Fé religiosa e uma certeza
Em suas redes de contato, a prefeita Teresa Surita (MDB) mandou dizer que, caso perca a eleição para o Governo do Estado, isso se realmente ela for candidata, “jamais irá sair de Roraima, mas apenas irá trocar de emprego”. Mas é óbvio que isto procede, pois nenhum outro Estado a permitiria acumular tantos bens e poder político quanto aqui.
Essa promessa é fácil de cumprir, uma vez que seguidamente ela não cumpre o que promete nas campanhas eleitorais, a exemplo desta última quando disse que iria cumprir os quatro anos de mandato na Prefeitura de Boa Vista. E agora vai deixar o Município que passa por momentos críticos para um vice-prefeito sem qualquer experiência para administrar uma cidade acossada por graves problemas.
A propósito sobre o surto de sarampo que acomete a população, ele poderia ter sido evitado se a Prefeitura, em vez de se preocupar em prometer “aluguel social”, tivesse iniciado imediatamente uma campanha de imunização dos venezuelanos que estavam chegando, com destaque às crianças, pois todos sabem que o país vizinho já vinha enfrentando grave crise e havia perdido o controle sobre doenças que já estavam erradicadas no Brasil.
A prefeita sequer quis cumprir com sua parte quando o êxodo em massa dos venezuelanos ainda estava no início, quando o Juizado da Infância determinou que fornecesse alimentos para as crianças que estavam nos abrigos. Não fosse a ação do Governo do Estado e a solidariedade imediata da população, a situação dos imigrantes estaria muito pior.
É dentro deste cenário que Teresa quer governar o Estado de Roraima, se esquivando de compromissos que são obrigações do Município. E agora prega o discurso de que jamais deixaria esta terra. Se há uma certeza da população roraimense, esta é a de que a prefeita jamais irá embora, a não ser nos feriados prolongados, nas férias, no recesso e na primeira oportunidade.
Afinal, Roraima é terra boa para políticos que querem conquistar o poder. Apesar de ser um Estado pobre, isolado dos grandes centros, cheio de problemas e cercado de grandes desafios, os políticos brigam pela chave dos cofres públicos da Prefeitura de Boa Vista e do Governo do Estado, pois os cofres podem até secar, mas logo estarão cheios com o dinheiro de nossos impostos ou com as gordas transferências federais que fazem os políticos sorrirem à toa.
Besta é o povo que continua depositando não só confiança, mas uma fé religiosa nos políticos, os quais, em vez de trabalharem para melhorar as condições de vida dos mais pobres, ficam cada vez mais ricos. Então, é claro que eles não vão embora tão fácil assim.
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