Pecuária roraimense e área livre de febre aftosa – Haroldo Pimentel Trajano* No mês de abril passado, foi publicado no Diário Oficial da União, um documento de grande relevância para o Estado de Roraima, que recebeu pouca divulgação na mídia local. Trata-se da Instrução Normativa n° 16, de 24 de abril de 2017, do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento. O documento reconhece Roraima como área livre de febre aftosa com vacinação, colocando a frágil pecuária roraimense às portas do desenvolvimento, viabilizando em um futuro próximo, a aceitação dos produtos locais nos mercados internacionais.
A pecuária é a primeira atividade econômica desenvolvida em Roraima, sendo a colonização do Vale do Rio Branco, como afirmam alguns autores, realizada pela pata do boi. Desde meados do século XVIII, quando foram introduzidos os primeiros animais bovinos nos lavrados de Roraima, pouca importância se deu a esta atividade econômica tão lucrativa no Brasil atual. Não foram adotadas medidas para promovê-la, e as pesquisas nesta área são quase inexistentes. No entanto, chegamos em 2017 à frente de Estados vizinhos sob a ótica sanitária, o mais importante critério observado na exportação de carnes, afinal, nenhum mercado internacional aceita comprar este produto de áreas onde grassa a febre aftosa.
Embora tenha conquistado avanços, muito mais é necessário para Roraima se firmar neste mercado competitivo da proteína animal. O mundo deseja consumir produtos animais, principalmente os oriundos da Amazônia, isentos de riscos biológicos e ambientais, que sejam produzidos com sustentabilidade, respeitando o bem-estar animal, os direitos dos trabalhadores rurais e a preservação ambiental. É preciso melhorar as pastagens já abertas e que se encontram degradas. Apenas o replantio das gramíneas mais adaptadas a região, aumenta a capacidade de suporte das forrageiras para 2 ou 3 animais por hectare, melhorando a produtividade tão criticada por ambientalistas. Outra iniciativa deve ser o estimulo ao confinamento do gado, reduzindo as criações extensivas.
O progresso deste setor passa também pelo melhoramento genético e nutricional dos rebanhos, já que a questão sanitária tem avançado visivelmente com o trabalho da Agencia de Defesa Agropecuária de Roraima – ADERR, que nos últimos anos tem sido tratada com prioridade no atual governo.
No Plano Pluri Anual – PPA 2016-2019 do Estado de Roraima está presente a meta de atingirmos 1,6 milhões de bovinos em nosso rebanho até 2019. Atualmente o rebanho roraimense é de aproximadamente 850 mil animais. É possível chegar perto da meta, principalmente com o reconhecimento de área livre de febre aftosa. Porém é preciso trabalhar muito mais, com planejamento mais elaborado de nossas atividades econômicas, discutindo a pecuária com todo o segmento do agronegócio, adotando estímulos fiscais e comerciais para a atividade, priorizando o setor. Se os investimentos já realizados permitiram avançar, necessário é continuar este esforço, reunindo o setor publico para adotar outras políticas públicas que viabilizem e promovam à pecuária.
O setor privado vem se preparando para tempos modernos, com a construção de diversos frigoríficos com capacidade de industrializar os produtos com a qualidade que os mercados exigem. Resta colocar o assunto na pauta e chamar os atores a tarefa de modernizar a bovinocultura de Roraima.
*Médico Veterinário, Mestre em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Viçosa
DNA de inovação – Marcos Cintra* Sempre que pretendemos medir o nível de desenvolvimento de um país, observamos métricos clássicos, como índices de desigualdade social, percepção de corrupção pela população, taxas de desemprego e de crescimento econômico.
O Brasil pode extrair lições do vizinho sul-americano. É condição indispensável para reduzir a pobreza e a desigualdade social que o Estado, em parceria com agentes econômicos e a sociedade, seja o catalisador de um processo que privilegie o fomento à inovação e à produção de ciência, posicionando-as no mesmo patamar de importância da educação e da saúde. Além dos necessários recursos financeiros, é importante que se transforme a mentalidade e a cultura brasileiras de modo a assimilar os riscos inerentes à atividade empresarial para o desenvolvimento dos negócios em longo prazo; e os desafios de fazer ciência propriamente dita.
Na hecatombe fiscal em que vivemos, buscar alternativas que fujam das despesas vultosas – como a de proporcionar outra visão da ciência entre jovens – permite colher frutos mais adiante. Promover, principalmente neste público, um olhar moderno, contemporâneo, que aviste também o mercado. Um saber que não é restrito aos laboratórios nem às salas de aula, mas que transita entre o que se vê nas ruas e o que se aprende nas escolas.
A medida de atenção que um país empresta ao seu desenvolvimento tecnológico e à construção de um ambiente promissor para o empreendedorismo é uma importante credencial para seu posicionamento como liderança geopolítica. Tão necessária quanto é a missão de despertar em jovens e adolescente o apreço pela ciência, por criações e pelo risco.
São essas as condições necessárias para que o Brasil ambicione assumir posição de protagonista na América Latina e no mundo.
*Presidente da Finep, doutor em Economia pela Universidade Harvard (EUA)
Por que não? – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Alguns homens veem as coisas como elas são e dizem: por quê? Eu sonho com coisas que nunca foram e digo: por que não”? (George Bernard Shaw)Já sabemos que quem pergunta muito é porque tem preguiça de pensar. As coisas só acontecem porque as realizamos. E não há como haver mudanças sem realizações. Todos nós somos capazes de realizar nossos sonhos. Então não temos por que ficar perguntando se é possível realizar. Se sonhamos é porque somos capazes de realizar. Mas só conseguimos o possível quando não acreditamos no impossível. Mas vamos lá. As coisas mais simples valorizam mais do que as mais difíceis. Logo, não temos por que ficar valorizando a impossibilidade. Na impossibilidade não há simplicidade, claro. Tudo que alguém já realizou você é capaz de realizar. A diferença está na crença. Quando cremos realizamos. Mas comece crendo em você mesmo.
Já sabemos, também, que somos todos iguais nas diferenças. Que nossa superioridade depende da superioridade dos nossos sonhos. Do o quanto somos capazes para fazer e de realizar. Teste isso nas coisas mais simples que você fizer. Há pessoas que não são capazes de fazê-las por que não acreditam que são. Elas não acreditam que são capazes de mudar o mundo. E por que acham que não são não são. E por isso não mudam. Continuam encabrestadas. Marionetes e títeres de vivaldinos. Ainda não descobriram que só há vigaristas por que existem os otários. Não sabem que “as maiores cadeias do mundo estão lotadas de otários que pensavam que eram espertos”.
Mas há inúmeras espertezas que continuam se fragilizando na ingenuidade de otários que não pensam nem sabem que poderiam ser espertos. Podemos vê-las em inúmeras atividades, profissionais, políticas, e muitas outras. O que nos chama a atenção para o que realmente somos no que somos. Porque cada dia que vivemos é mais um dia a menos na nossa vida. O que ele nos deixa é o aprendizado, quando aprendemos a aprender. Então vamos aprender. O que nos resta na vida são os últimos dias que ainda temos para viver. E o mais racional é saber aproveitar cada minuto dos dias que ainda nos restam. De nada adianta sua idade cronológica. Não importa quantos anos você já viveu. O que realmente interessa é o que você aprendeu com os anos vividos, para viver os que ainda virão pela frente.
Por que não? Se o problema aparecer se pergunte, por que não encará-lo e vencê-lo, se você se considera capaz. Mire-se nos que já conseguiram. Temos um número incalculável de bons exemplos para seguir. O importante é que você não os imitemos, apenas os copiemos, dentro da racionalidade. Pense nisso.