A guerra está declaradaA insegurança chegou ao nível em que nem a propriedade da família da governadora ficou livre da ação de ladrões, como ocorreu na semana passada, fato divulgado amplamente pela imprensa e repercutido nas redes sociais. Porém, desta vez, a situação chegou ao extremo: uma facção criminosa promoveu um ataque a duas delegacias da Polícia Civil e deixou uma ameaça direta à governadora de Roraima.
Não só isso. A carta deixada pelos bandidos no local do ataque estende essa ameaça à Assembleia Legislativa e deixa a entender que haverá represália aos demais poderes constituídos. Como já vem sendo dito aqui, neste mesmo espaço, há um certo tempo, enquanto as autoridade não se mobilizam, o crime se organiza e se fortalece ainda mais.
A declaração de guerra foi dada à autoridade máxima do Estado, à chefe do Executivo e aos membros do Legislativo, poder este que congrega o maior número de autoridades que representam a sociedade por meio do voto. Agora está bem explícito que os líderes de facções criminosas estão desafiando os poderes constituídos de forma direta, sem arrodeio.
Como todos já sabem, o quartel general da facção criminosa que declarou guerra às autoridades é a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), onde o Estado só consegue controlar por fora, para impedir fugas. Esse presídio simboliza o epicentro de tudo o que está ocorrendo hoje, do avanço da criminalidade à ineficiência do Estado em enfrentar o crime organizado.
Enquanto o Governo do Estado não estruturar o sistema prisional, com a retomada do controle absoluto sobre os presos e a construção de um novo presídio que garanta o cumprimento da pena de acordo com que a legislação diz, além de servidores e policiais com todas as condições de trabalho, as facções criminosas continuarão dando ordens e desafiando a sociedade.
Não há desculpa para agir na morosidade ou buscar explicações para que essas decisões não sejam agilizadas, pois não se trata apenas do povo submetido a uma onda de violência constante e crescente, mas das autoridades da mais alta cúpula dos poderes constituídos colocadas na linha de frente de uma guerra declarada.
Até aqui, somente a população pagou pelas consequências do avanço da criminalidade, com o tráfico de droga, assaltos, homicídios e guerras de facções que acabam colocando a vida de inocentes em risco, além de prédios públicos alvos de ataques. Ou vão esperar que algo de grave ocorra com alguma autoridade ou suas famílias para que se tomem providências?
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