A Mulher e a violência doméstica – Dolane Patrícia*
“A violência pode até ser um recurso no entendimento de alguns, mas ela nunca será a resposta para ninguém”, foi o que disse o pensador David Ben Schwantes em uma de suas inspiradoras frases.
É incalculável o aumento da violência contra a mulher em todo país e em Roraima não é diferente. Alguns homicídios simplesmente chocam, pelo requinte de crueldade. Uma mulher de 22 anos foi encontrada morta em seu apartamento, deixando uma filha de 5 meses de idade, o marido a matou e se suicidou depois.
Não é fácil falar sobre isso, mas é necessário!
Vários Estados da Federação estão desenvolvendo projetos para o combate da violência contra a mulher, até porque, o número de mulheres mortas com requinte de crueldade tem aumentado em todo o país.
A mulher que foi agredida com ácido no rosto e no tórax, em Salvador, estava internada há mais de um mês na UTI do Hospital do Subúrbio, faleceu dias depois. O motivo da agressão teria sido por ciúmes do motorista.
Segundo a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), cerca de 2 milhões de mulheres são espancadas por ano no Brasil, o que equivale a 15 mulheres por segundo. Mas ela lembra que esse número pode ser bem maior, pois a maioria dos casos de espancamentos não é levada às autoridades e não consta das estatísticas.
Em 1994, o Brasil assinou o documento da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, também conhecida como Convenção de Belém do Pará. Este documento define o que é violência contra a mulher, além de explicar as formas que essa violência pode assumir e os lugares onde pode se manifestar. Foi com base nesta Convenção que a definição de violência contra a mulher constante na Lei Maria da Penha foi escrita.
O caso nº 12.051/OEA, de Maria da Penha Maia Fernandes, foi o caso homenagem à lei 11.340. Ela foi espancada de forma brutal e violenta diariamente pelo marido durante seis anos de casamento. Em 1983, por duas vezes, ele tentou assassiná-la, tamanho o ciúme doentio que ele sentia. Na primeira vez, com arma de fogo, deixando-a paraplégica, e na segunda, por eletrocussão e afogamento.
Após essa tentativa de homicídio, ela tomou coragem e o denunciou. O marido de Maria da Penha só foi punido depois de 19 anos de julgamento e ficou apenas dois anos em regime fechado, para revolta de Maria com o poder público. A lei entrou em vigor no dia 22 de setembro de 2006, e já no dia seguinte o primeiro agressor foi preso, no Rio de Janeiro, após tentar estrangular a ex-esposa.
Anos atrás, em Fortaleza, o corpo de uma mulher queimada pelo marido foi enterrado, no Cemitério do Iguape, em Aquiraz, Região Metropolitana. De acordo com a Polícia, João Lopes Filho, 42, teria jogado combustível em sua ex-esposa e ateado fogo.
O Tribunal de Justiça do Tocantins chegou a sediar o seminário de lançamento da campanha Compromisso e Atitude pela Lei Maria da Penha: a Lei é mais Forte. Fruto de parceria entre o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) e o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), a campanha fomentou o combate à violência doméstica no Brasil. Uma das ações visa sensibilizar magistrados de todo o País para que tribunais do júri priorizem o julgamento dos processos criminais que envolvem assassinatos de mulheres.
A Lei nº 11.340/2006, Lei Maria da Penha, alterou o Código Penal Brasileiro e possibilitou que agressores de mulheres no âmbito doméstico ou familiar sejam presos em flagrante ou tenham sua prisão preventiva decretada. Essa legislação define que são formas de violência doméstica e familiar contra a mulher todas as agressões de caráter físico, psicológico, sexual, patrimonial e moral.
Segundo a ONU, “Cerca de 70% das mulheres sofrem algum tipo de violência no decorrer de sua vida. As mulheres de 15 a 44 anos correm mais risco de sofrer estupro e violência doméstica do que de câncer, acidentes de carro, guerra e malária, de acordo com dados do Banco Mundial”.
A forma mais comum de violência experimentada pelas mulheres em todo o mundo é a violência física praticada por um parceiro íntimo, em que as mulheres são surradas, forçadas a manter relações sexuais ou abusadas de outro modo.
Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) realizado em 11 países constatou que a porcentagem de mulheres submetidas à violência sexual por um parceiro íntimo varia de 6% no Japão a 59% na Etiópia. Diversas pesquisas mundiais apontam que metade de todas as mulheres vítimas de homicídio é morta pelo marido ou parceiro, atual ou anterior.
Precisa matar? Não seria melhor seguir a vida? É como diz uma publicação muito compartilhada no fakebook:
“Lindo, é quando um pássaro pousa ao seu lado, podendo voar, quando, mesmo sabendo que existem outros ninhos e que pode procurar, resolve ficar.”
É o que todos nós devemos pensar. Tirar a vida? Espancar? Queimar? Esfaquear? Só vai causar mais feridas, às vezes no coração de pessoas que não têm nenhuma culpa, como no caso da criança de 5 meses que foi deixada órfã, em razão da morte brutal da sua mãe pelo seu amante.
“Quem bate na mulher, machuca a família inteira!”
*Advogada, Juíza Arbitral, Personalidade brasileira e Personalidade Amazônica, mestranda em Desenvolvimento Regional da Amazônia, pela UFRR, acesse dolanepatricia.com.br
Na encruzilhada do sapo – Afonso Rodrigues de Oliveira*
“Busque uma pessoa de êxito em qualquer campo ou atividade e você encontrará um homem ou uma mulher que dominou a arte de se relacionar com as pessoas; alguém que tem um “caminho” para os outros”. (Les Giblin)
Mire sempre numa pessoa de êxito. Mas não tente imitá-la. Apenas siga seus exemplos. Ela está sempre lhe indicando o caminho a seguir. Seguir ou não é problema de cada um. E esse exemplo tanto pode vir do homem quanto da mulher. O que indica que não há inferioridade quanto ao sexo. Um exemplo que deve se iniciar já na infância. Porque é no lar que iniciamos o caminho para a vida. E é na orientação, e não na dire
ção, que aprendemos a procurar o caminho. E ele está no relacionamento com as outras pessoas. Mas há sempre a necessidade da orientação. Oriente seu filho, mas não o dirija. Se você o orientar ele saberá que caminho tomar para sua própria vida, na hora certa.
Temos assistido, recentemente, a reportagens sobre o número de mulheres que estão ingressando nas Forças Armadas. E isso nos anima. A meu ver é a maneira mais eficaz e racional de mostrar para a mulher que quem luta pela igualdade é porque se sente inferior. E não é seu sexo nem a cor da sua pele que vão mostrar quem você é, mas sua atitude em relação a você. É mirando nos bons exemplos que nos tornamos capazes de encarar a vida como ela realmente é.
Shakespeare já nos disse que: “Nossas dúvidas são traiçoeiras. Sempre nos fazem perder o bem que sempre poderíamos ganhar, por medo de tentar”. Na medida em que você vai perdendo seus medos vai ganhando força. E essa força é ilimitada, independentemente do seu sexo, do brilho dos seus olhos ou da cor da sua pele. É você que vai dizer, mostrando o que você é no que você faz. E você não vai fazer o que deve fazer como deve fazer, enquanto ficar perdendo tempo com a inferioridade dos que tentam desclassificar você.
Mire-se sempre nos que já alcançaram. Com certeza, eles atravessaram o campo minado. E tudo que você deve fazer é pisar sobre as pegadas deles. O caminho está sempre aberto para você se você souber que rumo tomar. Nunca permita que as dúvidas nem o medo dominem você. Eles nunca foram não são nem nunca serão superiores a você, se você não se julgar inferior. Mas cuidado com a empáfia. Ela sempre é prejudicial. E por isso você deve saber escolher bem o vencedor. As vitórias dos vaidosos sempre são efêmeras.
Quantas vezes você não deixou de realizar um sonho que libertaria você de suas amarras, por não acreditar na sua capacidade de realizar? Isso é muito comum nos perdedores. E você não é um perdedor. Pense nisso.