Opinião

Opiniao 16 10 2017 4972

As Organizações amareladas – Tom Zé Albuquerque*

O último mês foi marcado pelo “Setembro Amarelo”, uma alusão recente à prevenção ao suicídio. Todos os anos são registrados cerca de doze mil suicídios no Brasil e mais de um milhão em todo mundo. Esta epidemia silenciosa mata mais que AIDS e câncer, e todos os flancos da sociedade estão vulneráveis. Por ter causas multifatoriais, o suicídio encobre muitas realidades.

Dois pontos são passíveis de atenção. Um, trata sobre os dados estatísticos que geralmente apontam o suicídio como ato direto e fulminante, para qual a vida é tirada num súbito; mas não alcançam (por muitas vezes) o suicídio indireto, geralmente sob bases da depressão ou ansiedade, cujos atos e comportamentos alteram nas pessoas hábitos alimentares, fomentam o uso indiscriminado de barbitúricos por longos tempos, engendram o ócio alterando nelas seus estados fisiológicos pavimentando a baixa imunidade e, por consequência, a contração de inúmeras doenças físicas que, morosamente, vai levando o indivíduo ao óbito.

A outra situação se refere à baixa ênfase que se dá à causa do suicídio quanto ao ambiente de trabalho, sobretudo naquilo que o cerca pelo assédio moral (vertical, horizontal e misto) que gera tantos vexames, isolamentos, agressões, restrições, imposições, críticas, sobrecargas, injustiças… e que destroem a integridade, a estima e o potencial do vitimado, impulsionando-o ao desmantelo emocional e talando o lastro psicológico do ser humano.

Dados publicados recentemente no American Jounal of Preventine Medicine, nos EUA, elencou policiais e profissionais da área médica como aqueles mais tendentes ao suicídio, o que não anula ou encobre a cortina de inúmeras outras profissões que alavanca o extermínio da vida. O caso nessa linha mais emblemático no mundo foi na empresa de telefonia France Télécom (hoje Orange), no último quinquênio da década passada com a demissão a granel e ameaças a outros milhares de profissionais, acarretando no suicídio de mais de 60 pessoas, além de inúmeras doenças contraídas por centenas de empregados, em apenas três anos.

No Brasil, não há bases científicas que afiram as causas correlacionais entre trabalho e suicídio, embora haja alguns cientistas a bradar, incansavelmente, para esse dramático problema social. Como cunhou o Administrador Wágner Siqueira: “Aquele colaborador que se suicida nos convoca para ver o que é visível (…). Estamos crescentemente produzindo sobreviventes, mortos-vivos ou zumbis no cotidiano de nossas Organizações, e nem nos damos conta disso”. Infelizmente…

*Administrador

A COERÊNCIA NA ESCOLA – José Pacheco*

Ser coerente será apenas ser congruente, estabelecer concordância entre ideias e fatos? No contexto escolar, talvez a coerência assuma a forma de fidelidade a princípios… Porém, em nome da verdade (palavra rara nos Projetos Político-Pedagógicos das escolas), diz-se que valores abundantes no discurso pedagógico raramente se traduzem em atitudes, talvez por não serem passíveis de concretização no contexto de uma sala de aula. Por exemplo: se o professor tem dever de obediência hierárquica, se não é autônomo, como poderá educar em autonomia? Ninguém dá aquilo que não possui. Se a autonomia é algo que se exerce em relação a outrem e o professor está sozinho na sala de aula, como poderá ensinar autonomia? O professor não ensina aquilo que diz; o professor transmite aquilo que é.

A mudança das instituições processa-se a partir da transformação das pessoas que as compõem e mantêm. Julio Cortázar escreveu que uma ponte só é verdadeiramente uma ponte quando alguém a atravessa. Tão importante como escutar uma palestra ou ler um livro é escutar-se, escutar a si próprio, verificar a coerência entre o ato e a teoria. E saber fundamentar aquilo que se faz, assumindo compromissos. A teoria converte-se em ação quando assumida em situações reais.

Dizia Kurt Lewin: “teoria sem prática é viajar no vazio, prática sem teoria é viajar no escuro”. Sabemos que a pedagogia age numa fronteira tênue entre intenção e gesto, motivo pelo qual não deveremos preocupar-nos apenas com grades curriculares – estejamos atentos aos modos de trabalho, que deverão considerar o ambiente social em que o aluno vive. “A escola é apenas um momento da Educação; a casa e a praça são os verdadeiros estabelecimentos pedagógicos”, dizia-nos Johann Heinrich Pestalozzi. Não nos esqueçamos da necessidade de harmonizar valores do projeto escolar com os valores do projeto familiar (mesmo que ninguém o tenha escrito…).

Se nos lares e nas ruas escasseiam a tranquilidade e a reflexão, como pretender que os nossos alunos se mantenham quietos e calados? Se há professores que se atropelam ao falar e sussurram ao pé do ouvido do colega do lado, como poderão exigir dos seus alunos o levantar a mão para solicitar a sua vez de falar?

A velha história é contada assim: Aquele barco a remos fazia a travessia de um rio. Num dos remos tinha escrita a palavra “acreditar”; no outro, a palavra “agir”. O barqueiro explicou o porquê. Usou o remo no qual estava escrito “acreditar” e o barco começou a dar voltas, sem sair do mesmo lugar. Depois, usou o remo em que estava escrito “agir” e o barco girou em sentido oposto, sem ir adiante. Quando usou os dois remos, num mesmo movimento, o barco navegou até a outra margem. Não “remou contra a maré” ou “ao sabor da corrente”. Uniu duas margens pelo impulso da escolha que lhe imprimiu um rumo coerente.

*Professor, Retirado de PACHECO, José. Dicionário de valores

Se pensar, muda – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Meu novo mundo é um reflexo do meu novo modo de pensar.” (Louise Hay)

O mundo nunca vai mudar para você enquanto você não mudar seus pensamentos. Tudo que obtemos no mundo é resultado dos nossos pensamentos. Quem pensa podre nunca será rico. E ser rico não é ter exuberantes recursos materiais. Sua riqueza está na grandeza dos seus pensamentos. Pense nisso e você descobrirá que só você tem o poder de fazer você ser uma pessoa rica. E sua riqueza é e está na sua grandeza espiritual; e cuidado para não confundir isso com religião. É uma questão puramente de desenvolvimento racional.

Não é fácil controlar os pensamentos. Mas se torna simples quando sabemos quem realmente somos e o que queremos ser. Sua grandeza está em você e em mais ninguém. Logo, ninguém pode, porque não tem o poder, fazer você se sentir feliz, se você não estiver a fim. E o mesmo serve para a infelicidade. E se isso estiver lhe parecendo embrulho, desenrole. E só fará isso acreditando em você mesmo. E você só se valorizará quando começar a acreditar no valor incomensurável que você tem.

Nunca tente resolver os problemas com pensamentos negativos. Não é com gritos e espalhafatos que você vai mudar o mundo. As guerras são a maior demonstração de atraso na racionalidade. Então não faça sua guerra íntima. Procure controlar seus pensamentos e eles farão de você uma pessoa controlada. Não é nos gritos que aprendemos, mas no lar e nas escolas. E tudo de que necessitamos é de lares bem construídos e escolas eficientes.

Pense e busque sempre o melhor que você deseja pra você e para o mundo. Não se esqueça de que, estejamos onde estivermos, fazemos parte do mundo. E por isso somos responsáveis por ele. Então vamos fazer o melhor que pudemos fazer. E sempre podemos fazer o melhor no melhor que fizemos. Porque é pensando assim que você vai entender que nunca atingirá a perfeição, mas que tem o dever de estar sempre à procura dela. Então vá em frente. Nunca pare na caminhada em busca do sucesso. E o importante é que o sucesso depende de como você vê o mundo que você realmente quer no futuro.

Buscar a felicidade é uma tarefa árdua, mas muito simples. A complicação está na sua ineficiência de buscar a felicidade. Porque ela está em você mesmo, ou você mesma. Todas as mudanças na sua vida dependem e são resultado do seu novo modo de pensar. Se alguma coisa não está dando certo, procure ver o que está errado com você. Como você está pensando sobre o que está acontecendo. Vemos e aceitamos os acontecimentos de acordo com nosso modo de pensar. Mude seus pensamentos e tudo mudará. Pense nisso.

*[email protected]