Opinião

Opiniao 28 10 2017 5058

Aposte na geração de capacitação técnica – Maurício Canineo*

Que o mercado de trabalho não está fácil, estamos fartos de saber. Os índices de desemprego ainda estão altos, apesar de a economia ter reagido timidamente nos últimos meses. No setor automotivo não tem sido diferente. Após drásticas quedas nas vendas e produção de veículos novos no Brasil, o mercado está crescendo novamente segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

A indústria automotiva tem investido cada vez mais em tecnologia e o mercado anseia por novidades que farão a diferença na mobilidade do futuro. Entretanto, na mesma velocidade que o setor se desenvolve, há uma carência de profissionais especializados. O número de exportações deve bater o recorde histórico do país, com mais de 740 mil veículos produzidos. O número de carros emplacados também teve um crescimento no primeiro semestre deste ano, mesmo que tímido. A venda de carros usados continua movimentando a economia do setor. O mercado de autopeças teve um bom incentivo com o Inovar-Auto e agora deve manter esse crescimento.

Quanto mais cedo e mais rápido buscarmos essa atualização, mais chances temos de entrar e atingir o sucesso no setor automotivo. O profissional desse ramo deve ser, acima de tudo, mais que apaixonado por carro; deve ser fissurado em aprender. Como disse anteriormente, o número de tecnologias que chegarão às ruas exigirá níveis de conhecimentos técnicos altíssimos para que sua manipulação seja feita de maneira correta e precisa.

Mas, para que esses profissionais sejam treinados e consigam atender à demanda, as companhias do setor automotivo precisam capacitar pessoas para trabalhar com as tecnologias que as próprias fabricantes criam. Atenta a essa questão, a Campneus lançou no final de julho um projeto, que contempla jovens de Campinas com aulas teóricas e práticas de mecânica, preparando-os para o mercado de trabalho.

E qual o principal benefício deste programa? Além de transformar a vida destes jovens, gerando renda para suas famílias e comunidade de baixa renda, e apresentá-los a um mundo cheio de oportunidades, o principal benefício é treinar e capacitar profissionais aptos a atenderem às solicitações do setor automotivo. Ter uma frota circulante segura, tecnológica e com um time capaz de suprir toda a sua manutenção é o futuro do mercado. Mas para isso, é importante gerar oportunidades, e quem sairá ganhando nessa história? Toda a sociedade.

*CEO da Campneus desde novembro de 2015, graduado em Engenharia Mecânica (FEI Engenharia) e detentor de certificados nos programas de Gestão Avançada (IESI Espanha).

A BELEZA NA ESCOLA – José Pacheco*

Se fizermos uma análise de conteúdo dos Projetos Político-Pedagógicos (PPPs) das nossas escolas, concluiremos que quase todos contêm termos como: autonomia, cidadania, solidariedade… Porém nunca vi algum PPP que contemplasse a beleza no seu texto como valor a ser desenvolvido na prática. O fato é surpreendente, porque ou a Educação é um ato estético ou não é Educação.

Se a beleza está nos olhos de quem vê, de quem sente, ela requer um exercício de sensibilidade, mas um currículo que privilegia as áreas ditas nobres (Matemática, Língua Portuguesa…), as artes são remetidas para horários escusos, contraturnos e tempos livres. Se bem que pode haver arte no ensino da Matemática – quein illo tempore, era disciplina próxima da música – a clássica aula dificilmente conseguirá que o ser sensível se revele. E, sem a vivência da beleza, somos impedidos de experienciar o amor e a liberdade, que, juntos, nos conduzem pelos caminhos da sabedoria.

A par do consumo cultural das famílias, o curricular desprezo pela área artística talvez seja responsável, por exemplo, pelo “gosto” musical dos jovens do nosso país, um “gosto” que não ultrapassa o nível da indigência. Em lugares públicos, os nossos ouvidos são impunemente agredidos por crews, sertanejos universitários e outras aberrações expelidas por potentes caixas de som (cujo nível de decibéis faz tremer as viaturas que as transportam), por celulares, por mp3 e outros veículos de propagação de ruído.

Nos idos de 1970, quando partilhava Vivaldi com os meus alunos, descobri que só amamos aquilo que conhecemos. Fiquei feliz por lhes ter dado a conhecer Vivaldi e muitos outros gênios da música. E fiquei triste quando conheci o Fábio. O moço queria ser violoncelista, mas decidiu estudar Direito. Disse-me: Depois, quando eu tiver um emprego, se verá…

Escreveu Murilo Mendes que a Educação deveria formar as pessoas para serem poetas a vida inteira. Pessoas que não somente saibam fazer versos, mas vivam em poesia; que percorram o curso da existência a poetizar os seus gestos. Porém, muitas escolas tendem a formar bonsais humanos, criaturas que ignoram, quem nunca se comoveu com uma suíte de Bach para violoncelo, talvez nunca tenham existido.

Deve preocupar-nos o fato de muitos professores se deixarem manipular pela praga da cultura de massa. Desde o útero, sofremos a degradação da ética e do sensível. E, para completar a tragédia – que a família inaugura e a escola amplia –, quase toda a mídia parece empenhada numa campanha de imbecilização das massas, que talvez vise manter o povo culturalmente alienado, num estado de subdesenvolvimento estético.

*Professor, apoiador e inspirador do Projeto “Ponte para a Educação em Roraima” foi um dos fundadores da Escola da Ponte em Portugal.

DO INCÊNDIO AO TÍTULO, E MUITO A MELHORAR – Ranior Almeida Viana*

O Campeonato Roraimense de 2017 terminou na última terça-feira(24/10/2017) que teve a consagração dos campeões, atletas do São Raimundo que fizeram uma exímia campanha, ganharam todos os jogos, respeitaram todos os adversários.

No futebol quando se fala em respeitar o adversário é jogar na bola e fazer a quantidade de gols possíveis. Não é por acaso que a equipe se consolida nesta categoria e sempre representando o Estado na Copa São Paulo de futebol júnior, que funciona como vitrine para os novos e talentosos jogadores que estão surgindo. Parabéns ao Mundão do Operário pelo trabalho coroado com o sexto título consecutivo no Sub-20!

Nem tudo foram flores nesse campeonato. A Federação e clubes por algum motivo não inscreveram no Boletim Informativo Diário da Confederação Brasileira de Futebol em tempo hábil muitos atletas dos quatro clubes, teve time que entrou com jogador inscrito posterior a data estabelecida no regulamento do campeonato, isso retrata o quanto o futebol roraimense é levado por muitos como amador. Outra coisa, em vez da Federação e administração do Estádio Ribeirão se preocuparem em cuidar do gramado, queriam saber de soltar fogos de artifícios, que na 1ª rodada do returno (14/10/2017) incendiou parte do gramado.

Clubes que fizeram falta na competição: River, Progresso de Mucajaí, o Rio Negro e o Náutico, porém por questões burocráticas ficaram de fora da competição.

Destaco ainda os demais clubes que participaram da competição como o Baré, que tem jogadores que se destacaram individualmente como os seus três mais avançados. Já o Atlético Roraima foi uma equipe que jogava nos erros dos adversários o que lhes criava contra ataques velozes com seus atacantes “os falsos loiros”. O Grêmio Atlético Sampaio, que a impressa insiste em chamar pelo nome que soa muito pejorativo “GAS”, teve uma evolução no final do campeonato, mas já era tarde. Deu para perceber que alguns jogadores sentiram com a troca de comando que a equipe teve neste ano, porém o clube só tem a ganhar com a chegada do técnico Ronaldo Sampaio.

Por fim, muitos desta safra de jogadores serão aproveitados nos times “profissionais” (melhor falar adulto, diante de nossa realidade), que os jogadores continuem a querer seguir este sonho em ser um jogador de sucesso, em busca de voos mais altos.

*Licenciado em Sociologia – UERR, Bacharel em Ciências Sociais – [email protected]

Uma redinha e um sonho – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Todo homem realmente grande agrada aos simples porque a simplicidade e a franqueza são atributos da verdadeira grandeza.” (Russell H. Conwell)

Está cada vez mais difícil uma soneca na redinha, num fim de semana. Mas, importante é que não fiquemos alheios às diferenças e vivamos o presente. Por isso aproveite seu fim de semana com otimismo, alegria e muito amor. E o importante, também, é não confundir o amor. Este não tem como ser confundido sem trazer prejuízos a quem se confunde pensando que está confundindo. Quando amamos somos feliz. E amar é a coisa mais simples da paróquia. O importante é que comecemos por nós mesmos.

Você programou seu fim de semana? Nem imagina o que está acontecendo com o meu fim de semana. Quase não deu pra eu terminar esse papo. Meu filho, Alexandre, que atualmente mora na Ilha Comprida, no litoral sul de São Paulo, veio nos visitar. E haja papo. Corro e venho conversar com você, mas mal começo a falar com você, chega alguém pra ver o Alexandre. E tenho que ir bater papo com o visitante. Volto pra cá e chega mais um neto. Vou lá, cumprimento, converso e volto pra falar com você. E quando olhei para o relógio, ele piscou pra mim me dizendo que passava das onze.

São momentos assim que fazem a gente se sentir realmente feliz. O importante é que demos valor à vida para que a vivamos corretamente. Então faça isso, nas reflexões sobre seu modo de viver. Você não precisa programar seu fim de semana. Basta estar preparado para os bons momentos que virão durante seus dias, seja na redinha ou sentado debaixo da árvore, nadando nos pensamentos. Mas o importante é que os pensamentos sejam positivos. Nada de negativismo. Não perca um minuto sequer, do seu dia, com pensamentos negativos e aborrecimentos injustificáveis. Porque, na verdade, não há pensamentos negativos justificáveis. Quando nos amamos nos sabemos superiores.

Esteja sempre, onde você estiver, olhando-se no seu espelho interior. É simples pra dedéu. Feche os olhos e imagine-se como você quer realmente ser. E não há como não se ver. O importante é que se procure no que você é. Mas vamos viver esse fim de semana como ele deve ser vivido: com muita paz, amor, sinceridade e honestidade. A riqueza não está na posse, mas em como vivemos o que possuímos na felicidade espiritual. E só obtemos isso com amor. Quem realmente ama não tem como ser infeliz; desde que não confunda amor com sentimentalismo. Nunca confunda seu amor com paixão. Amor, paixão, ciúme e sexo não podem ser misturados, senão não haverá harmonia, e sem harmonia e franqueza não há felicidade. Pense nisso.

*[email protected]