Bom dia,
O tema vem da afirmação feita, ontem, pelo presidente da Federação do Comércio de Roraima (Fecomercio), Ademir dos Santos, durante entrevista concedida ao programa Agenda da Semana, da Rádio Folha. Na avaliação do empresário, os negócios, por tanto, a economia, se descolaram da política em Roraima, de sorte que apesar dos imbróglios na seara comandada pelos políticos, a economia e o emprego cresceram no Estado. Ademir dos Santos diz que este crescimento vem ocorrendo de forma sustentável nos últimos cinco anos, graças à existência da Área de Livre Comércio de Boa Vista, criada na administração municipal de Iradilson Sampaio. Pena que o povão não consiga avaliar bem os políticos a partir das obras invisíveis, apesar delas serem muito mais importantes do que a eventual pintura de uma praça pública.
Esta compreensão do dirigente da Fecomercio é comum a muitos técnicos e empresários locais, e dá oportunidade a duas reflexões, especialmente nesta antevéspera de eleições gerais: a primeira, diz respeito à imensa possibilidade de Roraima desenvolver-se economicamente se nossos políticos e dirigentes públicos adotassem práticas sérias de governo, como fez Iradilson Sampaio, ao criar a Área de Livre Comércio (ALC) de Boa Vista, já faz décadas que não se tem uma única obra nesta direção tanto no governo estadual quanto no Município de Boa Vista.
A segunda possibilidade levantada pela conclusão exposta pelo empresário Ademir dos Santos é de que ela possa oferecer elementos de reflexão ao eleitorado roraimense no processo de escolha dos futuros candidatos a todos os cargos (Presidente da República, governadoria do Estado, senadores, deputados federais e deputados estaduais) na próxima eleição de 7 de outubro. Se esse eleitorado continuar a escolher políticos profissionais, do tipo de quando assumem elegem como prioridade absoluta, suas próprias reeleições, continuaremos governados por agentes populistas e politiqueiros que só fazem maquiagem, esquecendo que isso não resolve o problema da produção e o emprego. Enfim, a decisão ficará sempre nas mãos e na consciência de sua majestade, o eleitor e a eleitora.
JÁ COMEÇOUNoutro dia, um pequeno comerciante estabelecido no São Bento, observou um inusitado movimento de populares em direção à praça principal do bairro. Curioso, ele deixou o comércio entregue à esposa e foi ver o que estava acontecendo. Não deu outra, toda a movimentação tinha como causa a oferta de corte de cabelo gratuito, bancado por um político, provavelmente candidato nas próximas eleições. É claro, o processo de compra de votos já começou, sem qualquer reação dos órgãos de fiscalização. Mas, o que mais assusta é a mediocridade do eleitor local, capaz de vender seu voto em troca de um corte de cabelo, que nas barbearias mais simples custa oito reais. É incompreensível, mas ainda existem idiotas que agem assim.
DE FORANoutro dia, dissemos daqui da Parabólica, que o deputado Jânio Xingu mudaria de partido porque o presidente nacional da sigla a qual pertence, o empresário pernambucano Luciano Bivar, teria lhe dito que ele deveria aceitar uma coligação com o notório senador Romero Jucá (PMDB), também pernambucano. Pois bem, de novo dois políticos pernambucanos -Roberto Freire e Raul Julgman, ambos do PPS-, tentam influenciar o cenário eleitoral de Roraima. Segundo fontes da Parabólica, o empresário Airton Cascavel foi chamado à Brasília para ser informado que ele não teria possibilidade de controlar a direção do PPS estadual, o que torna sua pretensão de ser candidato ao Governo do Estado, pelo partido, praticamente inviável.
INFLUÊNCIAAs mesmas fontes da Coluna dizem que o motivo para negar a Aírton Cascavel a possibilidade de ser candidato ao governo estadual pelo PPS, deve-se ao desejo da direção nacional de firmar coligação com o grupo político do notório senador Romero Jucá. Roberto Freire, presidente do PPS, que se diz um político de esquerda e socialista, apesar das diferenças ideológicas tem muita aproximação com Romero Jucá, considerado um político da direita fisiológica. Raul Julgmam, único ministro do PPS a participar do governo Michel Temer (PMDB) tem muita aproximação com a prefeita Teresa Surita (PMDB), virtual candidata ao governo de Roraima. Aliás, o Ministério da Defesa, comandado por Julgman, liberou através do programa Calha Norte, muita grana para a Prefeitura de Boa Vista nos últimos meses. Com tudo isso, pode ruir a pretensão de Cascavel de disputar a eleição para o governo estadual pelos partidos daqueles políticos pernambucanos.
VOLTANDOEssa influência de políticos pernambucanos, que pode mudar o cenário das próximas eleições, faz Roraima retornar aos tempos do ex-Território Federal do Rio Branco, nos anos 50 do Século XX, quando a escolha do nome do governador e do candidato a deputado federal -na época não havia eleição para o Senado Federal e o povo do Território era representado por um deputado federal-, era submetido a políticos do Maranhão, principalmente a Vitorino Freire, uma espécie de José Sarney da época. Foi Freire, um político provinciano, quem mandou para cá, o general Félix Valois de Araújo, que dominou a política do então Território por mais de uma década.