As altas temperaturas sentidas em Roraima foram motivo de um alerta realizado pelo secretário executivo da Defesa Civil do Estado, Coronel Cleudiomar Ferreira, que apontou um aumento significativo das temperaturas nos próximos três meses e sem previsão de chuvas. Ao participar do programa Agenda da Semana, da Rádio Folha AM 1020, durante a manhã deste domingo, 4, o secretário reiterou que haverá, na próxima quinta-feira, 8, uma reunião do Comitê Gestor de Queimadas do Estado para articular uma maneira de enfrentar a estiagem provocada pelo calor e também para evitar as queimadas provocadas pelo clima.
“Na reunião do comitê, iremos tratar de um calendário de enfrentamento das queimadas junto com todas as representações que podem nos auxiliar neste combate”, afirmou o secretário ao radialista Getúlio Cruz. “Nós prevemos uma estiagem forte que, inclusive, já está assolando o nosso Estado. Por isso, estamos nos equipando e também trabalhando para que possamos atender, de pronto, as emergências, caso ocorram, trabalhando em duas linhas: uma de prevenção e outra, de ação contra a estiagem e de combate aos incêndios florestais”, pontuou.
Conforme explicou Cleudiomar Ferreira, além do trabalho realizado pelos órgãos competentes, é importante que haja uma conscientização da população para evitar que as condições propícias causadas pelo clima provoquem grandes desastres, como a que ocorreu no ano de 1998. “As pessoas não entendem que estamos com um alerta geral muito forte. A estiagem não vem de agora. Nós enfrentamos o inverno com poucas chuvas. Nossos rios e igarapés já estão secos e ainda corremos o risco de desertificação no nosso lavrado. Com a chegada do período quente, que já é alarmante, estamos com condições piores que as que tínhamos em 98, a diferença é que agora temos mais recursos para evitar uma catástrofe”, afirmou.
Neste sentindo, a Defesa Civil do Estado vem realizando, desde janeiro do ano passado, cursos de combate a incêndios para produtores do interior. Conforme o secretário, estes cursos capacitam até 60 produtores por vez, orientando-os sobre como agir imediatamente no controle de incêndios e também nas queimadas necessárias para o trabalho agrícola. “Por mais que seja acompanhada e permitida pelos órgãos ambientais, a queimada pode causar danos irreparáveis quando sai do controle. Por isso, estamos realizando este trabalho no sentindo de preparar essas pessoas que precisam realizar este trabalho como também de auxiliar no controle de um incêndio, enquanto as equipes dos bombeiros se dirigem ao local”, disse.
Os dados apresentados por Cleudiomar Ferreira mostram que o maior rio do Estado, o Branco, está com menos de um metro e que as previsões de chuva até o mês de dezembro estão abaixo da média histórica do Estado. “Na última medição do Rio Branco, constatamos que ele está com 83 milímetros. Sem contar que a estimativa de chuva no próximo trimestre é extremamente baixa”, destacou.
“Não culpo fenômenos climáticos pela nossa situação. Culpo o ser humano, que, sabendo que suas ações podem provocar um grande dano a si mesmo, continua fazendo coisas erradas. O desmatamento ilegal, a derrubada das matas ciliares dos rios e igarapés, as queimadas não autorizadas, tudo isso vem do homem. Por isso, pedimos à população para que ela nos ajude a amenizar o problema e que proteja o nosso ecossistema que é tão importante para nossa vida”, ressaltou. (J.L)