Caixa-preta e o futuroComo essa atual administração não cumpriu a promessa de realizar uma auditoria nas contas do Governo do Estado, optando por manter a caixa-preta intacta, então chegou a hora de provar um pouco do que a oposição preparou, ao longo desses dois anos e meio de governo. Agora poderá ter pela frente um doloroso processo de impeachment que veio a cavalo.
Tudo o que os eleitores queriam (ao menos os que votaram por falta de opção mesmo) era que houvesse uma varredura nas contas e contratos do governo para que a sociedade realmente soubesse o que foi feito na administração anterior com os recursos públicos, pois, afinal, houve até o risco de os servidores públicos, que é a força motriz da chamada economia do contracheque, ficarem sem receber seus salários.
Como nada aconteceu neste sentido de auditar as contas, a não ser um calhamaço de papel que representava nada em relação a apontar para onde os recursos públicos foram usados, a oposição foi lá no Sistema Prisional e apontou os fortes indícios de irregularidades, conforme aponta o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
Se tivesse interesse e disposição, a oposição poderia ir mais longe e investigar também as principais pastas, a exemplo da Educação com seus irresolúveis problemas de sempre. Porém, não é hábito dos parlamentares locais ficarem procurando, pois quem procura acha e muitos não querem achar nada que for da conveniência deles.
Quem conhece os meandros da política local sabe que uma CPI nunca foi muito longe, embora possa haver provas contundentes. Mas, como estamos às vésperas de uma eleição e com o tabuleiro político influenciado pela enxurrada que vem de Brasília, a partir da Operação Lava Jato, é possível que essa CPI do Sistema Prisional possa ganhar uma sobrevida ou mesmo chegar ao início do processo impeachment.
O que os eleitores que sem opção de votar nas eleições passadas querem é que realmente o governo seja passado a limpo, pois não se pode mais correr o risco de, no final de mais uma administração, não haver sequer dinheiro para pagar o funcionalismo público.
Porém, sabemos que o caminho político é longo e tortuoso, o que significa que nem sempre o que está se desenhando acontecerá no futuro. Basta observar o que está acontecendo em Brasília, onde o presidente Michel Temer já tinha a certeza de que se livraria da cassação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e agora se prepara para se livrar da ameaça da investigação da Procuradoria-Geral da República. É a pobre e podre política…*[email protected]: www.roraimadefato.com/main