Opinião

Opiniao 14 10 2017 4966

HABITAT LABORAL: Conscientizar para prevenir. Dia 10 de outubro. – Priscila Moreto de Paula*

Comumente o tema do meio ambiente é tratado sob a perspectiva da fauna, da flora, do solo, da água. Entretanto, o meio ambiente humano envolve outras dimensões. Uma delas é o meio ambiente do trabalho e é impossível ter qualidade de vida diante de uma situação de poluição laboro ambiental. O meio ambiente do trabalho pode ser entendido como o local em que se desenrola boa parte da vida da pessoa humana que trabalha e protegê-lo significa proteger a vida, proteger a sadia qualidade de vida, proteger a dignidade da pessoa humana.

A pessoa humana, ao sair de casa e ir para o trabalho, tem que encontrar em seu local de trabalho um lugar livre de riscos à vida e à saúde, um lugar seguro, livre de acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais. E mais, segundo a Organização Mundial da Saúde, o local de trabalho deve ser um local de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas um local com ausência de riscos de doença e de acidente.

Entretanto, a realidade de muitos trabalhadores não é essa. Segundo o Observatório Digital de Saúde e Segurança no Trabalho – Smartlab de Trabalho Decente MPT – OIT. 2017 (Dados acessados em 12 out.2017. Disponível online no seguinte endereço http://observatoriosst.mpt.mp.br), estima-se que, no Brasil, a cada 47 segundos ocorre um acidente de trabalho e a cada 3h31m32s um trabalhador morre por acidente de trabalho. No Estado de Roraima, no período de 2012 a 2016, o impacto no INSS, ocasionado por esses acidentes, ultrapassaram R$ 11 milhões. Isso sem contar doenças relacionadas à saúde mental e câncer no ambiente de trabalho (agentes cancerígenos encontrados no local de trabalho: amianto, benzeno, formaldeído, radiação solar, poeira de couro, poeira de madeira, poeira de sílica, radiações “x” e gama etc.), que, em regra, são subnotificadas.

Em tempos de terceirização, alguns empregadores querem terceirizar para toda a sociedade os custos pelos danos causados à vida e à saúde dos trabalhadores. A sociedade, através do Sistema Único de Saúde e do pagamento de auxílio doença ou aposentadoria por invalidez pelo INSS, arca com as repercussões da morte e de lesões corporais, causadas aos trabalhadores por irresponsabilidade patronal. E isso não se pode admitir.

Além de pagar indenizações reparatórias pela poluição laboral e pelos acidentes eventualmente ocorridos, o princípio da prevenção impõe ao empregador a adoção de medidas de prevenção de acidentes, cuja implementação garanta ao trabalhador sair de sua casa e regressar saudável e com vida.

Outra importante medida de prevenção, ainda pouco aplicada, é a prevista na Lei 12.645/12, que institui o dia 10 de outubro como o Dia dedicado à Saúde e à Segurança nas Escolas. A Lei prevê que entidades, em parceria com secretarias municipais e estaduais, desenvolvam no dia 10 de outubro atividades como palestras, concursos de frases ou redação, eleição de cipeiro escolar, visitações em empresas.

Um dos objetivos é levar ao espaço escolar, para professores, alunos, pais, a conscientização sobre o meio ambiente do trabalho, tratando sobre sua importância, sobre a prevenção de riscos e de acidentes e doenças laborais e como garantir e exigir vida e saúde no trabalho. Conscientizar nossas crianças sobre a existência e a importância do meio ambiente do trabalho, também conhecido por “habitat laboral”, é importante instrumento de prevenção de mortes e lesões corporais ocorridas no local de trabalho que vitimam muitos seres humanos trabalhadores. Urge, pois, implementar essa legislação, afinal, conscientizar é prevenir.

* Procuradora do Trabalho do Ministério Público do Trabalho, Procuradoria do Trabalho no Município de Boa Vista/RR

A arte de ser Professor – Oscar D’Ambrosio*

Todos temos pelo menos um professor que nos levou a escolher a profissão que temos. Lembramos dele porque tinham, em alguns aspectos, o mesmo comportamento das crianças, pois, assim como elas veem o mesmo filme como se fosse sempre um novo, os docentes dos quais recordamos davam uma aula, que seguramente já haviam ministrado, como se fosse a primeira e única, com todo frescor.

‘Entusiasmo’ é uma palavra fundamental. Sua origem etimológica deriva de “estar possuído por um deus”, o que podemos entender como estar movido por uma força interior que leva a uma renovação permanente, por mais difícil que possa ser ou parecer. Assim, cada aula torna-se mágica e cada estudante especial. Cada momento deixa de ser um ato didático para se tornar um instante de entrega.

Há professores que cativam pelo conhecimento que tem de um assunto; outros pela convicção demonstrada nas suas atitudes didáticas. Há os que fascinam pela oratória, e os que deliciam pelo carisma, que independe da matéria selecionada. Acima de tudo, porém, está a capacidade de ver os alunos como pessoas e de respeitá-los em suas diferenças, ciente de que é na diversidade que a criatividade se realiza rumo a um futuro melhor.Professoras e Professores, Feliz Dia e Feliz Vida! *Doutor em Educação, Arte e História da Cultura e mestre em Artes Visuais pela Unesp, onde atua na Assessoria de Comunicação e Imprensa

Está na hora – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Era hora de possuirmos escolas incomuns, para que não abandonássemos nossa educação quando começamos a ser homens e mulheres.” (Henry David Thoreau)

Na verdade é verdade que nosso maior problema sempre foi a educação. E como ela não se faz nem se fortalece em pouco tempo, temos muito a caminhar para nos educarmos. Napoleão Bonaparte também falou disso. Ele disse que deveríamos construir mais escolas para não temos que construir tantos presídios. E continuamos sem construir escolas nem presídios. A Educação está no fundo do poço e o sistema prisional no lamaçal. E como tudo isso cai na conta da educação, vamos educar.

Não vamos resolver os problemas do Brasil com protestos, mas com bons exemplos. Você não vai melhorar a má qualidade dos nossos políticos, votando em branco ou anulando seu voto. O que devemos fazer é nos educarmos politicamente para exigirmos mais moral nos partidos políticos, e esperteza para reconhecermos os maus candidatos. E este é o maior problema na luta pela faculdade do voto. Porque não a mereceremos enquanto não formos politicamente educados.

Por que será que as escolas não ensinam política e lutam pelo direito de ensinar religião? Será que vamos resolver nossos problemas políticos, com religião? Não seremos um povo civilizado enquanto não formos um povo politicamente educado. E não o seremos, enquanto continuarmos a eleger tiriricas para nosso congresso. E até entendermos isso, o congresso continuará com “c” minúsculo. Mas vamos falar sério. Vamos nos educar, politicamente. E não nos educaremos enquanto continuarmos achando que é a política que está nos prejudicando. A responsabilidade é nossa, que ainda não sabemos que os responsáveis pela bagunça somos nós, eleitores. Somos nós que estamos elegendo crápulas para dirigirem nosso País.

Os menos encucados sabem que ainda temos bons políticos que merecem nosso respeito. Mas eles não conseguem trabalhar. Estão algemados pelos espalhafatosos que se fortalecem com a ignorância da maioria dos eleitores. Porque, queiramos ou não, somos nós, quase cidadãos, os responsáveis pela bagunça feita pelos que mandamos para a política, para nos representar. O que significa que estamos colhendo o que plantamos. Então vamos aprender a plantar o carvalho para a sombra de amanhã, e não a alface para o prato de hoje.

Vamos fazer uma reflexão sobre o desenrolar dos acontecimentos. O que estamos vendo e ouvindo, sobre os políticos, é vexatório vergonhoso e entristecedor. Mas assumamos a responsabilidade. Senão, ano que vem pelo menos a maioria deles estará de volta e eleitos por nós. Pense nisso.

*[email protected]