Bom dia,

Deu na edição de ontem, terça-feira (16) da Folha: o número de focos de queimadas nos primeiros 15 dias de janeiro deste ano atingiu a marca recorde de 239, que comparados aos números de 2017, no mesmo período, 108 focos identificados representa um aumento proporcional de mais de 121%, ou seja, mais que dobrou. E quando se leva em consideração que janeiro e fevereiro são meses de extrema estiagem dá para projetar o agravamento dessa situação, que pode descambar para uma grande tragédia ambiental. Como, de resto, já ocorreu em Roraima.

E o leitor e a leitora da Parabólica podem perguntar, por que razão estamos tratando desse tema hoje? Na verdade, ele é apenas um mote para tratarmos da assustadora incompetência do poder público brasileiro em cumprir suas obrigações, com um mínimo de eficiência e eficácia, inclusive quanto à questão ambiental, tratada em prosa e verso na atualidade. Tida como questão primordial para a vida moderna, que dominam todas as agendas públicas e privadas a partir do último quartel do Século XX.

Pois bem, até as criancinhas sabem que todos os anos Roraima enfrenta uma dura estiagem que começa por volta de novembro – mesmo com a ocorrência de chuvas isoladas – e só termina após o final de março. São mais de cinco meses sem chuva, ou no máximo com precipitação dela com pluviometria muito reduzida. De igual forma, as criancinhas também sabem que nesse mesmo período, por razões naturais e culturais, campo (lavrado) e mata ficam secos e sujeitos a grandes incêndios destruidores da fauna e da flora, com prejuízos materiais e não materiais incalculáveis.

É também do conhecimento de todos, que a proteção do meio ambiente é obrigação do Estado, em seus três níveis: União, Estados e Municípios. Por conta dessa obrigação, que é intransferível são criadas instituições voltadas para o planejamento e execução de políticas para minimizar esse imenso prejuízo ambiental, como as chamadas brigadas contra incêndios, que deveriam funcionar sob forma de esforço tripartite: União, estado e município, para exemplificar a nossa realidade.

Recursos orçamentários são destinados a essa proteção, mas apesar de previsibilidade desse fenômeno seca/fogo, e da existência de recursos financeiros para enfrentá-lo, passa ano, e entra ano, e nada de mais substancioso é feito para evitar essa tragédia anunciada a cada estiagem. Só muito conversa e pouca ação.

TUDO QUEIMADOPara que se tenha uma ideia da incapacidade do poder público para enfrentar a tragédia trazida com a estiagem basta ver como está a situação do lavrado que fica entre o município de Mucajaí e Boa Vista. Uma viagem pela BR-174 entre as duas cidades mostra que já está quase tudo transformado em cinzas. Ou seja, o fogo já “torrou” quase todo o capim, e os poucos arbustos. Isso tudo nas barbas do Corpo de Bombeiros, e dos órgãos ligados à Defesa Civil onde se concentra a responsabilidade de combater esses incêndios. O pouco que tem preservado é obra e graça dos proprietários, que sem gente treinada e equipamento adequado, enfrentam e extinguem o fogo que teima em entrar em suas propriedades.

ÁREA MILITARQuem vai pela BR-174 de Boa Vista para Mucajaí sabe que à esquerda existe uma imensa área institucional pertencente ao Exército Brasileiro, teoricamente, destinada à realização de treinamento das tropas. Pois bem, também o fogo já queimou capim e arbustos deixando-os transformados em cinzas. A área como se sabe é de fácil acesso, sem oferecer qualquer obstáculo para combater os focos de fogo, eventualmente surgidos pela ação quase sempre criminosa de irresponsáveis. Apesar de perto, e do fácil acesso, e da existência de um contingente grande de homens e mulheres, ninguém se preparou para evitar a queimada, que destrói, como dissemos, fauna e flora.

RENDENDOE continua rendendo e repercutindo a entrevista que o ex-governador José Anchieta Júnior (PSDB) concedeu à Rádio Folha (Programa Agenda da Semana), no último domingo (14.01). Como parte de mais um episódio, ontem, circulou as escâncaras na rede social Facebook, um vídeo gravado no final da campanha municipal de 2012, onde a prefeita Teresa Surita (PMDB) atribui como uma das razões de sua candidatura e vitória naquele pleito ao apoio decisivo do “amigo governador Anchieta”, que estava sorridente ao lado dela. Sendo dúvida a campanha que se aproxima vai ter lances interessantes.

LANÇAMENTODepois do lançamento da pré-candidatura do ex-deputado federal Luciano Castro (PR) – que muita gente acha estranha, por conta do eventual compartilhamento de palanque com o notório senador Romero Jucá (PMDB) –, agora é a vez do deputado estadual Mecias de Jesus (PRB). Com a presença confirmada do ex-ministro e presidente do PRB (Partido Republicano Brasileiro), Marcos Pereira, de vereadores, deputados estaduais, e de um federal do PRB; além de outras autoridades, a sigla lança no dia 8 de fevereiro, às 19h, no Centro de Tradições Gaúchas Nova Querência, sua pré-candidatura ao Senado Federal.

IMINENTEA falta de controle, no entra e sai de caminhões que demandam e saem do lixão, que outrora foi um aterro sanitário, parece indicar a possibilidade iminente de um acidente com graves consequências, entre esses caminhões e os veículos que trafegam pela BR-174, nos dois sentidos, entre Boa Vista e Mucajaí. Além da imprudência de muitos motoristas, que entram na rodovia sem respeitar a preferência dos veículos que trafegam, as condições de acesso ao lixão são por via de terra batida, sem qualquer indicação. Se fosse uma empresa, com certeza seria exigida a colocação de indicadores luminosos de entrada e saída de veículos.