Bom dia!Algumas entidades representativas do empresariado roraimense estão irrequietas e incomodadas com a decisão de uma das empresas áreas que fazem voos partindo do Aeroporto de Boa Vista de suspender alguns horários. Entre outras coisas, essas entidades alegam que a maior parte da população que vive em Roraima veio de outros estados da federação e que precisam continuar viajando a seus redutos natais. É evidente, que esses empresários que estão vocalizando a insatisfação com os cortes têm todo o direito de reclamar, afinal, o direito ao esperneio é sagrado e constitucional.
Mas, não estariam essas lideranças desfocadas quanto ao essencial de se discutir no estado de Roraima? Por exemplo, como empresários sabem que na economia capitalista – ou não vivemos mais numa economia de capitalismo privado?-, as empresas sempre estão à procura de lucro. Essa é sua busca precípua, muito embora se fale modernamente em função social das empresas, mas esta, com certeza é secundária em relação à primeira, e faz parte quase sempre de uma estratégia de mercado. E nessa direção, se aquela empresa está suspendendo voos desde Boa Vista é porque encontrou rotas mais lucrativas.
E por que ela estaria saindo um pouco do mercado local? Com certeza não é porque a demanda pelos seus assentos esteja aumentada, ao contrário deve estar caindo. E por que essa demanda está caindo? Aí, reside o essencial da questão. É preciso buscar as causas que mantém Roraima e sua gente amarrados aos grilhões da economia do contracheque capa-branca. E o buraco está muito mais embaixo; podendo ser encontrado na enorme concentração de riqueza, nas causas deletérias dessas demarcações de terras indígenas que não acabam na incompetência dos governantes incapazes de buscar saídas para a crise, e por que não? Na corrupção que grassa por aqui também.ESNOBAÇÃONoutro dia, um empresário local, desses que vivem do trabalho honesto e de arregaçar as mangas, esteve em nossa redação para dizer de sua perplexidade ao aceitar um convite para participar de uma festa social num dos espaços destinados a eventos da Capital. “Cheguei e me impressionei com o luxo dos homens e das mulheres. Juro que imaginei um cenário parecido com aquele deslumbramento típico daquele ambiente da Europa clássica. E fiquei imaginando que atividades econômicas existiriam no estado para bancar esse nível de sofisticação, e não encontrei”. Sem comentários.APRENDIZESEm declaração prestada ao receber alguns prefeitos em seu gabinete no Senado Federal, o senador Romero Jucá (PMDB) disse que aproveitou as últimas eleições para iniciar um processo de renovação de lideranças políticas no Estado. E realmente, ele parece ter nas mãos a maioria desses prefeitos, até porque parece ter as chaves das portas do Governo Federal para o Estado. Pelo currículo, o perigo é que as criaturas sigam o exemplo do criador.SEME o vice-governador, Paulo César Quartiero, não trocou uma única palavra com a governadora Suely Campos (PP), que retornou de viagem ao exterior, ontem, terça-feira, 25. A governadora encarregou um assessor de telefonar ao vice-governador para dizer que ele não precisava mais ir ao Palácio Hélio Campos, pois ela retornara de viagem. Quartiero retornou, ontem, ao meio-dia para Belém. Não escondia o desapontamento.COMPANHIAAliás, por falar em Paulo César Quartiero, alguns empresários do setor agropecuário criticaram o fato dele estar almoçando numa churrascaria da cidade na companhia do presidente da Federação dos Moradores de Roraima (FAMER), Faradilson Mesquita, que estaria comandando invasões de terras em Boa Vista. Sobre o episódio, o vice-governador disse à Parabólica: “Como governador em exercício, procurei ouvir todos os que me procuraram. Com relação ao Faradilson, eu devo lembrar que ele foi uma das poucas lideranças que ficaram comigo enfrentando as forças federais para resistir à expulsão dos produtores da Raposa Serra do Sol. Alguns dos que me criticam sumiram”.INVASÃOE não é só em Boa Vista que estão ocorrendo invasões. Na pequena cidade de Três Corações, que fica no entroncamento da BR-174 com a estrada que vai para o Tepequém, também tem gente invadindo terras privadas. Ali, para quem vai para Pacaraima, à esquerda fica uma Terra Indígena, mas à direita, por enquanto, são terras privadas. Pois bem, antecipando aos problemas que virão com a decisão de algumas lideranças indígenas de expulsar os não índios de Três Corações, tem gente invadindo o lado direito para garantir uma opção em caso de serem forçados a sair. Outros, oportunistas invadem para vender terrenos depois. É mole?