Opinião

Opiniao 01 02 2018 5582

O fantasma da febre amarela está de volta – Flamarion Portela*

Uma doença que era considerada extinta das áreas urbanas desde 1942, bem conhecida dos Povos da Floresta, está de volta: a febre amarela. O velho fantasma dessa doença que pode matar adultos e, principalmente crianças, com facilidade, provocando uma infecção bem mais severa que a dengue, ressurge agora nos grandes centros urbanos da Região Sudeste.

A transmissão em área silvestre é feita pelo mosquito do gênero Haemagogus. Ela acontece, principalmente, através de macacos infectados para humanos não imunizados pela vacina. Já a forma urbana é transmitida do homem para homem através do mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue.

De acordo com especialistas, a volta da febre amarela tem a ver com a penetração da população sobre áreas de mata, a forma da ocupação territorial e aos efeitos dos eventos climáticos, como El Niño. O risco de retorno da forma urbana não é novo, e existe desde a década de 1980, quando houve a reintrodução do Aedes aegypti no Brasil.

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), desde dezembro de 2016 foram registradas ocorrências de febre amarela em macacos em 21 estados brasileiros e no Distrito Federal, com 788 casos em humanos, dos quais 265 resultaram na morte do doente.

A grande preocupação, atualmente, é com relação à necessidade ou não de se vacinar.

Em 2013, a OMS anunciou que uma única dose da vacina contra a febre amarela garante imunidade por toda a vida e que não é mais necessário se vacinar a cada dez anos quando se mora ou viaja para áreas de risco. Essa recomendação foi ratificada com a alteração do Regulamento Sanitário Internacional (RSI) pela própria OMS, em 2014.

Entretanto, com a falta de vacina em alguns estados, foi necessário o fracionamento para que pudesse imunizar um maior número de pessoas e, nesses casos, quem tomou a vacina agora nessas condições, terá de se vacinar novamente após oito anos.

É importante salientar que a principal forma de evitar a doença é por meio da vacinação, sobretudo para quem mora ou vai viajar para áreas endêmicas.

Roraima não registra casos da doença em humanos desde 2007 e, de acordo com a Sesau (Secretaria Estadual de Saúde), mais de 31 mil doses da vacina estão disponíveis para a população.

É preciso uma ação conjunta para evitar a propagação da doença, sobretudo por parte do Governo Federal, com a distribuição de vacinas para a população. Esperamos que os cortes no Orçamento anunciados pelo presidente Michel Temer (PMDB) não atinjam a Saúde, colocando a população em risco para uma doença que não deveria mais ameaçar os brasileiros. *Ex-governador de Roraima

AS DATAS COMEMORATIVAS DENTRO DO CALENDÁRIO ESCOLAR – Marcelo Uchôa Gomes*

… Mas aqui não se comemora o Dia das Mães? Talvez a Páscoa? Ah, pelo menos um dia especial para as crianças em outubro? E o Natal?… As datas comemorativas passaram a fazer parte do currículo de várias escolas brasileiras em meados dos anos 60, diante de um estado ditatorial, com o intuito de ensinar “deveres cívicos”. As tomadas de decisão e as escolhas não vinham de quem entendia de educação, mas da “necessidade” daquele momento de formar superficialmente sujeitos que reconhecessem alguns “personagens” importantes para a história nacional. As concepções de aluno crítico e professor reflexivo não combinavam com o calendário escolar que teimava em colocar orelhas de coelho e ornamentos indígenas ao mesmo tempo na mesma criança. Talvez essa imagem hoje nos traga certo desconforto, mas não é raro nos depararmos com escolas que trazem resquícios dessa concepção na qual cada data é marcada por festas e “atividades específicas” que nada têm a ver com conteúdos relevantes para a formação de sujeitos implicados desde sempre em seus processos de aprendizagem. A Educação divide o ano letivo em bimestres no intuito de facilitar o ensino-aprendizagem dos alunos. Cada bimestre tem uma carga horária e conteúdos a serem desenvolvidos dentro deste período. As escolas, por sua vez, repassam aos professores essa responsabilidade de desenvolver juntos aos alunos tudo o que se pede nesse período, inclusive as datas comemorativas, para que sejam apenas lembrados que existem essas datas. A coordenação de cada escola desenvolve atividades extracurriculares com as datas principais escolhidas para serem festejadas. Embora não serem obrigatórias. O 1º bimestre que inicia no mês de fevereiro seguindo até meados de abril. Porém, as principais datas consideradas importantes são:

Fevereiro – 10, Dia do Atleta Profissional; 11, Dia do Zelador; 13, Carnaval e Dia Mundial do Rádio; 14, Dia de São Valentim e Cinzas; 16, Dia do Repórter; 19, Dia do Esportista; 20, Dia Mundial da Justiça Social, 21, Dia Internacional da Língua Materna; 24, Promulgação da Primeira Constituição Republicana; 25, Dia da Criação do Ministério das Comunicações; 27, Dia do Agente Fiscal da Receita Federal e Dia do Livro Didático;

Março – 2, Dia Nacional do Turismo; 5, Dia do Filatelista Brasileiro; 7, Dia do Fuzileiro Naval; 8, Dia da Mulher; 10, Dia do Telefone; 12, Dia do Bibliotecário; 12, Dia Mundial Contra a Cibercensura; 14, Dia Nacional da Poesia; 15, Dia da Escola e Dia Mundial do Consumidor; 19, Dia de São José; 20, Dia Internacional da Felicidade; 21, Dia Universal do Teatro, Dia Mundial da Terra, Dia Internacional Contra a Discriminação Racial e Dia Internacional da Síndrome de Down; 22, Dia Mundial da Água; 23, Dia Mundial da Meteorologia; 27, Dia do Circo; 30, Sexta-Feira Santa e Dia Mundial da Juventude;

Abril – 1º, Páscoa e Dia da Mentira; 2, Dia Mundial da Conscientização do Autismo e Dia Internacional do Livro Infantil; 6, Dia Internacional do Esporte para o Desenvolvimento e pela Paz; 7, Dia do Jornalista, Dia Mundial da Saúde e Dia do Médico Legista; 8, Dia Mundial do Combate ao Câncer, Dia Mundial da Astronomia e Dia Nacional do Sistema Braille; 13, Dia do Beijo, Dia do Hino Nacional Brasileiro, Dia do Jovem e Dia da Carta Régia; 14, Dia Mundial do Café; 16, Dia Mundial da Voz; 18, Dia de Monteiro Lobato, Dia do Amigo e Dia Nacional do Livro Infantil; 19, Dia do Índio e Exército Brasileiro; 21 de Abril de 2018 Tiradentes; 22, Descobrimento do Brasil, Dia da Terra e Dia da Força Aérea Brasileira; 23, Dia Mundial do Livro; 27, Dia da Empregada doméstica; 28, Dia da Educação; 29, Dia Internacional da Dança; 30, Dia Nacional da Mulher. Nossa escola segue o calendário de feriados nacionais, entretanto, eles não norteiam nosso planejamento nem são bases para tratarmos de maneira significativa e profunda de assuntos que não merecem apenas um dia em pauta, mas muitas e variadas ações para que sejam compreendidos como construções históricas e desdobramentos de ações humanas, com discussões que abarcam distintos pontos de vista e não apenas uma data específica. Dentro da escola temos muitas oportunidades para fazer valer a força de uma dança secular brasileira ou uma manifestação folclórica regional, e não pretendemos de forma alguma aprisioná-las num calendário. Para comemorar algo dentro da escola é fundamental refletir sobre a relevância disso dentro das vivências das crianças. Se a escola é laica e sua comunidade compreende pessoas com diversas crenças ou nenhuma, não caberia pensar nas comemorações religiosas porque dessa forma romperíamos com o princípio que desvincula a educação da religião. A escola, para não comemorar de maneira tradicional algumas datas, se mantém neutra, ou melhor, laica, não tem religião. Assim sendo, datas que estejam vinculadas diretamente com qualquer religião ou santos católicos devem ser questionadas, revistas e transformadas. Não há como a escola privilegiar uma religião em detrimento da outra ou mesmo ignorar que muitas pessoas não têm religião, simplesmente. Por fim, elas mencionam que não comemoram também datas históricas de maneira pouca crítica, por exemplo, elas citam o “descobrimento” do Brasil desconsiderando que tinham índios aqui antes da chegada dos portugueses… A História, como ciência humana, também deve ser questionada por sua ideologia e o modo como tudo o que está passado pode formar nossas crianças.

*Professor

Mais uma jornada – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“A maior descoberta da minha geração é a de poderem as criaturas humanas modificar as atitudes do espírito.” (William James)

Estamos iniciando a caminhada em mais uma etapa. O primeiro mês de mais um ano já era. Foi. E passou numa rapidez assustadora. E como ainda não sabemos que podemos modificar nossos espíritos, ainda não entendemos o porquê dessa aceleração. Mas o mais importante é que prestemos mais atenção às modificações, para que possamos entender por que temos que modificar nossa maneira de pensar. O Carnaval está chegando e, certamente, uma boa parte de nós vai cair na farra carnavalesca. E isso é muito bom. É vivendo a vida, que vivemos. Mas não deixemos de prestar mais atenção às mudanças nas nossas vidas.

Nosso pensamento tem um poder incomensurável. Os resultados que obtemos são frutos dos nossos pensamentos. E quando pensamos negativamente não têm como obtermos resultados positivos. O que nos leva a analisar os motivos que nos trouxeram o resultado obtido. Nunca perca seu tempo com pensamentos negativos. Não importa o que aconteceu, o que importa é por que aconteceu. Qual foi o motivo que gerou o acontecimento. Procure fazer uma análise do que está acontecendo com você.

Alguém já disse que mais de noventa por cento das pessoas que são assaltadas, nas ruas, são exatamente as que saem de casa se benzendo para não serem assaltadas. Quando você faz isso, está chamando o assaltante, através do seu subconsciente. Ele pode até demorar um pouco, mas se você continuar se benzendo ele vai lhe levar o assaltante que você está chamando. Quando menos esperar, o assaltante estará esperando por você, na esquina. Pense nisso e amadureça. Pense sempre no que você quer e não no que você não quer. Porque seu subconsciente vai lhe dar aquilo em que você está pensando insistentemente.

Seja insistente, sempre nos pensamentos positivos. Por maior que seja o desgosto ou o sofrimento, não se deixe levar. Você tem todo o poder de que necessita para se livrar do pior. E seu maior poder está na sua mente. Seus pensamentos é que levam você aonde você quer chegar. Tanto pode ser no céu como no inferno. Tudo vai depender do valor que você se der. Nunca se deixe abater. Encare os trancos como uma lição de vida. Pule por cima do obstáculo, dê a volta em volta, e não pare. Vá sempre em frente.

Você tem todo um ano para lutar para o ano seguinte. E quando ele chegar você terá completado mais uma volta em volta do Sol. Motivo suficiente para você se sentir o dono do seu destino, dirigindo-o com seus pensamentos sempre positivos. Mire sempre o horizonte. Pense nisso.

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