Bom dia!Ainda repercute na imprensa nacional, nas redes sociais e na conversa entre brasileiros o resultado da votação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que livrou o presidente Michel Temer (PMDB) de ter o mandato cassado por abuso de poder econômico e político cometido nas eleições presidenciais de 2014. Mesmo diante de um “oceano de provas”, como disse o ministro-relator Herman Benjamin, quatro dos setes ministros, inclusive o presidente do tribunal, Gilmar Mendes, disseram não ter enxergado provas capazes de cassar Temer e tornar inelegível Dilma Rousseff por oito anos.
Os governistas logo saíram na imprensa cantando vitória e, com pose de humildade, que estão longe de ter, disseram que agora a tarefa primeira é tocar as reformas, especialmente a trabalhista – que tramita no Senado Federal-, e da Previdência Social, que aguarda ainda a primeira votação na Câmara dos Deputados. Aliás, esse é o discurso oficial dos correligionários de Temer que querem fazer a população acreditar que, sem o atual presidente no Palácio do Planalto, essas reformas param. Como se ele encarnasse o espírito mudancista que toma conta de parte significativa da sociedade brasileira.
É claro, a decisão do TSE trouxe um enorme sentimento de frustração e descrença na Justiça, o único dos três poderes que ainda não estava colocado no fundo do lamaçal putrefato, dominado pela corrupção praticada pela elite de políticos que domina o poder Executivo e Legislativo pátrios. Embora esse sentimento seja generalizado não se pode dizer que esse resultado tenha sido surpreendente, afinal, dois dos ministros que votaram contra a punição da chapa, foram recém-nomeados por Temer como juízes de seu julgamento. Eles foram decisivos, e essa talvez seja a maior excrescência moral desse julgamento, absolutamente inaceitável.CONTRAPRESSÃOJucá, Sarney e Renan Calheiros foram pegos tentando “estancar a sangria” da Lava Jato e, embora tivessem suas prisões pedidas ao Supremo Tribunal Federal por tentarem obstruir o trabalho da Justiça, o falecido ministro Teori Zavascki negou o pedido da Procuradoria Geral da República. O presidente Michel Temer assinou uma Medida Provisória e a renovou, para manter Moreira Franco, o chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, com status de ministro para livrá-lo da caneta pesada e certeira do juiz Sérgio Moro. Essa falta de ação da Suprema Corte animou os envolvidos na Lava Jato a arquitetarem uma contra pressão para acabar com a Lava Jato.ESPIONAGEMSegundo a revista Veja, que circulou neste fim de semana, a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) – a CIA tupiniquim-, por solicitação da Presidência da República, está investigando (espionando) a vida do ministro Edson Fachin, o relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal. A revista cita fontes confiáveis e, embora o presidente Michel Temer tenha telefonado para a presidente do STF, ministra Carmen Lúcia, ela ouviu outros ministros da Corte Suprema e soltou o verbo contra esta vilania. A ministra disse que isso é coisa de ditadura. É a contrapressão a todo vapor.MUDANÇAFaz parte da contrapressão igualmente o esquema que está em marcha acelerada para trocar o comando da Polícia Federal, acusado pelos aliados do presidente Michel Temer de falta de comando na condução das investigações policiais no âmbito da Lava Jato. A ideia é trocar o atual diretor da PF por alguém mais afinado com o esquema político dos atuais ocupantes do Palácio do Planalto. E se não houver reação, especialmente das associações de delegados e agentes da Polícia Federal, a troca vai, sem dúvida, ocorrer. E muito rápido. É o esquema de “estancar a sangria” da Lava Jato em plena execução.PROCURADOR-GERALEm outubro, termina mais um mandato do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Como manda a lei, os procuradores devem escolher, em eleição secreta, os nomes de três colegas para compor uma lista tríplice a ser submetida ao Presidente da República para a escolha e nomeação do substituto de Janot. Neste final de semana começou a circular uma notícia, partida presumivelmente de fontes do governo, dando conta de que o presidente não seguirá necessariamente a ordem de votação para nomear o novo procurador-geral. Especula-se até mesmo que Temer pode escolher até mesmo um procurador, ou procuradora, que não conste na lista tríplice que lhe será encaminhada. Neste caso, a escolha vai recair em um nome afinado com o Palácio do Planalto. É mais um elo do grande esquema da contrapressão em curso.CPIUm deputado estadual do G-14 garantiu à Parabólica que o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Sistema Penitenciário Estadual será votado no Plenário da Assembleia Legislativa do Estado (ALE) na próxima terça-feira, 13. Adiantou ainda, que o relatório será aprovado com folgada maioria e que deve confirmar o indiciamento dos dois ex-secretários e da governadora Suely Campos (PP). O mesmo parlamentar confirmou as afirmações da presidente da CPI, deputada estadual Lenir Rodrigues (PPS), de que cópias dos autos serão encaminhadas para todos os órgãos estaduais e federais de fiscalização.