Bom dia,Não dá para esconder ou dissimular mais. É cristalina a existência de uma crise estabelecida entre os poderes da República brasileira. De um lado, empunham armas os poderes, Executivo e Legislativo, que hoje estão muito bem articulados; e, de outro, o Poder Judiciário e o Ministério Público Federal, que teimam em querer passar o país a limpo. No meio está a Polícia Federal que, sendo parte do Executivo, tem demonstrado independência operacional na condução das investigações, por isso tem ameaçada sua direção-geral.

Se alguém quiser contestar isso, vai pelo menos concordar com a existência de rusgas profundas entre representantes muito poderosos dentro dessas instituições, sendo possível citar alguns desses personagens, pela evidência com que aparecem no noticiário da imprensa. No Executivo é possível falar de seu personagem maior, o Presidente da República, Michel Temer (PMDB), e uma ilharga recheada de políticos acusados de corrupção e de tentativa de fazer “estancar a sangria” da Lava Jato. Depois de obter a absolvição no processo de abuso de poder econômico, essa gente encastelada no Palácio do Planalto ameaça usar todos os poderes para fazer calar a turma do Judiciário, do Ministério Público Federal e da Polícia Federal.

No âmbito do Judiciário, dois personagens encarnam o furor vindo do Palácio do Planalto, na Primeira Instância, o juiz federal Sérgio Moro, e no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro-relator da Lava Jato, Luís Edson Fachin. Junto com eles estão na mira dos palacianos o procurador da República Deltan Dallagnol e o discreto diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello Coimbra. Essa gente vem sendo chamada nos bastidores desse imbróglio de “justiceiros”, por teimarem em punir os canalhas que roubam sistematicamente o dinheiro público.TUCANOSO impagável jornalista José Simão, colunista da Folha de São Paulo e do canal de notícia Band News, disse em conversa com o também jornalista Ricardo Boechat, que o PSDB, é hoje, o PMDB do PMDB. Ele queria se referir ao papel do atual partido do presidente Temer, quando dos governos petistas de Lula da Silva e Dilma Rousseff. Na segunda-feira, 12, os tucanos se reuniram para decidir que não apóiam totalmente o governo do PMDB, mas que não sairão do governo. Assim fazia o PMDB com o PT, participavam do governo do PT, mas não o apoiavam totalmente.MONTANHALevantamento feito pelo Governo do Estado, e encaminhado para a Parabólica, indica que o governo de Suely Campos (PP) já pagou nesses dois anos e meio de administração mais de R$ 600 milhões relativos a juros e amortizações, de empréstimos bancários realizados pelo governo anterior de José Anchieta Júnior (PSDB). No levantamento, foi destacada a dívida de R$ 600 milhões, contraída para sanear a Companhia Energética de Roraima (CERR), que até hoje continua atolada em dívidas impagáveis, afinal, a empresa não tem mais receita e vive de repasses do tesouro estadual.ROMBODe uma fonte muito próxima da governadora Suely Campos vem a reiteração dando conta de um rombo deixado pelo governo Anchieta Júnior que ultrapassa a casa dos R$ 2 bilhões. A “justificativa” para tanta grana emprestada foi para realização de investimentos em infraestrutura. “Muitos desses investimentos não se sabe onde foram realizados”, disse a fonte. Para tentar aliviar o gasto mensal com o pagamento dessa dívida, o governo está negociando, com a intervenção do Palácio do Planalto, um alongamento das dívidas do Estado com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e social (BNDES) e com a Caixa Econômica Federal (CEF). REUNIÃOA reivindicação do governo estadual é de um alongamento de 10 anos, com 4 de carência, tanto da dívida com o BNDES, quanto com a CEF. Com o primeiro, a negociação está avançada e deve ser fechado nas próximas semanas. E com a segunda (CEF) estava prevista para ontem à noite um jantar no Palácio da alvorada com o presidente Michel Temer com dez governadores estaduais e a diretoria daquele banco estatal. A governadora Suely Campos estava presente nesta reunião noturna.IDAS E VINDASOntem a coisa na Assembleia Legislativa do Estado (ALE) andou cercada de mistério e de idas e vindas. Desde segunda-feira, 12, a leitura e votação do relatório sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Sistema Penitenciário Estadual constavam na pauta dos trabalhos para terça-feira, 13. Ainda na manhã de ontem, o assunto foi retirado e depois, de novo, incluído na pauta. Acontece que os parlamentares passaram todo o expediente matutino trancados em conversas longe da imprensa. Ao meio-dia, veio a notícia da suspensão dos trabalhos para retomá-los às 15h.VISITASÀ tarde, os trabalhos na ALE continuaram cercados de mistério, e sem que a imprensa soubesse do destino do relatório da CPI. No meio do expediente vespertino, chegaram ao Palácio Antônio Martins, sede da ALE, dois assessores da governadora Suely Campos: o chefe do Gabinete Civil, o deputado estadual licenciado Oleno Matos, e o secretário extraordinário João Pizzolatti. Ficaram reunidos com os parlamentares e, até o fechamento da Parabólica, nada foi vazado desse encontro.