Jessé Souza

Apocalipse politico 4057

Apocalipse político O que foi revelado pela delação premiada dos sócios do frigorífico JBS (empresa que ficou conhecida nacionalmente como Friboi) foi bombástico, porém não trouxe nada mais além do que já sabíamos a respeito do PMDB do presidente Michel Temer e do PSDB de Aécio Neves. Sabíamos, mas não com todos esses detalhes de personagens e valores da sem-vergonhice.

O que sempre surpreende é a forma como os corruptos agem, por descaramento mesmo e na certeza da impunidade, sendo capatazes dos empresários milionários deste país. Abriram-se, de vez, as entranhas do país da bandalheira. As vísceras, que já estavam expostas e fétidas, agora foram espalhadas no cenário de horror em que se tornou a política brasileira.

Tudo ficou mais nítido ainda. Os empresários das maiores empresas brasileiras, todas anunciantes da TV Globo, comandam a corrupção endêmica no Brasil. Eles contam com a ajuda de seus capangas, os políticos safados, que intermedeiam todos os esquemas entre Legislativo, Executivo e Judiciário.

O esquema é de longas datas. É por isso que os grandes empresários bancam a eleição dos corruptos por meio de doação de campanha eleitoral, mais precisamente por meio do caixa 2. A reeleição desses parlamentares é a garantia da manutenção de todo esse grande esquema, do propinoduto da Petrobras até os recursos que chegam aos municípios mais distantes do país.

Para não matar a “galinha dos ovos de ouro”, sem mexer com os grandes e com os privilégios dessa elite que tem as mãos sujas, a quadrilha que se apossou do Brasil tentou os duros golpes no povo por meio das reformas trabalhista e previdenciária. E quase conseguiram dar o golpe fatal no pescoço do trabalhador brasileiro.

O que se pode tirar de conclusão de tudo isso é que Temer não tem mais condições alguma de continuar presidente do Brasil, uma vez que mostrou fazer parte da quadrilha. Não há mais governabilidade. Nem sequer esses grupos que mandam no país têm condições morais e legais de continuarem tocando as reformas que retiram direitos conquistados sob muitas lágrimas e sangue do trabalhador brasileiro.

É preciso também passar a limpo o Judiciário brasileiro, um dos tentáculos do grande esquema, garantido por meio da lentidão processual e dos engavetamentos que alimentam a impunidade. A sanha dos corruptos só ganhou essa dimensão porque a banda podre do Judiciário assim permitiu. E a Operação Patmos é apenas uma ponta desse grande Apocalipse político. Mas nada que possa nos surpreender, pois já desconfiávamos de tudo, só não tínhamos certeza.

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