Violência no trânsito – Flamarion Portela *Os dados são alarmantes. A violência no trânsito é a terceira causa de mortes no mundo, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), ficando atrás apenas de doenças cardíacas e câncer.
Dados do Ministério da Saúde apontam que a imprudência no trânsito mata cerca de 50 mil pessoas por ano no Brasil e deixa aproximadamente 600 mil com sequelas permanentes, nos deixando nos primeiros lugares do ranking mundial.
E, de acordo com as estatísticas, os jovens são os principais envolvidos em acidentes com mortes e o uso do álcool, normalmente, está ligado às causas do acidente.
Em Roraima, os números ainda são preocupantes. Embora já tenhamos conseguido diminuir a quantidade de acidentes, de acordo com dados do Detran-RR, já foram registradas 35 mortes no trânsito em Roraima, somente nos quatro primeiros meses de 2017.
No comparativo dos últimos cinco anos, os números revelam uma queda considerável: 64 em 2013; 63 em 2014; 61 em 2015; e 53 em 2016. Apenas do ano passado para cá, houve uma diminuição de 34% no número de vítimas fatais no mesmo período.
Mas ainda não podemos comemorar, sobretudo se observarmos que o maior número de vítimas fatais está entre os motociclistas, já que em Roraima, cerca de 50% da frota dos 177 mil veículos registrados, são motos. Isso colocou nosso Estado, no ano passado, no segundo lugar do ranking de acidentes com vítimas fatais, de acordo com estatísticas do Ministério da Saúde.
Apesar das inúmeras campanhas de conscientização, blitzen educativas e repressivas, a população ainda não tem absorvido de forma clara a importância da educação no trânsito.
E falar em educação no trânsito é falar, sobretudo, no cumprimento do Código de Trânsito Brasileiro. O conhecimento e respeito às leis e regras são fundamentais para que possamos diminuir cada vez mais o número de acidentes em nosso Estado.
Coisas básicas como não dirigir sob o efeito de álcool, não atender o celular ao volante, ou simplesmente respeitar a sinalização, podem fazer uma grande diferença.
A imprudência, a imperícia, a falta do uso de equipamentos de segurança, sobretudo entre os motociclistas, elevam os riscos de acidentes fatais e precisam ser observados com mais rigor pela população, para que em conjunto com o Detran, possamos ter um trânsito mais humano, que deixe de ceifar tantas vidas diariamente.
A luz amarela está acesa. Gostaria de conclamar toda a sociedade roraimense para, de forma coesa e solidária, melhorar o trânsito em nossa cidade e em nosso Estado.
A vida é sagrada, vamos valorizá-la!
*Presidente do Detran-RR e ex-governador de Roraima
Futebol local – Ranior Almeida Viana* Hoje falarei da “coisa que é mais importante dentre as coisas menos importantes”. Essa frase é do treinador italiano Arrigo Sacchi, que definiu dessa forma o sentido do futebol. No caso falo do futebol local. Como já mencionei neste espaço, acompanho o Campeonato Roraimense de futebol desde o ano passado, sem precisamente torcer por um clube, Reconheço que, a partir deste ano, tomei gosto pela equipe do Grêmio Atlético Sampaio, o famoso GAS, identificação essa influenciada pela atenção dada pelas pessoas do clube.
Aí você me fala: “Ah, Ranior, mas o GAS não está na vitrine do futebol!” E eu vos falo: um dia, quem sabe, com um pouco de apoio e organização chegará! Exemplo disso é o São Raimundo. Conforme disse o seu treinador, Chiquinho Viana, em entrevista pós-título estadual: “O São Raimundo é lá do bairro Operário, não temos ajuda de autoridades, temos ajuda de amigos, de aliados”.
E por falar em vitrine, neste caso os clubes que representam o Estado no campeonato Brasileiro série D. Fui aos jogos que tiveram portões abertos aos torcedores no Estádio Ribeirão. O primeiro foi São Raimundo 1 x 1 Genus – RO (28/05/17). Neste jogo, a bilheteria respeitou a Lei Federal N° 12.933/2013. Já no jogo do domingo seguinte (04/06/17), que foi entre Baré 0 x 1 São Raimundo – PA, a mesma lei não foi respeitada.
Segundo o rapaz da bilheteria, era o preço de R$ 15,00 para o público em geral e quem tivesse com a camisa do Baré ou fosse na sede clube comprar o valor promocional era de R$ 10,00.
Entro no Ribeirão bem antes da bola rolar (sem contar o tempo de espera para abrirem os portões) e, lá da arquibancada, vi no portão principal torcedores do São Raimundo do Pará reclamando do valor do ingresso.
Recordo que um rapaz falou do meu lado:-“Olha lá os caras chorando por R$ 5,00”. Eu me viro pra ele e digo: “É mais que R$ 5,00. Imagina uma família com seis ou sete membros o quanto não sai pesado!?”. Depois do que disse, ele me deu razão. Sei que neste dia não estava nada favorável, que nem o rapaz do dindim (sacolé ou geladinho) estava nas arquibancadas. Com 30 min de jogo decido ir embora, muito contrariado, com a diferença de tratamento de um jogo para o outro. Portanto, vamos combinar que aumentar o valor de ingresso não atraiu o público que já é escasso, e os nossos (de RR) clubes não sobrevivem de renda de bilheteria. O presidente da Federação diz que “a culpa não é dele do futebol local não ir pra frente”. Tem só 42 anos à frente da FRF. Vai ver é culpa dos clubes, como ele diz em entrevista à TV Folha (https://youtu.be/Nfk-eXMIGNs) em 2015.
*Licenciado em Sociologia – UERR, Bacharelando em Ciências Sociais – [email protected]
Nada de limites – Afonso Rodrigues de Oliveira*“A mente está em seu próprio lugar, e em si mesma. Pode fazer um céu do inferno, um inferno do céu”. (John Milton).Lembra-se da historinha daquele cara que morreu e não encontrou o nome dele nos registros do céu? Foi exatamente isso. Chegou à portaria do céu e seu nome não estava na relação dos mortos esperados. Meio sem jeito, o porteiro falou:
– Bem, cara. Acho que você tem que ir lá pra baixo. Estou vendo que você é um cara legal, mas seu nome não está aqui. Posso fazer nada.
– Lá embaixo quer dizer, no inferno. É isso?
– Lamento, mas é.
– Tudo bem. Tem grilo não. Simbora.
Lá embaixo não havia livro de registro, coisa nenhuma. Entrada franca. E o cara entrou sem cerimônia. Ninguém perguntou nem disse. E ele ficou à vontade no meio dos quentinhos. Adaptou-se logo e passava os dias batendo papo com os jovens diabinhos à beira do fogueirão. Dali uns dias, ele já tinha conseguido mudar o comportamento dos diabinhos e ninguém mais queria sair para suas travessuras. Só queriam passar o dia batendo papo com o novato que ninguém sabia quem era nem por que estava ali. E ele na dele. E Lúcifer já estava ficando uma arara. O novato estava atrapalhando o desenvolvimento dos jovens endiabrados.
Ninguém mais queria saber de diabruras. O chefão procurou saber quem era o cara pacificador. Ninguém sabia de onde ele tinha vindo. Quando lhe perguntaram, ele respondeu com simplicidade:
– Ora… lá de cima. Meu nome não estava na portaria e me mandaram pra cá.
Lúcifer não perdeu tempo. Ligou para a portaria do céu:
– Escutem aqui! Que é que vocês estão pensando que isso aqui é? Estou mandando de volta pra vocês, esse cara que vocês mandaram pra cá. Aqui não é lugar de santo. Desde que ele chegou aqui que está desvirtuando meu pessoal. Ninguém quer mais nada com nada. Estou mandando-o de volta.
O cara foi deportado para o céu e ficou lá numa boa. É isso aí. Não importa onde você está. Se no céu ou se no inferno. O que importa e interessa é o que você é. Se estiver no inferno transforme-o no seu céu e viva em paz. E o segredo é você estar em paz com você mesmo. Você tem o poder de transformar seu mundo tanto num céu quanto num inferno. Quando as coisas não estiverem dando certo pra você não ponha a culpa nas coisas. Procure ver o que há de errado com você. Talvez você não esteja sendo competente para perceber os erros. Faça do seu inferno um céu. É simples pra dedéu. É só você não se render perdendo a cabeça. Não se transforme num diabinho e Lúcifer mandará você de volta para o céu. Com certeza. E, uma vez lá, você descobrirá que diabo nenhum pode com você. Pense nisso.