Qualidade a olho nu – Tom Zé Albuquerque*É comum ouvirmos reclamações aos montes dos consumidores e clientes sobre o mercado de Boa Vista, em relação à falta de qualidade nas empresas, sobretudo no atendimento. E como quase toda mudança mercadológica é silenciosa, a população certamente não está enxergando a evolução que tem ocorrido no último triênio, nesta novela capital.
Imagine uma situação: o cliente, ao chegar numa empresa em mais um dia de chuva, tem à sua disposição um recepcionista com guarda-chuva para acobertá-lo no trajeto entre o seu veículo e a porta da empresa. Ao adentrar na loja, é recebido com cumprimentos efusivos e sorrisos arrebatados. No interior da empresa, música ao vivo para dar um ar de lazer e tranquilidade àquele que, a priori, ali está para comprar. Existe também uma área para degustação de vários produtos.
Além disso, a climatização é aprazível, a iluminação compatível, a higiene patente. O espaço não é amplo, mas a larga diversificação acortina o quase aparente incômodo. Há ainda produtos customizados para públicos distintos. A layoutização racionalizada permite o atendimento por senhas em seções segmentadas, promovendo assim a organização e agilidade. A todo o momento há colaboradores circulando no interior da empresa com o fim de saciar qualquer dúvida ou pendência, porventura haja por parte de quem compra.
E tem mais, no momento de o cliente se dirigir ao caixa de pagamento, as filas são ínfimas, cumprindo o seu papel essencial que é de organizar, e não de fatigar ou estressar o cliente, no momento sublime da transação comercial: transferência de pecúnia. Quando do empacotamento, caso haja grande volume ou quantidade de produtos, automaticamente a equipe é dobrada, armazenando as mercadorias em algumas bolsas ecológicas, portanto retornáveis. Isto se chama responsabilidade social. E para finalizar, sempre há profissionais de plantão para o transporte e armazenamento dos volumes no veículo, eliminando (novamente) o risco de aquele cliente tomar chuva.
Sim, a situação relatada existe e aconteceu numa empresa em Boa Vista, o que gera uma dissensão entre aqueles que mudam e aqueles que insistem em cristalizar seu empreendimento; quando não, bradam diuturnamente acampando a culpa em outrem, geralmente nos governos, pela estagnação de sua empresa.
Enquanto isso, muitos clientes e consumidores boa-vistenses, ao invés de valorizarem o tratamento decente dispensado por algumas empresas locais, insistem em rodar centenas de quilômetros para a caótica e provinciana cidade fronteiriça na ditatorial Venezuela, para levarem patadas, serem chacoteados e humilhados naquele mercado. Realmente, gosto e relacionamento não se discutem.*Administrador – [email protected]
DE CIMA SÓ SE CAI – Vera Sábio*O maior mal da ambição desmedida e corrupta é querer estar em cima antes de subir os degraus necessários para isto.
“Do céu só se cai chuva, se chovesse mingau, pobre não teria boca”.
Nem sei de quem é este ditado, mas me fez refletir um tanto sobre nossa triste situação, neste país sem devidas punições.
A esperança, ou seja, as crianças precisam ser ensinadas desde bem pequenas que nada é tão fácil, que tudo requer esforços, suor, trabalho, dinheiro, e que este dinheiro não cai do céu. Apenas com esta conscientização poderemos sonhar com um futuro melhor.
Pois infelizmente é muito imundo ouvir que fulano ganhou milhões e em um período tão curto para ministrar palestras, limpar estrume de animais em zoológico, fazer na verdade nem sei o quê, sem uma formação equivalente e um trabalho digno.
Política deve parar de ser considerada um prêmio da loteria, uma carreira rápida sem trabalho e com aposentadoria gorda e para sempre, não havendo um serviço que justifique nada disto.
“Mas cego é aquele que não quer ver”. Sendo ele o maior responsável pelos políticos que temos, visto que estes políticos estão lá devido aos nossos votos.
Porém acredite e investigue no seu íntimo; como alguém pode estar em cima sem ter subido degraus em degraus, o que cada cidadão digno faz.
Quem galga seu caminho, com suor sabedoria e persistência, tem grandes chances de chegar a uma boa altura e se manter lá, levando muitos dos seus a este patamar. Todavia quem está no alto sem esforços e por meios ilegais, sua única possibilidade é cair.
De cima só se cai. Portanto será que mesmo inconscientemente estamos dando suporte para que muitos não despencassem o que é o natural que aconteça?
Não seja você com seu voto, com sua idolatria besta, acreditando que fulano rouba, mas faz. Com seu orgulho ferido em não admitir que errasse, mas não precisa continuar no erro e pode votar diferente desta vez. Enfim, não sejamos nós pessoas trabalhadoras honestas e dedicadas, a manter lá em cima, quem já passou da hora de despencar.
Se quisermos um mundo melhor, precisamos deixar o exemplo de que é aos poucos que se conquista, que é subindo degrau por degrau que se alcança sucesso e principalmente é colocando pessoas honestas e sendo nós honestos, que aos poucos os corruptos, desonestos, traidores e assassinos, vão despencando e desaparecendo.*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e [email protected]
O mundo do comportamento humano – Afonso Rodrigues de Oliveira*“São homens como você e Rui Barbosa que me fazem acreditar em um mundo melhor. E continuemos a luta enquanto o dilúvio não chega.” (Dr. Oleno Matos)O dilúvio vai chegar, sim. E quando ele chegar estaremos tão despreparados quanto os que sofreram o último dilúvio. Ainda não aprendemos que não teremos, nem viveremos a paz, enquanto nos prepararmos para as guerras. O mundo sempre evoluiu com as guerras. E por isso ainda não evoluímos. Continuamos com pensamentos anacrônicos e trogloditas. Nunca conseguiremos alcançar a paz, com lutas. Nunca teremos um policiamento eficiente, preparando mentalmente o policial para combater o bandido e não para proteger o cidadão. E ainda não entendemos isso. O argumento é que o policial está indo para as ruas para combater o criminoso em defesa do cidadão. Como se o criminoso não fosse um cidadão.
É uma ilusão infantil pensar que as guerras trarão a paz. Desde o início da evolução humana vimos progredindo através de guerras. E que progresso você pode esperar e querer desse pensamento? É ilusório pensar que armas vão nos defender de armas. Se as armas estão lá em cima, no morro, é porque chegaram lá. E o problema é saber como elas chegaram lá, sem que os responsáveis pela segurança percebessem. Ou será que perceberam?
Vamos abrir nossas mentes? Como é que queremos eliminar a violência com violência? Eu considero isso um despreparo. E olha que ele vem se arrastando há milênios e milênios sem que sejamos capazes de perceber. Quando uma autoridade vem a público e nos diz que a presença do exército armado, nas ruas, está diminuindo a violência, fico preocupado. Muito preocupado. É provável que os presos, nos presídios, tentem nos mostrar o quanto a autoridade está enganada.
O grande e admirável Anthony Robbins nos diz: “O mundo do comportamento humano é uma das poucas áreas que continuam fora de moda”. O Dr. Oleno Matos convida-nos a continuarmos a luta antes que o dilúvio chegue. E ele vai chegar. E quando voltarmos do desastre começaremos tudo novamente na ilusão da fantasia. E sabe-se lá quantas eternidades continuaremos assim, até que acordemos para o fato que só construiremos a paz, com paz, não com armas nem guerras.
E a paz está na Educação. E, talvez por isso, ainda não somos capazes de nos educarmos para a paz. E quem está a fim de pelo menos pensar nisso? Somos todos de origem racional. Todos. E é por isso que somos todos iguais nas diferenças. E só quando entendermos isso entenderemos como construir a paz nas diferenças. É só entender como devemos ser educados e civilizados. Pense nisso. *[email protected]