Opinião

Opiniao 20 03 2018 5848

Buracos em si – Walber Aguiar*

Há uma estrela nos interstícios de cada um de nós

Era o dia 14 de março de 2018. Partia para o infinito o físico inglês Stephen Hawking, um dos mais renomados físicos da atualidade, pois chegou a ocupar a cadeira de Isaac Newton, como professor da Universidade de Cambridge.

Ora, Stephen Hawking era feito da mesma matéria que nos molda e elabora. Sim, feito das mesmas pulsões e compulsões, inquietações e angústias que pesam sobre a mente, a alma, a psique humana. Daí o fato de carregar profundíssimas questões existenciais, tendo como pano de fundo o universo, os mistérios e enigmas da amplitude que nos circunda e envolve, que nos toca e nos empurra na direção do desconhecido.

E aquilo que desconhecemos atiçou a curiosidade do físico inglês e sua teoria de tudo. Aquilo que nos move e nos lança rumo aos buracos negros de Hawking, também promove mergulhos abissais na alma humana. Isso porque, conquanto odiasse matemática e amasse física e astronomia, o homem buscava na ciência o mistério do existir, o começo de tudo, o big bang divino, a grandeza cosmológica e filosófica que carregamos conosco.

Qual o sentido de tudo isso, o que fazemos, o que pretendemos descobrir, qual a gênese, o fim, o propósito de estarmos no centro do universo e saber que somos finitos, embora loucos e sedentos pela infinitude? Cada um de nós carrega uma estrela, um buraco negro, um nível infinitesimal de poeira cósmica, sabendo que somos pó e ao pó haveremos de voltar.

Stephen Hawking, embora pesquisador da física de Newton, a física clássica, também mergulhou na física quântica, aquela que permite encontrar o Eterno por quem sentimos fome e sede, aquele que é tão aceito e refutado, que consegue preencher os buracos negros que nos habitam o coração, a fim de que o mundo passe a ser um lugar mais suportável.

Vitimado por uma doença degenerativa, a ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica), Hawking nos ensina que não há limites para quem quer descobrir algo além do ordinário existir humano; pois, mesmo deficiente, mergulhou nos buracos negros de fora e de dentro de si mesmo.

E agora, o que fazer diante do existir?

*Poeta, professor de filosofia, historiador, Conselheiro de Cultura e membro da Academia Roraimense de Letras

O que é ser santo? – Marlene de Andrade*

“… purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus.” (2ª Coríntios 7:1). Ser santo nada tem a ver com usos e costumes como, por exemplo, mulher usar saia, ou viver jejuando. Fazer tatuagem, mulher cortar os cabelos, homens usar brincos ou piercings também não tira a santidade. Tem muitas igrejas cristãs se prendendo em detalhes desnecessários.

A santidade tem a ver com o desejo de se fazer a vontade de Deus acatando os seus mandamentos, contudo, o cristão não deixa nunca de pecar, pois o pecado é inerente ao ser humano.

Evidentemente, que a pessoa convertida a Jesus, não se sente bem pecando, porém e muito pelo contrário, deixa o fruto do Espírito crescer dentro dele, o qual é, segundo a Bíblia: “amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio…” (Gálatas 5:22-23).

Por conseguinte, embora o cristão peque, se ele for convertido a Jesus, de verdade, não permanecerá caído, pois sua própria consciência o acusará e ele não terá vontade de permanecer em pecado. Desse modo, o cristão genuíno peca, todavia não se sente bem ao fazê-lo, pois gosta de viver de acordo com a vontade de Deus.

Ser santo nada tem a ver com usos e costumes como só ir à igreja de paletó e gravata, todavia ninguém vai querer ir aos cultos em trajes inapropriados, pois até em alguns lugares públicos as pessoas estão proibidas de entrar neles com roupas inadequadas.

Será que ouvir músicas não evangélicas nos faz deixar de ser santos? Claro que não, porém que música estamos ouvindo? Elas ferem os princípios de Deus? E gostar de futebol tira a santidade do cristão? Obviamente que não, porém tudo, segundo a Bíblia, deve ser feito com ordem e decência.

Assim sendo, a santidade tem a ver com a mortificação do pecado que habita em nós, pois o verdadeiro cristão prefere escolher viver de acordo com a vontade de Deus revelada nas Escrituras, mas ainda assim e infelizmente, acaba sempre pecando e o porquê disso? Mesmo sendo regenerado, ou seja, convertido a Jesus, continua possuindo uma natureza pecaminosa e a dominar as paixões carnais é bastante difícil. Contudo, se somos convertidos de verdade, se somos santos, ou seja, separados para Deus, pecar nos causa constrangimento, sendo assim, temos vontade de retornar aos princípios bíblicos para sentir a paz que excede a todo entendimento. E tem mais um detalhe: ninguém deixa de pecar instantaneamente, pois o viver santo é um processo vagaroso e bastante difícil e nada tem a ver com bondade e a esse respeito a Bíblia declara: “Não há nenhum justo…” (Romanos 3:10). *Médica Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMTCRM/RR: 339 – RQE: 339

Faça bem feito – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Capricho, portanto, é um grande e eficiente aliado de que dispomos para conquistar e consolidar posições. Aplica-se a tudo e a todos”.

Fazer com capricho é fazer com esmero. E quando esmeramos no que fazemos, somos apelidados de perfeccionista. E daí? O que isso importa? Importa e muito. Mas o que importa mesmo é que saibamos reconhecer o valor do que fazemos, independentemente do que fazemos. Lembra-se do Swami Vivekananda? Ele disse: “Não se mede o valor de um homem pela tarefa que ele executa, mas pela maneira de ele executá-la”. Não importa o que você faz o que importa é como você faz.

Quando eu trabalhava na indústria, em São Paulo, costumava brincar com os colegas de trabalho, perguntando qual a pessoa mais importante da empresa. Claro que tudo não ia além de uma brincadeira tola. Mas riam quando alguém dizia que a pessoa mais importante era o presidente da empresa, e eu dizia que era a mulher que fazia o café. Quando o presidente da empresa viajava ninguém dava a mínima bola. Mas quando a copeira faltava, a empresa virava um pandemônio. O café às nove horas era fundamental.

Não importa o que você faz. Faça sempre com ca
pricho. Faça sempre o melhor que você puder fazer. E você sempre pode fazer melhor, no melhor que faz. Quem trabalha com capricho sabe que nunca alcançará a perfeição. Que sempre poderá fazer melhor. E pode. É só não parar de procurar fazer sempre o melhor. São os que sabem que não é seu cargo que faz deles pessoas importantes. Mas são eles que fazem seus cargos serem importantes.

Para que sejamos cada vez melhores, é necessário que procuremos nos aprimorar a todo instante. E isso inclui nosso comportamento no trabalho, no lar, na sociedade, onde quer que estejamos e atuemos. Nossa postura é o nosso cartão de visita. E quando sabemos nos comportar é porque sabemos nos valorizar. Não embarque na canoa da futilidade. Seja sempre o melhor que você puder ser. E você sempre poderá ser melhor. Sempre. Aprimore-se no dia a dia das suas atividades, sejam elas quais forem.

Nunca perca seu tempo esperando que as coisas mudem. Faça-as mudar. O progresso depende de mudanças. E enquanto seres humanos nós vivemos num progresso a regresso. Mas não um regresso na evolução, mas o regresso ao nosso mundo de origem, de onde viemos. E para nos racionalizarmos temos que mudar nossos modos de pensar. E só mudamos para melhor quando fazemos o melhor. E só fazemos o melhor no que fazemos quando amamos o que fazemos. Mesmo que você não goste do que está fazendo, faça-o bem feito. Ame seu jeito de fazer as coisas e faça-as do seu jeito. Pense nisso.

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