Jessé Souza

Refugiados e Maria Madalena 4431

Refugiados e Maria MadalenaA crise humanitária com refugiados é mundial e quase todos os dias os noticiários de TV comentam a respeito dos imigrantes que fogem de seus países de origem para escapar das perseguições políticas, da crise econômica e da guerra.  Os sírios são a maior parte dos refugiados que chegam à Europa.

Essa realidade tem provocado reações nos diversos países, uma delas a repulsa por parte da população e pressão de governantes para dificultar a entrada ou a permanência de refugiados. Nos campos de refugiados sírios na Turquia, no Líbano e na Jordânia, por exemplo, a ajuda humanitária foi reduzida e as condições de vida deterioraram-se, conforme vem divulgando a imprensa.

No campo político e diplomático os países começaram a se desentender, pois eles se acusam de estarem permitindo que imigrantes passem para os países vizinhos, sem que haja uma contenção e acolhimento. Na questão social, esses refugiados passaram a ser indesejados pela população local, que age não apenas com desprezo, mas com preconceito e algumas vezes até com violência.

Já houve casos de enviarem comida contaminada para um campo de refugiado, matando várias pessoas e adoecendo centenas. Até incêndios a habitações de imigrantes foram registrados.

Por fim, em Roraima, estamos presenciando uma migração em massa de venezuelanos que fogem da fome de seu país estraçalhado por uma crise política e econômica sem precedentes. Embora seja necessário cobrar políticas sérias de contenção e acolhimento, o que não falta é gente tratando essa questão de forma preconceituosa e desumana.

O mais recente ataque foi contra as venezuelanas que fazem programa no bairro Caimbé. Está sendo viralizada uma falsa informação de que a Secretaria de Saúde (não informa se do Estado ou do Município) teria feito uma ação, com testes rápidos, a qual teria confirmado que 70% das profissionais de sexo que atuam próximo à Feira do Passarão estariam com HIV.

Obviamente, trata-se de uma mentira que visa jogar a opinião pública contra as garotas de programa, mas que também acaba estigmatizando as mulheres venezuelanas de uma forma geral. Há bairros onde as estrangeiras são hostilizadas só por serem venezuelanas.

É desta forma que se propagam o preconceito e a segregação de pessoas só por serem estrangeiras, ou seja, a xenofobia.  O que precisamos, nesse momento, é de políticas públicas sérias para enfrentar esse problema, e não de preconceito e terrorismo.

E um detalhe importante: sexo com garota de programa, brasileira ou estrangeira, vai quem quer, mas tem que ser com segurança para se evitar doenças; aos religiosos, não é conveniente, mas sempre lembrando que Jesus Cristo perdoou Maria Madalena.

*[email protected]: www.roraimadefato.com.br