Bom dia!As coisas estão complicadas para quem mora e pensa sobre o futuro de Roraima. De um lado vivemos um momento particularmente grave do ponto de vista da segurança jurídica de que todos precisamos para viver, trabalhar e fazer negócios. No meio rural, a recente decisão judicial que acende o velho movimento ambientalista/indigenista por demarcações de mais terras indígenas no estado freia a intenção dos empresários já instalados em Roraima de realizarem investimentos. Por outro lado, dá um golpe mortal na esperança de atração de novos empresários rurais para investirem no agronegócio roraimense, afinal, ninguém estará disposto a usar eventuais capitais próprios sob o risco de vê-los confiscados pela sanha demarcatória. Existe ainda a puxada de freio das instituições bancárias que, decididamente, não aceitarão hipotecas de terras sem segurança jurídica.

Na questão urbana, um misto de populismo eleitoreiro, com a sincera preocupação de atender a população carente com moradia, também mandou para o espaço a segurança jurídica do direito inalienável da propriedade privada. A falta de pulso e o desejo não manifesto de aproveitar o momento pré-eleitoral para trocar favores por futuros votos vão de forma acelerada comprometendo irreversivelmente a possibilidade de fazer uma política minimamente racional de ocupação do solo urbano da Capital. Pior do que isso, essa irresponsabilidade das autoridades públicas vai gerando problemas para o futuro cuja correção, se é que é possível corrigir, vai custar montanhas de dinheiro por parte do governo estadual, cujo tesouro está quebrado e sem perspectivas de que a situação irá melhorar.

Tudo isso está acontecendo, sem que uma única liderança local tenha capacidade de aglutinar o que resta da força política do estado, para buscar pressionar o governo federal, e sua política de inviabilização econômica de Roraima, bem como buscar a adoção de políticas republicanas para enfrentar as mazelas do populismo, e da falta de compromisso para com o futuro próximo do estado. Pobre Roraima.DAS MELHORESPara não dizer que não falamos de flores. A prefeita Teresa Surita (PMDB) mandou mensagem, via WhatsApp, para registrar que no último levantamento feito pela revista Exame, do grupo Abril, Boa Vista continua entre as melhores cidades brasileiras para se viver. Ficou na frente, por exemplo, de todas as capitais estaduais do Norte, e do Nordeste. Ninguém tem dúvida de que é melhor morar aqui, ainda, do que em outras cidades brasileiras. O desafio é manter tudo isso. Não podemos esquecer que, no caso, o tamanho dos problemas ajuda nessa boa avaliação. O difícil é manter essa qualidade. Teresa diz ter confiança de que de passo em passo chegaremos lá.INDENIZAÇÃOO governador em exercício, Paulo César Quartiero, disse ontem em entrevista ao programa Agenda da Semana, da Rádio Folha, que o Governo estadual deveria fazer um levantamento rigoroso de todos os prejuízos causados pela política do governo federal para Roraima e, estimado esse buraco, esta conta deveria ser apresentada em Brasília para compensar o povo roraimense. O governador em exercício, que lembrou os prejuízos decorrentes da suspensão da construção do Linhão de Tucuruí e da demarcação de Terras Indígenas, disse que esse buraco é muito maior do que os estimados cinco bilhões de reais anuais que Brasília manda para cá.MODELOO secretário estadual de Planejamento, Haroldo Amoras, viaja logo mais para Brasília. Vai discutir na Câmara dos Deputados, como representante do Governo do Estado, os termos da Medida Provisória que institui as novas taxas que serão cobradas pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA) na liberação de mercadorias nacionais e internacionais destinadas a Amazônia Ocidental. O secretário vai dizer que é importante a retomada das receitas fundamentais para a manutenção da SUFRAMA, mas dirá igualmente que o modelo de intervenção do Governo Federal na Amazônia, SUDAM e SUFRAMA, está falido. Amoras defende a montagem de um novo modelo institucional que empodere as lideranças locais de cada estado. ANTROPOLOGIAO Instituto de Antropologia, da Universidade Federal de Roraima (UFRR), já lançou o edital que regula a inscrição para interessados em cursar mais um curso de especialização, stricto sensu, em nível de Mestrado em Antropologia Social. São dezesseis vagas, com duas destinadas, a afro-descendente e indígena. As inscrições podem ser feitas no próprio Instituto de Antropologia, no Campus do Paricarana.ELOGIOSO governador em exercício, Paulo César Quartiero, faz elogios abertos aos auxiliares e secretários estaduais. Ele disse que todos os que ele procurou para obter informações sobre o governo, afinal antes de assumir ele não teve qualquer conversa prévia com a governadora Suely Campos (PP), foi atendido com presteza e lealdade. De alguns, o governador em exercício pediu levantamento sobre dados econômicos e financeiros do estado e foi atendido sem resistência.