecer para saber em quem você pode, ou não, confiar. E mesmo sem confiar, mantenha-a. Porque o que interessa e importa é a amizade que você dedica. E esta, mesmo à distância, tem o poder da sinceridade.
Nunca abuse de sua amizade. Quando a mantemos, escudada na sinceridade, sempre nos beneficiamos com a felicidade. A felicidade está dentro de nós mesmos. Não tem porque buscá-la fora de nós. E podemos começar, agradecendo a Deus pela oportunidade de estar acordando, e viver mais um dia. “O reino de Deus está dentro de nós”. (Lucas 17:21). E se é assim, por que perder tempo buscando a felicidade onde não a pusemos? Todos nós temos todo o poder de que necessitamos para ser feliz. Seja feliz não permitindo que alguém faça você se sentir infeliz. Simples pra dedéu. Você não precisa rezar nem se benzer para ser feliz. Basta querer ser. E comece por se valorizar no que você é. E você é exatamente o que pensa que é. E se é assim, mantenha seus pensamentos no caminho que você pretende caminhar em busca da felicidade.
Construa boas amizades. E você tem o poder de saber exatamente em quem pode, ou não, confiar. E se se enganar, nada de decepções nem desilusões. É com os erros que aprendemos. A traição não é mais do que um aviso de que não fomos suficientemente espertos. Então, não há por que se aborrecer com o seu relógio mental. Ele está despertando a toda hora; é só ficar esperto. Pense nisso.*[email protected]