Existe Natal quando há renovação e renascimento – Vera Sábio*
“Deixa nascer a criança que existe em você” (Peninha)
Nesta época de Natal as pessoas ficam animadas e mais próximas das outras; elas querem ser solidárias e doar alimentos, roupas, calçados e alguns presentes para pessoas carentes. Gestos bons de partilha que na verdade deveriam acontecer durante toda a vida. Afinal há sempre quem precisa e também há sempre quem pode ajudar.
As praças e prédios públicos de nossa cidade estão com certeza mais iluminados do que os corações daqueles que brilham nas aparências, mas deixam o interior escurecido pelas corrupções e desvios que fazem toda a diferença na vida daqueles que necessitam de tudo, inclusive de saúde, de segurança, de educação, de emprego, de lar e comida, etc.
Por isso, Natal é renovação constante. É indispensável mudar nosso jeito imediatista de pensar, como se pessoas carentes só precisassem de comida e acolhimento nas datas comemorativas. Pois sabemos que a diferença social grita em cada esquina o tempo todo e por mais linda e enfeitada que a cidade esteja, há sempre um pedinte necessitando do básico.
Natal é renascimento. Renascer a criança que existe em cada um é se despir da vaidade e buscar a simplicidade da alma infantil; aquela que precisa de cuidados e carinhos e que se sente feliz com o cheiro da mamãe, valoriza o simples e o belo e se diverte na companhia daqueles que a protege e a ama.
Não há renovação sem renascimento e assim não podemos enxergar o verdadeiro Natal. Pois, apenas é Natal se durante todo o ano quisermos corrigir as falhas em todos os dias; se nos compadecermos das dores alheias e formos mais felizes com a igualdade e não com a enorme desigualdade que existe; se limparmos o nosso interior para que o brilho de Jesus ilumine nossa vida e desta maneira, iluminaremos tudo em nossa volta.
É esta a reflexão que deixo a todos que por mais que enfeitem e presenteiem nesta data; sempre fica um vazio que só o renascimento de Jesus em nós, pode preencher.Aí sim. Feliz Natal!!
*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cegaCRP: 20/[email protected]
A mensagem do Natal – Daniel Medeiros*
Durante muitos anos, tive sempre uma certa dificuldade em captar a mensagem do Natal. Quando menino, ouvia as mais diversas explicações, ditas apressadamente pelos adultos: “é o nascimento do nosso Senhor”; “é a data mais importante do mundo”; “é tempo de amor e de paz”; “é dia do papai Noel trazer presentes”. Como não hesitar diante de tão desencontradas respostas? Se é aniversário de alguém, cabe a nós dar presentes, não? Se é a data mais importante do mundo, por que os governantes não vão para a televisão falar sobre ela? Não, não pode ser um tempo de amor e paz, afinal, trata-se de um dia (ou uma noite). Além disso, tempo de amor e paz não é nunca, ou deveria ser sempre. Ou quase sempre, pois era preciso descontar quando eu sentia raiva do meu irmão, por usar minhas camisas, do meu pai, por me bater de cinta, ou da minha mãe, por me obrigar a comer quiabo.
Sobrava a resposta mais plausível, mais razoável, pelo menos para uma criança: era dia de ganhar presente. Isso implicava acreditar que, durante a noite, um homem velho, com barbas longas, silenciosamente pularia o muro, abriria a janela, entraria na sala da sua casa e deixaria presentes sob a árvore. Não, não lá em casa. Não havia árvore. O presente era deixado no pé das nossas camas. Ele, portanto, saltava o muro, entrava na casa, atravessava o corredor, abria a porta do nosso quarto, no escuro (os cachorros não latiam, os patos não grasnavam, o galo não cantava) e deixava o presente de cada um no lugar certo. Presentes embrulhados com papel das Lojas Americanas. Era adorável, mas não havia como não questionar tudo isso. Olhávamo-nos, meu irmão e eu, titubeantes frente àquelas incoerências. Mas, como o crente diante da teoria do criacionismo, deixávamos as lacunas e as contradições óbvias de lado e agarrávamo-nos na única certeza que interessava: ganhamos presentes!
Outra coisa era igualmente impactante. Na noite de Natal – havia sempre frango assado, arroz a grega e farofa, além de refrigerante (raríssimo!) – pairava um clima de assustadora tranquilidade: meus pais falavam com a voz mais pausada e éramos acarinhados com mãos nos cabelos e beijos nas bochechas, como se tivéssemos feito a lição na hora e limpado o quintal sem ninguém pedir. Só depois descobri que essa mudança de atitude era produzida pelo “clima de Natal”. Que se, no dia seguinte, a impaciência e os ruídos voltassem aos níveis normais, ninguém questionava. O clima era o que era: só uma brisa passageira. Mas era tão bom!
Décadas se passaram e, é lógico, busquei repetir toda essa encenação com meu filho. Não importava o quanto eu o deixava confuso com a minha separação da mãe dele, nem com as minhas explosões diante de suas perguntas sofridas; muito menos com as minhas ausências cada vez mais longas da sua pequena vida. No dia de Natal, havia festa e presentes e o papai Noel. Abraços, palavras tremidas pela emoção, promessas de amor e paz. Eu tentava manter o clima. E passou-se ainda mais tempo desde então. Hoje, distraio-me buscando a mensagem de Natal nas memórias dessas décadas de eventos repetidos. E de tanto perscrutar, percebo agora que havia uma coisa a mais que sempre me escapou. Na ceia, em um certo momento – curto, distraído – alguém lembrava, mesmo que para fazer algum tipo de graça, de Jesus. E eu me lembrava (como ainda me lembro) da história de seu nascimento. E isso sempre me emocionava. Não me refiro à estilização ficcional da vaquinha, da manjedoura, dos três reis magos. Vinha-me à mente (quase como um cheiro) o medo de José e Maria, o desamparo, o frio, a incerteza quanto ao que ia acontecer. Aquele menino chorando, a mãe aliviada da dor, mas angustiada com o momento seguinte; o pai atento e aflito. Esse momento de vida, esse instante na noite perdida no tempo – ou apenas criada pela imaginação – resume para mim a mensagem do Natal (que eu demorei tanto para aprender): há alguém, agora, sempre, nascendo em perigo, e viverá em perigo, sem que isso seja absolutamente necessário. Alguém vindo de uma mãe e de um pai, que não espera nada da vida, apenas está aí, porque foi gerado. E tudo o que será dele depende de como o trataremos e do que seremos para ele. O primeiro milagre de Jesus foi tornar Maria mãe e José pai. E esse é o começo e a possibilidade de tudo.
*Doutor em Educação Histórica pela UFPR e professor no Curso Positivo
Depende de você – Afonso Rodrigues de Oliveira*
“Eu sempre me preparo para o fracasso e acabo sendo surpreendido pelo sucesso.” (Steven Spielberg)
Lembrei-me do Spielberg dia desses, quando eu passava pelo corredor, no Hospital Coronel Mota. Impressionante a quantidade de pessoas sentadas ou transitando pelos corredores do hospital. Aí fiquei pensando se a maioria daquelas pessoas não estaria fora do hospital se se preparasse para a doença. Porque, na verdade, ninguém se toca para a verdade de que ninguém vai para o hospital, ou posto de saúde, para cuidar da saúde, mas da doença. Porque você só tem saúde quando está preparado para a doença. Então se prepare.
Você nunca vai ser uma pessoa de sucesso, ficando preocupado com o fracasso. Se quiser o sucesso esqueça o fracasso. Você não é diferente dos que pensam que são o que pensam. Você também deve pensar como eles, no que quer e não no que não quer. Tarefa difícil pra dedéu. Mas já sabemos de sobejo, que nada cai do céu. Tudo o que queremos devemos buscar dentro de nós, nos nossos pensamentos.
Seu subconsciente é o guardador dos seus desejos. Ele tem a força incomensurável, para fazer e lhe dar tudo que você deseja e realmente quer. Mas você nunca obterá isso se não acreditar nisso. O universo é rico. E você faz parte dele. Então não espere o milagre, faça-o. Você tem esse poder. Seu fracasso está em você não saber usar o poder que tem para ser o que deveria ser. Quando nos limitamos a orientações mesquinhas somos mesquinhos. E nossa mesquinhez está em nossos pensamentos pequenos. Não se esqueça de que todo o poder que você vive pedindo a Deus Ele já lhe reservou e lhe deu, há eternidades. Você é que ainda não acordou.
Você só será uma pessoa feliz quando aprender a ser feliz. Não espere que nada ou alguém faça de você uma pessoa feliz se você não estiver a fim. Você é a única pessoa no mundo que tem esse poder.
Steven Spielberg é, de certa forma, um exemplo de como só se obtém o sucesso, indo à busca dele. Ele, o sucesso, é como tudo o mais que você deseja: não cai do céu. Então vamos à luta. Levante-se daí, levante a cabeça e mire o horizonte. Pare de ficar olhando para o bico do sapato. Você nunca vai mirar o firmamento olhando para o chão. A força de que você necessita está em você. É só saber usá-la. Corra os riscos. Não os tema. Os medrosos não vão além do último passo. Eu poderia lhe citar um valioso número de valores que então entre nós, e que são o espelho em que deveríamos nos espelhar para vermos o que realmente somos diante do que eles são. Depois falarei deles. Exemplos que nos enriquecem no orgulho que temos deles. Pense nisso.