Jessé Souza

O mosquito Aedes e a corrupcao 4517

O mosquito Aedes e a corrupção Aparentemente, nada tem a ver a corrupção generalizada no Brasil com o mosquito Aedes aegypti, o transmissor da dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana. Porém, fazendo uma analogia, é possível encontrar uma grande semelhança, pois os dois casos exigem uma mobilização coletiva e tomada de decisão individual para eliminar os males.

No caso da corrupção, cabe à sociedade tomar consciência de que é o voto de cada cidadão que conduz um político a um mandato, o que remete à importância de escolher candidatos ficha limpa, aqueles não envolvidos em crimes de qualquer espécie, incluindo aí a corrupção.

Em relação ao mosquito da dengue, está comprovado que a proliferação desse transmissor de doenças tem como um dos principais responsáveis a  falta de limpeza nas residências e terrenos não habitados, significando que cada pessoa tem a responsabilidade de cuidar de suas propriedades e do espaço onde vive.

Em Boa Vista, o surto das doenças causadas por esse mosquito revela a falta de responsabilidade de muitos cidadãos em cuidar de seus espaços a fim de eliminar os criadouros do Aedes. Jamais se conseguirá eliminar esse mal esperando apenas pelo poder público, assim como não se pode combater a corrupção esperando apenas que a Justiça e os políticos ficha limpa ajam.

Mesmo sabendo que os principais prejudicados por esse desleixo com a limpeza dos seus quintais ou terrenos serão eles mesmos e suas famílias, os cidadãos insistem em não tomar consciência, jogando a responsabilidade apenas para o poder público, como se ele pudesse estar presente em todos os cantos para cuidar da limpeza. Assim como não se conscientizam que é a corrupção que o empobrece ainda mais.

Além de o mosquito causar sérios problemas na saúde das pessoas, podendo levar à morte, ele também atinge o mercado de trabalho, pois muitas pessoas são obrigadas a se ausentarem de suas obrigações, e ainda prejudica o setor público de saúde, já superlotado e com deficiências sérias.

Os hospitais passaram a ficar lotados de pessoas acometidas por doenças que deveriam estar sob controle, pois elas estão ligadas diretamente ao cuidado com a limpeza. E isso representa mais recursos públicos que já estão escassos para atender a população na rede pública de saúde.

Enfim, é preciso que o cidadão perceba que ele também faz parte do problema. Se o boa-vistense não consegue sequer cumprir com o seu dever no combate a um mosquito, é bem provável que também não saberá agir para enfrentar o grande mal que assola o país, a corrupção.

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