Opinião

Opiniao 10 07 2017 4362

O povo está privatizado! – Clhinger de S. Thomé Guedelha*Hoje me pergunto:

– Porque o brasileiro não se indigna e não vai à rua protestar contra a corrupção? Não saberiam os brasileiros reagir à hipocrisia e à falta de ética dos políticos?

A resposta não é simples, homogênea e nem linear. Há vários fatores distintos que se conjugam. O “Povo” está privatizado! *aspas na palavra “povo” para indicar que o sentido não é bem o usual, o corriqueiro, aquele de dicionário. Frustração, cansaço e pluralidade de pautas fazem com que mobilizações percam a força. Assim, depois de quatro anos demonstrando sua indignação em atos massivos, o Brasil parece viver uma ressaca. O que se escuta em jantares de família, em bares, em supermercados, em comércios, nas salas de aula ou cabeleireiros é quase sempre o mesmo: “adianta alguma coisa”? O gigante, que parecia acordado, voltou a adormecer.

O “povo na rua” será sempre o “povo na rua mobilizado por alguém”. Certa vez disse Castro Alves: “A praça é do povo como o céu é do condor”. Os antigos caras-pintadas têm hoje a cara suja; os antigos caras-pintadas se converteram em verdadeiros caras de pau tal qual seu ex-presidente Lindberg Farias. O Vem Pra Rua está em casa com o popozão na poltrona. A UNE já não é mais a mesma faz um bom tempo. Isso demonstra claramente que vivemos uma crise de representatividade.

Sobre as últimas ondas de manifestações, me parece, que existe uma frustração que atinge os dois lados da polarização política – isto é, tanto os que gritaram pelo impeachment como os que reagiram com o “não vai ter golpe”.

Os atos massivos raramente acontecem na vida de uma sociedade, e que é natural, depois de “grandes ciclos” de protestos, uma ressaca subsequente. Muitos do que ficaram nas ruas são os “ativistas profissionais”. Uma leitura equivocada de que os atos convocados por setores que ela identifica como “patriotas” fossem apenas contra a corrupção. Muita gente foi às ruas contra o PT, e o PT já não é mais governo. Esse grande contingente que foi mobilizado já não tem a mesma motivação para se manifestar. Com isso, o Governo Temer vai se parecendo cada vez mais ao de José Sarney: com uma rejeição recorde, mas com a perspectiva de eleições diretas em pouco mais de um ano, ele vai ficando e sendo tolerado.

No ano passado existia um só mote, que era o impeachment. Simples e fácil de entender. Hoje são vários, são tantas coisas que as pessoas não entendem ou não se identificam. Cito ainda o “cansaço”, a falta de “cultura política” no país.

Um fato que observo é que, para aderir ao ‘Fora Temer’, as pessoas têm que estar num nível de “desespero” que não estão agora. Com a Dilma existia a corrupção e existia a incompetência de articulação com os demais bandidos políticos. No caso do Temer, existe a corrupção, mas ele é mais competente na articulação com os demais bandidos políticos.

Ao mesmo tempo, atos convocados por movimentos e sindicatos de esquerda contra a administração peemedebista reuniram milhares de pessoas e uma greve geral conseguiu paralisar o país por um dia em abril deste ano. Até conseguiram atrasar algumas votações no Congresso, mas foram protestos com força limitada e sem respaldo popular suficiente. Muitos desses grupos se ausentaram das ruas durante os governos petistas, perderam espaço para movimentos autonomistas a partir de 2013 e defenderam o mandato de Dilma Rousseff até o ano passado. Hoje, tentam retomar o controle das ruas que haviam perdido, mas suas manifestações são interpretadas por muitos, para não dizer a grande maioria, como uma manobra pelo “volta Lula”. Houve uma crise e agora eles tentam se recuperar. Hoje as manifestações da esquerda têm os tamanhos que sempre tiveram. Mas o estilo é muito parecido ao dos anos 80. São sindicatos, carros de som, os slogans… uma linguagem antiga para uma geração nova. Me alenta o fato de ninguém nas ruas está gritando para o Temer ficar. (Ufa!)

Tem também uma descrença cada vez maior pelas soluções institucionais. Tem a ver com abismo criado entre Congresso (Legislativo), Governo (Executivo) e STF (Judiciário) de um lado, e o povo do outro. Onde os primeiros legislam e julgam de costas para a população e o segundo age como se não tivesse nada a perder.

Me resta o sonho e a esperança que novos fatos contra Temer sejam capazes de gerar uma grande mobilização. Aguardo a delação de LÚCIO FUNARO, doleiro e operador do PMDB.#Fora Temer*Acadêmico do Curso de Licenciatura em História da UERR

Segure o timão – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Por que atribular-se com o dia a dia? A sabedoria do cosmo te inspira. É só ligar o canal.”Você nunca vai ser uma pessoa feliz enquanto continuar dando corda à infelicidade. Por que ficar se martirizando porque nada deu certo? Procure ver onde você falhou e seja mais esperto amanhã. É assim que seus erros servirão como lição. E se aprendemos com eles não temos por que desprezá-los. Se a coisa não deu certo é porque você falhou. E ficar aborrecido com você mesmo é a maior furada da paróquia. O que passou, passou. E passado é passado. Procure levar do passado apenas o que lhe serviu como lição para o futuro. Simples pra dedéu. Tudo que acontece em sua vida faz parte da vida.

Ligue o canal do cosmo. Procure ver a vida como um estágio. E em cada estágio aprendemos o que devemos levar para o próximo estágio. Você não erra, aprende como não fazer. Ponha isso na sua mente e você começará a se ligar no canal racional. Lá de onde você veio não existe unidade de tempo. O tempo que você passou e passará por aqui é problema seu. E você está com um problema a ser solucionado. E não irá resolvê-lo alimentando problemas. Procure ver o que está acontecendo com seus pensamentos. Provavelmente você irá necessitar de algum aprimoramento. Então, comece a se aprimorar.

Todos os seres humanos necessitam de aprimoramento racional. Você não é diferente de qualquer outro ser humano. Apenas vive diferentemente, de acordo com a evolução dos seus pensamentos. Lembra-se daquele cara que estava atravessando o rio, num barco, e começou a azucrinar o barqueiro, perguntando se ele sabia ler, escrever, e coisas tais? Quanto mais o barqueiro respondia que não, mais ele perguntava, na intenção de orientar. Já estavam no meio da correnteza, metade do rio, quando o barqueiro viu que o barco estava furado e sendo inundado. Aí ele perguntou para o perguntador:

– O senhor sabe nadar?

O ensinador respondeu:

– Não. Não sei.

E o barqueiro falou sorrindo:

– Pois eu sei.

Estava concluída a história. Às vezes o saber não é tão importante quanto a ação. É na ação que aprendemos, acertando ou errando. Levando-se em conta que os erros ensinam mais do que os acertos. Fique frio.

Não desperdice seu tempo com pensamentos negativos. Não se aborreça quando as coisas não estiverem dando certo. Procure sempre ver onde você falhou. Errar é humano. O que você não deve é insistir no erro, a menos que seja para corrigi-lo. Mas só irá corrigir se seus pensamentos estiverem firmes no acertar. A criança que nunca cair nunca vai aprender a se levantar. Quem não errar não vai aprender a acertar. Pense nisso.*Articulista [email protected]