Jessé Souza

Ser de esquerda 4353

Ser de esquerdaO extremismo, no país que vive sobressaltado com um comunismo que só existe na cabeça de quem não tem outros argumentos, condena logo quem se apresenta como de esquerda. É como se posicionar de esquerda fosse um crime ou tivesse que compactuar com a corrupção da alta cúpula do PT, que afundou o país ao se aliar com os corruptos de outras siglas, a assim como o PSDB e PMDB – para apontar os mais expressivos.

Ser de esquerda não quer dizer necessariamente ser radicalmente contra o capitalismo, o único sistema que mostrou ter dado certo nesse mundo de ganância. Ser de esquerda é querer que o capitalismo faça uma divisão menos injusta das riquezas.

Ser de esquerda é ir contra a corrupção empresarial que ajudou, com os maiores partidos que comandam o Brasil, a jogar o país nesse buraco no qual estamos, evidenciado com a devassa que vem sendo feita pela Operação Lava Jato e que chegou à máfia mantida pelas maiores corporações brasileiras, a Odebrecht e a JBS, aquela do Friboi.

O capitalismo adotado no Brasil é esse revelado pela Lava Jato, com as empresas privadas sugando os recursos do Estado, por meio da propinagem, corrompendo políticos, agentes públicos e até o presidente da República. E isso não é nada novo, pois, ao longo dos governos, esse crime organizado vem atuando com as propinas chamadas de “parceria” ou “financiamento de campanha eleitoral”.

Então, ser de esquerda é não compactuar que essas organizações criminosas, com o capitalismo corrupto, com injustiças praticadas pela política feita apenas para os ricos e grandes empresas. E onde já se viu achar que algum partido, como o PT, que entregou o país aos banqueiros, iria querer implantar o comunismo, sabendo que o capitalismo corrupto é que banca suas campanhas eleitorais?

Ser de esquerda também não significa ser bom samaritano ou adepto de fazer caridade para dividir com os mais pobres o que se conquistou ao longo da vida. Mas é lutar por mais justiça social, por mais divisão das riquezas acumuladas pelos mais ricos, é reivindicar os direitos garantidos por lei para tornar a vida menos injusta.

Ser de esquerda é ir contra o que foi montado pelas empresas em conluio com os governos, formando um grande compadrio capitalista, que não tem ideologia partidária nem religião (a não ser o dinheiro). Esse compadrio é mantido por contratos informais que visa não só enriquecer, mas alimentar o esquema e manter no poder todos que fazem parte dele, por meio de “ajuda”, “financiamento” e na base de “benefícios” em troca de apoios futuros. É o capitalismo empresarial corrupto contra o qual todos temos que lutar contra. Isso é ser de esquerda.

*[email protected]: www.roraimadefato.com.br