A hora dos pequenos O que podemos perceber, no meio desse lamaçal espalhado pela Operação Lava Jato, é que as maiores empresas desse país não só se beneficiaram da corrupção como também viviam do apadrinhamento dos cofres públicos. As delações revelaram o jogo sujo que enriqueceu muitos e o uso do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como uma feira-livre de negociatas.
Em outras palavras, o banco que deveria estar caminhando de mãos dadas com os pequenos investimentos terminou por se prostituir com as grandes empresas apadrinhadas pelo Estado. A “delação Friboi” é apenas uma dessas pontas do favorecimento que foi exposta.
Com o desmanche desse esquema e as grandes empresas enroladas com a polícia e com a Justiça, agora o governo precisa olhar para os pequenos e parar de usar o banco para criar compensações e subsídios para os grandes que vêm mamando nas tetas governamentais fartamente desde muito tempo.
Não só o Governo Federal deve pensar em um novo caminho para o BNDES, mas os governos estaduais também, que deveriam estar investindo nos pequenos empreendimentos, principalmente com modernização de equipamentos das pequenas empresas, que geram renda e emprego nas cidades desse país.
Os governantes agem mal e porcamente quando se trata de investir nas pequenas empresas, pois os políticos preferem montar um balcão de negócio eleitoral com os programas de desenvolvimento que não passam de fachada. Em Roraima, não custa lembrar, os políticos em conluio com empresários que mamam nas tetas já faliram dois bancos.
Para complicar ainda mais essa falta de investimentos, o governo não tem sequer o pudor de investir nas empresas locais, fechando negócios com empresas de fora, deixando os empresários locais no sufoco e à beira do colapso, dependendo da economia do contracheque.
Então, que esse momento crítico pelo qual passa o país, com a Lava Jato mostrando as entranhas no uso do BNDES para beneficiar os grandes, sirva de reflexão aos políticos e à sociedade de uma forma geral, para que se comece a investir nos pequenos empreendimentos.
Não dá mais para tolerar que o Estado apadrinhe somente os grandes e ainda alimente os esquemas de corrupção. É preciso que os governos agora corram atrás daqueles pequenos que estão tentando investir, mas não conseguem. É preciso acabar com as mamatas dos grandes e apostar nos pequenos. Não há outra saída para o Brasil.*[email protected]: www.roraimadefato.com/main