Bom dia,Noutro dia, o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou os dados sobre o desempenho dos bancos ao redor do mundo. Como era esperado, os bancos brasileiros, nacionais e internacionais, apresentaram as maiores lucratividades dentre todos. Ninguém ficou surpreso, afinal os brasileiros e as brasileiras pagam aos banqueiros as mais altas taxas de juros do planeta, que ainda este ano chegaram ao derredor de 600% ao ano, um custo que seguramente não é suportável por qualquer atividade econômica, até mesmo, as ilegais como o financiamento do tráfico de drogas.
Esse paraíso para o sistema financeiro já era preocupação desde o governo de Getúlio Vargas, no início do Século XX, que influenciou a elaboração da Constituição Federal de 1938, que criminalizou a prática de usura, ou seja, da cobrança de juros extorsivos. A Constituição Federal de 1988 recepcionou esta preocupação com a usura, estabelecendo que ninguém poderia cobrar mais de 12% de juros anuais. Como o texto constitucional não disse se a limitação era referente a juros reais ou nominais, e como o Congresso Nacional nunca regulamentou o dispositivo constitucional, mesmo após quase 30 anos, os banqueiros se tornaram senhores do mercado e cobram de juros o que lhes apetece.
E no Brasil, de tanta roubalheira, nos últimos anos, o sistema bancário vem criando e aumentando taxas de serviços para administrar o dinheiro que os brasileiros depositam em suas agências, sem que lhes seja paga qualquer remuneração. E a qualidade dos serviços oferecidos poderia ser avaliada a partir da confusão ontem, numa agência do Banco do Brasil, na Avenida Ville Roy. Num recinto superlotado de gente, clientes reclamavam da bagunça, e recebiam de funcionários, estressados e arrogantes, a sugestão de procurarem a gerência. É mole?ÉTICAHá na Presidência da República uma Comissão de Ética Pública, encarregada de apurar possíveis desvios de conduta de funcionários públicos do alto escalão do Governo Federal. Essa comissão é nomeada pelo presidente da República, e faz tempo que ninguém ouvia falar nela, mas ontem, seu presidente, Mauro Menezes, anunciou processos de apuração sobre a suspeita de que dois ministros (Gilberto Kassab, Comunicação; e Marcos Pereira, da Indústria, Comércio Exterior e Serviços) teriam recebido propinas da JBS. E não é bom esquecer, que o chefe dos dois, Michel Temer, responde pelo mesmo crime no Supremo Tribunal Federal (STF).REDUÇÃOE enquanto no Brasil, cerca de 200 dos 513 deputados federais respondem a inquéritos cíveis e criminais, no Supremo Tribunal Federal; e 21 dos 81 senadores têm igual problema de cometimento de crimes; na França, o novo presidente, Emmanuel Macron, quer reduzir em um terço, o número de parlamentares. Hoje, o Senado daquele país tem 348 senadores e 577 deputados na Câmara Federal. Com democracia madura, os franceses acabam de eleger um novo parlamento e na eleição varreram de lá a maioria de políticos tradicionais e viciados, como aqui. Só que no Brasil, velhacos são aplaudidos pela população.ACAMPAMENTOOntem, a Folha publicou matéria jornalística, com cobertura fotográfica, mostrando a formação de um acampamento, quase uma favela, que se está formando por venezuelanos nos arredores da Rodoviária Internacional de Boa Vista. Antes de atribuir a culpa pelo problema aos pobres venezuelanos, que acorrem a Boa Vista pela necessidade de buscar uma sobrevivência com um mínimo de dignidade, aquele acampamento é o retrato acabado da falta de ação dos órgãos públicos, especialmente do Governo Federal, que não demonstra o menor interesse em resolver uma situação humanitária que já dura mais de dois anos.ANIVERSÁRIOSemana passada, seis municípios roraimenses completaram 35 anos de criação: Normandia, Bonfim, Alto Alegre, Mucajaí, São Luiz e São João da Baliza. Na ocasião, algumas redes sociais publicaram votos de parabenização de muitos políticos, entre os quais deputados estaduais, deputados federais, senadores e até de um ex-governador. Todos cantando loas aos munícipes e falando da importância da criação dessas unidades da federação. Só não falaram da falta de políticas públicas que nesses 35 anos foi a responsável pela involução desses municípios, que do ponto de vista econômico cresceram para baixo, tipo rabo de cavalo. REDUZINDOFontes da Parabólica dizem que o entendimento do Palácio Senador Hélio Campos com o G-14 tende a ser maior nos próximos meses. As principais lideranças do grupo têm manifestado às claras, que desejam reduzir a influência do notório senador Romero Jucá (PMDB) sobre os caminhos da Assembleia Legislativa do Estado (ALE), hoje muito forte. Essa aproximação com a governadora Suely Campos (PP) tem também como cenário as eleições de 2018. Essas lideranças do G-14 não estão dispostas a apoiar a eventual candidatura ao governo estadual da atual prefeita de Boa Vista, Teresa Surita (PMDB).OUTRA VEZ Mais uma vez, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) anuncia que deverá publicar nos próximos dias uma Instrução Normativa (IN) estabelecendo os critérios para liberação de 11 municípios de Roraima da zona de quarentena para mosca da carambola. A medida poderá liberar a exportação de frutas para outros estados. Ficarão de fora da instrução, os municípios de Pacaraima, Uiramutã, Bonfim e Normandia que ficam em zona de fronteira, considerada de risco para praga. Já era tempo, mas apesar disso, mais uma vez, o Governo Federal tenta encher a bola de um político vergado sobre o peso de denúncias de corrupção.