Opinião

Opiniao 27 04 2017 3959

Reforma da Previdência – Flamarion Portela*Um reforma dessa magnitude não pode focar, exclusivamente, no equilíbrio fiscal. Vejo a equipe do Governo, do presidente aos ministros, repetirem que a proposta original previa uma economia de R$ 800 bilhões em dez anos.

Feitas algumas concessões, esse valor baixou para R$ 630 bilhões, também em dez anos. Ora, esse valor representa R$ 63 bilhões por ano, R$ 5,25 bilhões por mês e R$ 172,6 milhões por dia. Todo esse dinheiro tirado do suor do trabalhador, do bolso do chefe de família e, muitas vezes, do estômago de alguns, pois lhes falta à condição de suprir a mesa dos seus filhos, com o abençoado pão nosso e cada dia. Somos uma das nações que mais paga impostos.

Não vejo, por parte das autoridades brasileiras, nenhuma preocupação com as pessoas, as famílias e as diferenças regionais existentes nesse gigante Brasil. Cadê a humanização da Previdência? Cadê o caráter solidário da Previdência? Essa humanização só pode ser concretizada com uma ampla discussão com as federações, sindicatos e a sociedade organizada. Se houvesse essa participação, o primeiro passo seria a efetiva cobrança dos devedores do sistema. Vemos todos os anos, o Bradesco, Itaú, Banco do Brasil, Caixa, só para citar alguns bancos, terem bilhões e bilhões de lucro, mas, descaradamente, devem à Previdência. Lembra da JBS, dona da Friboi? Pois bem, essa empresa deve R$ 1,8 bilhão à nossa Previdência.

Segundo a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal, há uma dívida de R$ 426 bilhões com o sistema de seguridade social do País. Como garantir a sustentabilidade da Previdência Social com tanta sonegação, tanta desoneração fiscal, tanta desvinculação de receitas, além da informalidade. Por que a conta só vai para o trabalhador? Por que gerar insegurança social? Por que olhar só para cifras? Não podemos nos esquecer das pessoas. Somos nós que fazemos e sustentamos essa grande nação.

Saímos para trabalhar todos os dias, às vezes de ônibus, trem, moto, bicicleta, a pé, de automóvel, e produzimos toda riqueza brasileira. Lamentavelmente, os canalhas que todos os dias roubam os cofres públicos, acham que somos tolos, bobos e, eles, os inteligentes, espertalhões, os sábios. As coisas estão tomando outro rumo e os canalhas que fiquem com a barba de molho. Chega de roubar o suor do povo trabalhador!

Gandhi nos ensinou ainda no Século XX a conter a ambição. Disse ele: “Sempre houve o suficiente no mundo para todas as necessidades humanas. Nunca haverá o suficiente para a cobiça humana”.

Nenhuma nação produz riqueza. Ela é oriunda do suor do povo trabalhador. O suor é sagrado e merece todo respeito.

Não à Reforma da Previdência. Sejamos todos contra. Os direitos devem ser mantidos!*Deputado estadual e ex-governador de Roraima

ALÔ IMPRENSA MARROM – Ranior Almeida Viana*    O artigo da semana passada deu o que falar, pelo menos na página de Facebook de outrem, sabe por quê? Passou despercebido por mim o título com erro gramatical de “aqui” mal empregado no título que era “Lulismo e Chavismo aqui ponto chegaram”. O certo seria eu ter inserido o “a que” (reconhecido o erro).

Daí passados exatos seis dias da publicação, um amigo que mora em Brasília me fala de uma publicação sobre meu último artigo de opinião no Facebook. Se não fosse ele, não saberia de tal fato, afinal eu evito acessar muito essa rede social. E então, eu fui ver a referida publicação. Olha que deu ibope. Fiquei triste da forma que foi colocado o recorte da foto (com o título e meu nome) a segunda parte da legenda que dizia: “Nem o jornal tem revisor. #impressaanalfabeta”. Se a pessoa que teve tempo para ler o título do artigo do periódico, não leu a parte final abaixo dos artigos que explica que os textos publicados “não traduzem a opinião do jornal”, e, que o principal é “estimular o debate e de refletir as diversas tendências”, ou seja, tenho a total responsabilidade por aquilo que publico aqui neste livre e democrático espaço.

Dentro das jorradas de comentários alguns até maldosos, típico de internautas histéricos que não têm muita coisa a fazer a não ser criticar e gozar dos erros alheios gratuitamente, eu encontrei o da grandiosa jornalista Cyneida Correia, que sinceramente deu um verdadeiro cala boca a essa imprensa marrom (sensacionalistas em busca de audiência). Destaco aqui, que em seu comentário ela recomenda aos que riram do erro (humano) “a se candidatarem a vaga pra trabalhar no jornal em vez de criticar”. Esses seriam ótimos redatores, revisores e até OMBUDSMAN. Meus cumprimentos a Cyneida Correia que, sem me conhecer pessoalmente, me incentivou a continuar!

Confesso que gostaria de falar aqui de outro assunto, mas esse foi pertinente e decidi escrever sobre. Afinal, todos nós e até os que se consideram semideuses estão sujeito a erros e principalmente a serem importunados por pouca bobagem. Nessas horas fica mais claro aquele velho ditado popular que diz que “Deus não dá asas a cobra”. PS. O endereço eletrônico que está abaixo do texto é um ótimo meio de comunicação entre opinador e leitor.         *Licenciado em Sociologia – UERR e Bacharelando em Ciências Sociais – [email protected] 

Sobre o movimento separatista São Paulo Livre – Luiz Maito Júnior*São Paulo Livre… E desde quando estivemos presos, desde quando sofremos misérias ou agruras de outros lugares? Um olhar na História nos jogará na cara a nossa primeira condição de cafuzos ou mamelucos, nossa condição menor em relação à Bahia ou Pernambuco, éramos os selvagens, aqueles que se mestiçaram, frutos da libido canalha branca com as desavergonhadas índias.

Maldosos e violentos destruímos tribos e cometemos etnocídios em nome da sobrevivência e do dinheiro fácil, saímos de Piratininga rumo às matas do sertão nordestino, chegamos a Amazônia, dizem até ao Peru, desbravadores? Heróis? Ah Bandeirantes! A vontade de escravizar serviu bem a coroa, e veja só, toda a ignorância dos que matavam e escravizavam indígenas, foi a grande unificadora deste País, os Borbas Gatos dos séculos coloniais, em estátuas pelas cidades provavelmente serão modelos desta desventura chamada São Paulo Livre.

Quantos somos nós paulistas? Piratininguenses? Somos quatrocentões? Essa elite “orrameu”, arcaica e pseudointelectual, que toma a parte pelo todo, que norteia o dinheiro pelo caráter, que sempre explorou os migrantes, que não pensa duas vezes em dizer aos seus trabalhadores que todo baiano é preguiçoso, que todo cearense é cabeça chata, que todo trabalhador braçal é nordestino, isso com a pior conotação possível. Eles são paulistas? Quem constrói algo constrói pertencimento?

Malfadada campanha, olhar presunçoso, somos todos boçais demais, já não chega seus bolivianos escravos nos quartos escondidos de sua zona norte, ou quem sabe os índios favelados de sua zona sul. Olhemos para nós mesmos, somos causa dos males desse país, talvez os maiores culpados, imaginar que como uma nação livre, seríamos melhores, isso nos faz tão pequenos e covardes que só a ideia desta consulta me embrulha o estômago. Chegaremos bem perto de Mussolini e sua Itália fascista.

“Não sou de São Paulo, não sou japonês, não sou de Brasília, não sou do Brasil, nenhuma pátria me pariu” *Estudante de História da UERR

O perigo em mandar – Afonso Rodrigues de Oliveira*“É sempre um erro grave mandar sem a certeza de ser obedecido”. (Mirabeau)Não sei se você observa, mas deveria observar. Os tempos mudam e tudo muda, menos nós. Em todos os dias preocupo-me ao ver as dificuldades que os pais atuais encontram em educar os filhos, dentro dos padrões modernos. Ainda não aprendemos que para seguir o modernismo temos que ser modernos. Simples pra dedéu. Continuamos querendo educar como fomos educados. E por mais que tenhamos sido educados, continuamos tentando nos educar. E não nos educaremos para o momento em que vivemos, enquanto não acompanharmos a marcha do tempo.

A Astrologia Espacial nos garante que o dia hoje não tem mais vinte e quatro horas. E que nós vivemos a ilusão de que a escassez de tempo está ligada à azáfama do dia a dia. Pura ilusão. E pelo nosso despreparo para a inclinação do eixo da Terra, caímos na tolice de pensar que estamos vivendo o momento supremo da inteligência humana. Almocei e fiquei à mesa olhando para a rua e me lembrando de como era o mundo, na minha adolescência. E a dona Salete fica me olhando de soslaio, quando desconfia que estou pensando no passado. Ela percebe no meu sorriso.

Sempre que fico olhando para a rua penso no passado. Na época em que só os ricos tinham telefone em casa. E ficávamos boquiabertos achando que o mundo estava no auge do desenvolvimento tecnológico por causa do telefone e do rádio. Aí imagino como se sentirá o ser humano daqui a cem anos, imaginando como éramos atrasados com o celular. Já pensou nisso? Comece a pensar quando estiver encontrando dificuldades em educar seu filho, hoje. E não se esqueça de que é na educação que você lhe dar, deve levar em conta que você deve orientá-lo e não dirigi-lo. É mais seguro você dizer a seu filho o que ele deve fazer do que o que não deve fazer. A escolha será sempre dele, escudado na orientação que você lhe deu. E lembre-se sempre de que na educação o exemplo é e sempre será a melhor didática.

Ao atingir a maior idade, seu filho já terá ouvido de você, milhares de vezes a palavra “não”. Então tenha cuidado quando lhe disser não. O não nem sempre é negativo, desde que saibamos dizê-lo. O futuro do Brasil “… esse colosso imenso, gigante de coração de ouro e músculos de aço” está na educação que você der a seu filho hoje. Porque querendo ou não, é hoje que começa o futuro do seu filho, não importando qual a idade dele. Portanto, eduque seu filho na sua convivência com ele, no seu dia a dia, para que ele nunca se esqueça da sua presença, e sinta saudade. Porque só sente saudade quem foi feliz. Pense nisso.*[email protected]