Opinião

Opiniao 30 06 2017 4307

Cidadania e o combate às drogas – Vinícius G. Barroso* e João Victor Silva Lima**Nossa reflexão surge com o seguinte questionamento: a cidadania é dada ou conquistada pelas pessoas? É notório que o Estado não exerce de fato seu papel precípuo. Geralmente nos priva dos nossos direitos, fere nossa cidadania, ao invés de nos garanti-los efetivamente. Assim, podemos afirmar que a cidadania é algo conquistado pelas pessoas, pois os indivíduos é que lutam e reivindicam do Estado.

Desse modo, a cidadania é muito mais do que “ter direitos e deveres”. Ela é muito mais ampla e subjetiva. Acontece em um campo de conflitos intensos, polêmicos e, às vezes, controversos, pois existe uma polarização dos discursos claramente estabelecidos: os de esquerda e os de direita.

Mas a nossa questão central é a cidadania. Assim, tomamos como exemplo de direito a saúde pública [de qualidade]. Esta só existe em nossas normatizações legais. Entretanto, não é fornecida da maneira que “contemple” os cidadãos. Na verdade, é deficiente em muitos aspectos.

O que pensar da relação saúde pública, cidadania e combate às drogas? Apesar do aspecto altamente impositivo do Estado, acreditamos, via de regra, numa perspectiva orgânica, que a internação voluntária em espaço público de tratamento é uma maneira de ajudar os indivíduos que são dependentes químicos a se reintegrarem socialmente, pois as drogas “naturalmente” isolam o indivíduo do resto da sociedade.

Destarte, a continuidade da criminalização das drogas diminui o problema se somente estiver integrada às outras formas de políticas sociais, pois se hoje elas são proibidas e já existe um índice gigantesco de violência e se fosse liberada seria um problema ainda maior.

É sabido que o Estado deve oportunizar aos seus “cidadãos” vários aspectos que possibilitem uma vida social harmônica. A sua ausência pode acarretar em vários problemas. Entretanto, acredita-se também que todos os indivíduos têm o poder de escolha e de optar por um caminho diferente das drogas. Porém, aqueles que são vítimas da sociedade e por muitos fatores negativos de ordem pessoal, acabam por se envolver “nesse mundo”.

A questão é que as pessoas geralmente esperam que o Estado as protejam e isso nem sempre acontece. A segurança pública não é suficientemente eficiente, a saúde pública é caótica e as escolhas individuais são deturpadas e confundidas por essa ausência estatal.*Estudantes do curso Técnico em Serviços Públicos integrado ao Ensino Médio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima (IFRR), campus Zona Oeste. O texto foi produzido na disciplina de Sociologia, módulo III, sob orientação do prof. Msc. Denison Rafael Pereira da Silva

Aditivos no cigarro – Ranior Almeida Viana*    Lembro que até no início dos anos 90 era considerado por muitos um charme fumar, tinha cada propaganda que incentivava o uso de cigarro vinculando com esportes de verão, automobilismo e geralmente em ambientes alegres e repletos por pessoas jovens. Neste mesmo período, recordo que certo dia voltei-me para minha (hoje saudosa) mãe e lhe indaguei, “Qual o gosto do cigarro?”. Ela me olhou e retrucou a pergunta, “Do que você gosta de comer?”. E eu respondi, “chocolate!”. E ela finaliza a conversa dizendo: “Então, o cigarro tem esse gosto”. E eu fiquei com aquilo na cabeça, como toda criança aguçada de curiosidade, fui e peguei um cigarro dela escondido e depois que acendi e tentei dar a primeira tragada, vi que aquilo não tinha gosto de chocolate algum (não tinha a compreensão de sua metáfora) e passei mal, pois este que vos escreve tal fato sofria de asma na infância.

O combate ao tabagismo ganha força com a Lei 9.294, de 15 de Julho de 1996, que restringiu a propaganda e uso destes produtos. Em 2003, o Brasil ingressa na Convenção Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT) da OMS, hoje tem pelo menos 181 países participantes, que tem como objetivo medidas para o controle do uso de derivados do tabaco e o combate mundial ao tabagismo. Em cumprimento às determinações da CQCT, a ANVISA publicou a Resolução da Diretoria Colegiada n° 14, de 15/03/2012, que versa sobre limites máximos de Alcatrão, nicotina e monóxido de carbono nos cigarros. Permite apenas o uso de aditivos indispensáveis ao processo produtivo.

Porém, sabe-se o quão poderosa é a indústria tabagista, que ganhou uma liminar podendo utilizar os aditivos proibidos como a Amônia, que mascara o gosto do cigarro. Também tem o Eugenol e Mentol que provocam efeito anestésico para diminuir irritações e aumentar a aspiração da fumaça e disponibilidade da nicotina nos pulmões. Essas substâncias que dão sabor de morango, menta e outros são justamente para adquirir e viciar crianças, pois é um vício que historicamente se inicia cada vez mais cedo.

Por fim, trago aqui uma frase do radialista esportivo Milton Neves que define muito bem o que é o cigarro: “nada mais é do que um cilindro de papel cheio de fumos com uma brasa numa ponta e um trouxa na outra” e ressalto que seria muito interessante que Suprema Corte do País julgue com celeridade se a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) tem ou não a legitimidade em restringir o uso de aditivos na fabricação de cigarro.             *Licenciado em Sociologia – UERR, Bacharelando em Ciências Sociais – [email protected]

O perigo de se acostumar – Vera Sábio*Que tenhamos coragem de avançar no escuro, pois felizes são aqueles que crerem sem ter visto; todavia com o princípio de honestidade, de moral, de justiça e do bem com todos.

Afinal ao observarmos nossas atitudes diante de tantas coisas erradas que jogam sobre nós, percebe-se quanto o comodismo impregnado, nos faz acostumarmos com o que não presta e impedir que lutemos pelo que realmente precisa.

O condicionamento, algo estudado pela psicologia, demonstra que ao colocarmos um cachorro preso em uma jaula, no 1º instante ele parecido conosco, tenta escapar; mas por não conseguir, logo se acalma e aceita.

Assim continuando o experimento é colocado choque em uma lateral da jaula, o que faz o cachorro ir para a outra lateral, então coloca o choque em toda jaula deixando o cachorro gritar e se desesperar, até ficar quieto e desistir da luta para morrer pacificamente.

O cachorro desprovido da inteligência humana não sabe virar um trinco, não sabe contestar e não permitir que lhes tranque na jaula, não entende das leis, não pode falar e protestar e pior ainda não fará falta com sua morte e logo será substituído.

No entanto o que acontece com nós que podemos parar o Brasil, que podemos não votar mais em quem nos rouba, nos prende, nos condiciona, nos ilude, nos inibe, nos entrega à própria sorte?

Cadê nossa capacidade de prever o futuro, atuar no presente e modificar com nossas mãos o que não está bom e destrói a vida de nossos descendentes?

É muito perigoso se acostumar com o que não presta, pois o costume se torna em hábito e o hábito em vício que é uma doença que acaba a coragem, a vontade e a garra necessária para mudar.

“Felizes aqueles que crerem sem ter visto”. Palavras sábias de Jesus, as quais nos arrancam do comodismo para que façamos nossa parte o quanto antes, visto que o mal bate a porta e só nossa consciência de que temos a força para não deixá-lo nos destruir, possibilita com que a esperança por dias melhores ainda floresça.*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cegaCRP: 20/[email protected]

Foi o que você fez? – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Não se mede o valor de um homem pela tarefa que ele executa, mas pela maneira de ele executá-la.” (Swami Vivecananda)O que você obtém hoje é resultado do que você fez ontem. Já sabemos disso. Procure viver seu dia, hoje, como se ele fosse seu último dia. Mas sem neura. Sem preocupação, pensando que não vai viver amanhã. Pelo contrário. Faça o melhor hoje pra viver melhor amanhã. Se você não gostar do que faz, procure fazer o que você gosta. Por que se fazer prisioneiro de você mesmo? Liberte-se. Você tem o poder de viver feliz ou infeliz. Tudo vai depender do domínio que você tem sobre você. E tudo vai depende do quanto você se valoriza. Ninguém tem esse poder sobre você, além de você mesmo.

Procure o melhor no seu ambiente de trabalho. Não perca seu tempo dando bolas a quem não as merece. Simples pra dedeu. Procure fazer do seu ambiente de trabalho um lugar ideal para você viver os momentos de trabalho. E isso só será possível se você se sentir bem no ambiente. Se não se sentir, mude de ambiente. Procure fazer aquilo que lhe proporcione dias felizes, fazendo o que deve fazer como deve ser feito. Nunca perca seu tempo aborrecendo-se com o mau comportamento dos outros. Cada um está na sua. Se você se aborrecer com ele estará se igualando a ele. Perdendo seu tempo com o que não merece seu tempo.

Ainda há pouco dei uma paradinha aqui e fui até a sala, pegar um bloco de papel. O televisor estava ligado e ouvi um dos maiores absurdos que ainda ouvimos no dia a dia, por despreparo do ser humano na sua evolução racional. Mulheres discutiam e reclamavam sobre o que sofrem no preconceito por serem negras. Pode haver maior desrespeito a si mesmo do que se ofender com idiotas preconceituosos? Por que alguém, além de você mesmo, tem o direito de dizer quem você é ou o que você deve ser para satisfazer a idiotice dele? Se você prestar atenção a ele estará entrando na dele. Então é você que deve se corrigir, valorizando-se no que você é e não no que os outros querem que você seja. E fim de papo.

Na verdade, não há como você mostrar que é, sem ser. Então seja o que você deseja e quer ser. Porque se você continuar querendo e tentando mostra o que é, no exibicionismo do corte de cabelo ou na roupa que veste como característica, você não irá muito longe. Valorize-se no que você é. Enquanto você continuar valorizando a cor de sua pele e o formato do seu cabelo, haverá preconceito. O Bob Marley já falou isso. Seu valor está em você e no que você demonstra ser no que faz no seu dia a dia. Então faça o melhor para ser o melhor. Ame-se no que você é. Pense nisso.*[email protected]