Coalização e divisão do despojoComo cidadãos que esperam um futuro melhor, todos estão de olho nessas movimentações com a troca de secretários que o Governo do Estado está fazendo sob a alegação de que é para melhorar o desempenho da administração pública. O contribuinte espera é que realmente o Estado se organize administrativamente, porque o crime já está organizado e vem desafiando os poderes constituídos há um certo tempo.
O que não interessa aos cidadãos contribuintes é a organização política visando tão somente acomodar os grupos de olho nas eleições 2018. O Estado tem sofrido bastante com arranjos políticos de cunho meramente partidários e eleitorais, como se o cenário político estivesse favorável para se preocupar antecipadamente com a campanha eleitoral.
Até aqui, no cenário nacional, não surgiu nenhum grupo ou ninguém preocupado em pensar o Brasil e buscar alternativas para retomar o desenvolvimento do país, arrasado pela política suja e por aqueles que pensam somente em se perpetuar no poder para manter seus esquemas de corrupção.
Em Roraima, os desafios se apresentam de longas datas, mas os interesses de grupos, de famílias e de políticos sempre foram colocados em primeiro plano, deixando as grandes questões para serem empurradas com a barriga, discutidas quando os problemas estouram nas mãos do cidadão. A violência e o crime organizado são apenas duas delas.
Até aqui, os setores mais importantes do Estado foram usados como moeda de troca eleitoral entre grupos que disputam os nacos do poder. A divisão do butim foi responsável por chegamos até aqu, com saúde, educação e segurança em dificuldades para manter o básico. A questão fundiária emperrou porque, em vez de resolverem os problemas, fizeram a maior grilagem de terras de todos os tempos.
E novamente estamos assistindo a um governo anunciando mudanças no primeiro escalão sob o argumento de que é para melhorar o Estado. Sim, a política vive de coalizões para que possa melhorar a governabilidade. Mas historicamente o cidadão viu que essas coalizações não foram para o bem coletivo, mas de grupos.
A realidade do país exige que os políticos parem com seus esquemas e pensem no coletivo. Não dá mais para admitir que a divisão do poder, sob a alegação de coalização política, tenha o significado de divisão do despojo. O Estado de Roraima urge por uma organização que possa devolver a esperança de uma vida melhor para todos. Porque de organização criminosa já estamos cheios, inclusive na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo.
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